ISSN 2674-8053

Estados Unidos

China + Rússia + EUA + OTAN (ii): o tiro saiu pela culatra?
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia

China + Rússia + EUA + OTAN (ii): o tiro saiu pela culatra?

Presidentes russo Vladimir Putim e chinês Xi Jinping (Foto kremlin.ru) Vladimir Putin acaba de retornar de Pequim, onde foi hóspede de honra de Xi Jinping na cerimônia de inauguração das Olimpíadas de Inverno que a República Popular anfitriona este ano. Certamente, ela deseja reiterar a imagem positiva que deixou das Olimpíadas de verão de 2008. Na sequência dos acontecimentos na Ucrânia, o encontro entre Putin e Xi teve uma mensagem simbólica de grande amplitude. Não somente foram assinados vários acordos, entre os quais a elevação das exportações de gás da gigante russa Gazprom para a RPC, do montante de 38 para 48 bilhões de metros cúbicos anuais (lembremo-nos de que o tema é o “nó górdio” no envolvimento dos europeus no projeto dos americanos de intensificarem suas ameaças a M...
Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos, a China, a Europa e a Otan
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia, Ucrânia

Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos, a China, a Europa e a Otan

Metendo o bedelho...Nunca pus os pés na Rússia, mas servi em Astana - hoje, Nursultan -, no Cazaquistão, e arrisco esboçar a minha percepção a partir da ótica de um país vizinho.  Para mim, o quadro geopolítico que define a relação entre a Rússia e a Ucrânia se aplica a todo o universo “ex-soviético”, como é o caso do Cazaquistão. São ambos ex-repúblicas da URSS, vizinhos contíguos da Rússia e ex-seguidores da mesma cartilha ideológico/político/econômico marxista que predominou em toda a região até 1991, quando a União Soviética se dissolveu. A experiência independente destes países tem, portanto, apenas 31 anos, ou seja, são Estados “jovens” que anteriormente, como “satélites”, serviam sobretudo como celeiro, no caso do Uzbequistão, e terreno de testes nucleares, como no do C...
COP26, é preciso ir além do aquecimento global
Américas, Ásia, China, Estados Unidos

COP26, é preciso ir além do aquecimento global

Fonte Wikipedia, novembro de 2021 O mundo está com os olhos sobre a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, também conhecida como COP26. Ocorrendo em Glasgow, na Escócia, é uma tentativa de avançar de forma mais contundente no compromisso de preservação ambiental. Esse objetivo é particularmente importante se considerarmos que a última COP fracassou na construção de metas mais ambiciosas. O principal objetivo da COP26 é a apresentação de propostas e a determinação dos compromissos sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa, que levam ao aquecimento global. No longo prazo o que se pretende é não ultrapassar o 1,5° de aquecimento até 2100, conforme proposto no Acordo de Paris. Ao colocarmos o foco da análise sobre o impacto da atividade humana sobre ...
China e Estados Unidos: a “Guerra Fria” do século XXI ?
Américas, Ásia, China, Estados Unidos

China e Estados Unidos: a “Guerra Fria” do século XXI ?

O ex-primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, recentemente “cantou a pedra”, segundo o analista David E. Sanger, do “New York Times” : “ uma Guerra Fria entre Pequim e Washington não é apenas possível, mas provável...” Esta declaração aguçou ainda mais as suspicácias dos analistas ocidentais. Segundo ele, é verdade “que a China está emergindo como um adversário estratégico muito maior do que a União Soviética jamais foi - uma ameaça tecnológica, uma ameaça militar e um rival econômico”. Para Sanger, “ao tempo em que Pequim está expandindo seu programa espacial, lançando mais três astronautas para sua estação espacial e acelerando seus testes de mísseis hipersônicos destinados a derrotar as defesas antimísseis americanas, os EUA anunciaram que fornecerão tecnologia de submarino n...
Exercícios militares no mar do Japão, dois pesos, duas medidas
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Japão, Rússia

Exercícios militares no mar do Japão, dois pesos, duas medidas

Formas militares da China e Rússia durante a cerimônia de abertura dos exercícios militares do mar do Japão. Foto: Xinhua No dia 14 de outubro (2021), China e Rússia realizaram exercícios navais no Mar do Japão. A ação faz parte de exercícios conjuntos que se estenderam pelos dias seguintes. Em que pese o exercício ter ocorrido em águas internacionais e ser algo recorrente desde 2012, é possível ver várias críticas por parte de políticos e da imprensa. Do lado nipo-estadunidense o que se vê é uma crítica em relação à ameaça que tais exercícios criam, já que é entendido como uma pressão militar e diplomática sobre o Japão, especialmente considerando a disputa pelo controle das ilhas Senkaku (nome japonês) ou Diaoyu (nome chinês). As ilhas são controladas pelo Japão desde a II Guerra ...
A nova aliança militar entre EUA, Reino Unido e Austrália
Américas, Ásia, Austrália, China, Estados Unidos, Europa, Oceania, Reino Unido

A nova aliança militar entre EUA, Reino Unido e Austrália

Primeiro Ministro Britânico Boris Johnson, Presidente dos EUA Joe Biden e Primeiro Ministro da Austrália Scott Morrison (Foto montagem) No dia 15 de setembro, um pronunciamento feito pelo presidente Joe Biden, com a participação virtual dos primeiros-ministros britânico, Boris Johnson, e australiano, Scott Morrison, causou protestos da China e indignação na França: EUA e Reino Unido acordavam em repassar para Austrália a tecnologia necessária para a produção local de submarinos de propulsão nuclear. Os protestos chineses são compreensíveis. Afinal, embora o nome da China não tenha sido citado em nenhum momento, é óbvio que a posse de submarinos nucleares pela Austrália tem a finalidade de conter a emergente potência asiática, detentora da maior Marinha do mundo em quantidade de meio...
Vinte anos dos ataques de Onze de Setembro de 2001 aos Estados Unidos da América
Américas, Estados Unidos

Vinte anos dos ataques de Onze de Setembro de 2001 aos Estados Unidos da América

Para quem tem mais de trinta anos, 11 de setembro de 2001 é um dia inesquecível. Poucos são os eventos não relacionados às nossas vidas pessoais que ficam gravados na nossa memória de tal forma que nos lembramos exatamente do que estávamos fazendo quando recebemos a notícia. No meu caso há pessoal, apenas dois eventos desse tipo: a morte de Ayrton Senna e os atentados que hoje completam vinte anos. O impacto foi tamanho em razão dos 2.977 mortos, de 77 nacionalidades diferentes (inclusive 5 brasileiros) e cerca de 6 mil feridos, dos gigantescos prejuízos financeiros, da surpresa, do ineditismo, e porque, mesmo intuitivamente, as pessoas sabiam que a partir daquele momento, o mundo seria outro. Afinal, os Estados Unidos da América eram, à época, a única superpotência do planeta. Vivi...
Cemitério de impérios
Afeganistão, Américas, Ásia, China, Estados Unidos

Cemitério de impérios

Decolagem de avião da força aérea dos EUA no Aeroporto de Cabul A cena pareceu familiar aos norte-americanos. Um helicóptero de suas Forças Armadas sobrevoou a Embaixada dos EUA num país distante, recolheu passageiros para uma evacuação às pressas, enquanto o inimigo se aproximava por todos os lados. As tropas, depois de longa guerra, estão retornando para casa sem poder comemorar a vitória. As semelhanças entre a retirada de Saigon, ao fim da Guerra do Vietnã, e a retirada de Cabul no último domingo, 15 de agosto, marcando o fim da Guerra do Afeganistão, são óbvias e inescapáveis. Tudo aconteceu numa velocidade espantosa. Numa ofensiva de cerca de dez dias, o Taleban conquistou todas as capitais provinciais e chegou à capital do Afeganistão, Cabul. O presidente Ashraf Ghani fugiu p...
Guerras cibernéticas: quem é o culpado?
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Rússia

Guerras cibernéticas: quem é o culpado?

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, declarou em 27/7/2021, durante uma visita ao diretor da Inteligência Nacional que “se acabarmos em uma guerra, uma verdadeira guerra de tiro com outra potência, será como consequência de uma violação cibernética”. Essa afirmação foi realizada após os Estados Unidos serem atacados ciberneticamente, que teve como uma de suas consequências a paralisação do oleoduto Colonial, o que resultou na interrupção de fornecimento de combustível em parte do país. Nesta ocasião a ameaça foi aberta, mas em outros momentos o governo Biden acusou diretamente dois países como os responsáveis por esse tipo de movimento: China e Rússia. Ainda que hoje os EUA sejam o país atacado, a verdade é que as ações cibernéticas são mais antigas e têm servido a diferentes ...
O custo humanitário das sanções internacionais: o caso venezuelano
Américas, Estados Unidos, Venezuela

O custo humanitário das sanções internacionais: o caso venezuelano

Manifestantes venezuelanos contra o governo dos EUA. Foto REUTERS/Alexandre Meneghini As recentes manifestações em Cuba reabrem uma discussão importante nas relações internacionais: o uso de sanções comerciais como uma forma de política externa. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou seu apoio ao povo cubano, mas não deu indicações de alteração da atual política de embargos. Em que pese a história e o simbolismo de Cuba no contexto da Guerra Fria, devemos nos lembrar que essa é uma política mais comum, como pode ser visto no caso da Venezuela. A duração das sanções e embargos aplicados sobre Cuba e Venezuela são mostras claras de seu fracasso como uma ação que busca alterar o comportamento de outro governo. Assim, além de não ter um resultado político efetivo, implica em um custo...