ISSN 2674-8053

the price of food, beyond the war between Russia and Ukraine

Food prices are getting higher, and that's not just in Brazil, but in the world as a whole. The reasons for this are diverse and lead to the need to rethink the so-called “food security”.

The war between Russia and Ukraine has been blamed for the rise in food prices.. She certainly plays a very important role in this., but it's only part of the story. at the beginning of 2020, with the advance of the Covid-19 pandemic there was a disruption of international supply chains, what pushed costs. Subsequently, governments implemented fiscal and monetary policies to reduce the consequences of the pandemic on their populations., which led to higher commodity prices, especially grains and foods. To get an idea, antes de a guerra começar, o preço do trigo e do milho estavam mais de 40% mais caros do que aqueles praticados 10 anos antes.

Com a guerra o que ocorreu foi a tentativa de os países produtores buscarem restringir as exportações dos alimentos que produzem, o que levou ao aumento ainda maior dos preços internacionais.

Eventos climáticos extremos (como a grande onda de calor na Índia e o verão extremamente seco na Europa) estão resultando numa diminuição significativa na quantidade de grãos produzidos.

O atual cenário que vivemos é resultado de uma série de fatores e, it seems, o preço alto dos alimentos ainda continuará por um tempo. Não é a primeira vez que o mundo enfrenta uma crise desta natureza. Na safra de 2007-2008 and of 2010-2011 também passamos por pressões sobre os custos dos alimentos.

Enquanto algumas das razões não são controláveis (ao menos no curto-prazo), como as climáticas, outras são possivelmente alteradas a fim de diminuir o impacto. Talvez a mais alterável de todas seja a produção ucraniana. Estimativas da Mckinsey dizem que a produção agrícola ucraniana deverá cair entre 35%v e 45% na próxima safra.

Para que tenhamos uma ideia do que isso significa, Rússia e Ucrânia produzem aproximadamente 28% do trigo e 15% do milho exportado anualmente. Isso significa que qualquer mudança de comportamento desses países tanto na produção, quanto na disposição de exportação têm um gigantesco impacto nos preços internacionais destes grãos.

O cenário atual é de redução na capacidade produtiva como resultado direto da guerra entre os dois países. Mas também existe um outro problema que é a capacidade/disponibilidade para que o que for produzido seja efetivamente exportado. Os portos ucranianos estão operando com muita limitação em função dos esforços de guerra, com especial destaque para a instalação de diversas minas que levam à limitação da circulação de navios na região (para mais sobre o tema, ver os artigos do The Wall Street Journal https://www.wsj.com/articles/mines-port-damage-threaten-revival-of-sea-route-for-ukraine-grain-11656754200 ou do Euronews https://www.euronews.com/next/2022/06/11/how-floating-sea-mines-are-stopping-grain-leaving-ukraine-s-ports-and-making-the-food-cris).

Toda essa questão leva à necessidade de entendermos que é necessário o mundo entender melhor as condições de garantia da segurança alimentar global. E isso exige concertação por parte dos Estados e das organizações internacionais. Tanto o encaminhamento de políticas para reduzir o aquecimento global, quanto de maior discussão sobre sanções no caso da guerra entre Rússia e Ucrânia precisam ser melhor debatidas nos fóruns multilaterais. Ao abordarmos essas questões como algo fechadas em si mesmas, não conseguiremos entender seus impactos maiores e mais duradouros.

Rodrigo Cintra
Post-Doctorate in Territorial Competitiveness and Creative Industries, by Dinâmia - Center for the Study of Socioeconomic Change, of the Higher Institute of Labor and Enterprise Sciences (ISCTE, Lisboa, Portugal). PhD in International Relations from the University of Brasília (2007). He is Executive Director of Mapa Mundi. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1484-395X