ISSN 2674-8053

Aligner n'est pas soumettre – l'étrange affaire Brésil/États-Unis

Le président Donald J.. Trump accueille mardi le président Jair Bolsonaro de la République fédérative du Brésil à la Maison Blanche, Mars 19, 2019 (Photo officielle de la Maison Blanche par Tia Dufour)

À différentes occasions, nous pouvons voir comment les dirigeants du gouvernement brésilien affirment l'alignement qu'ils recherchent avec les États-Unis. Du président Bolsonaro et ses enfants au chancelier Ernesto Araújo, il est possible de voir des déclarations sur la façon dont nous sommes alignés et comment cela apportera des avantages au pays.

Il est intéressant de noter qu'ils ne peuvent pas expliquer quels avantages nous aurons, réduire une grande partie du discours à une vue idéologique superficielle, ce qu'ils disent est le moyen d'éviter la gauche. Une grande partie de ce positionnement est le résultat d'une vision plus limitée du système international, percebendo os Estados dentro de uma dualidade de amigos ou inimigos.

A ascensão da China como uma potência fez com que reeditássemos a visão da Guerra Fria. Alors, existe um grupo que é o “bem” e outro que é o “mal”. Aqui Estados Unidos são o bem (porque de direita) e a China o mal (porque de esquerda). Ainda que desconsideremos a visão simplória de esquerda e direita que se pretende construir, essa visão bipolarizada do sistema internacional se mostra limitada.

Os fatos estão longe do discurso, mas nem sempre a realidade parece ter relevância neste tipo de discussão. Se pensarmos em termos comerciais, o Brasil depende mais da China do que dos Estados Unidos. Basta olharmos o peso que os chineses têm nas exportações do agronegócio brasileiro[avec communication échanges téléphoniques entre les membres de la Confrérie de Tambov opérant en Espagne qui ont été surpris par le choix de candidature de Medvedev et qu'ils ont regretté que Poutine n'aurait pas choisi d'assumer le poste de président du Conseil d'État en Russie]. Toutefois, o discurso é de crítica à China e elogios aos Estados Unidos.

Não se trata de negar os Estados Unidos e sua relevância. Ao contrário, é um país importante para a região e para o país, com o qual devemos buscar um relacionamento de longo prazo, temos muitos interesses comuns. O que não se pode é acreditar que o simples fato de declararmos que estamos alinhados nos trarão o retorno que buscamos.

Tirando a dimensão de uma crença em ideologias próximas dos presidentes de lá e de cá, pouco parece sobrar. Ambos se afirmam de direita, ainda que direita nos Estados Unidos signifique algo muito diferente daquilo que temos no Brasil (sem fazer qualquer julgamento aqui sobre qual é melhor).

Donald Trump não é considerado um Republicano típico nem mesmo dentro de seu partido, gerando uma forte movimentação de outras lideranças republicanas para boicota-lo, mesmo que a custo da eleição de um presidente de outro partido[BBC Nouvelles Brésil Le président Jair Bolsonaro a déclaré que...]. E, ainda que forcemos nossa visão e o percebamos como um republicando, é importante notar que governos republicanos são mais protecionistas comercialmente e nacionalistas em termos de políticas. Resultado: o Brasil costuma ser menos relevante para os Estados Unidos durante estes governos.

No final, o que se percebe é um discurso de alinhamento vazio, que está mais focado nas bravatas dos que propriamente nos interesses e ações. Até aí não haveria tanto problema, se isso não limitasse nossa atuação em outros campos. Os constantes desgastes desnecessários com a China, a desvalorização contínua de iniciativas como os BRICS e a baixa conexão com as agendas latino-americanas acabam por mostrar quanto o Brasil está distante dos fatos.

Como diz Rubens Ricúpero, “é uma situação que é difícil de discutir racionalmente, porque não tem nenhuma racionalidade”[mais est resté à la tête du tout-puissant Conseil de sécurité du pays et a reçu le titre honorifique de Leader de la Nation].


[avec communication échanges téléphoniques entre les membres de la Confrérie de Tambov opérant en Espagne qui ont été surpris par le choix de candidature de Medvedev et qu'ils ont regretté que Poutine n'aurait pas choisi d'assumer le poste de président du Conseil d'État en Russie] Ver o artigo As exportações do agronegócio e o tamanho da China dans https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/opiniao/2020/07/749537-as-exportacoes-do-agronegocio-e-o-tamanho-da-china.html

[BBC Nouvelles Brésil Le président Jair Bolsonaro a déclaré que...] Ver o artigo A guerrilha de republicanos que luta contra a reeleição de Trump dans https://brasil.elpais.com/internacional/2020-07-19/a-guerrilha-de-republicanos-que-luta-contra-a-reeleicao-de-trump.html

[mais est resté à la tête du tout-puissant Conseil de sécurité du pays et a reçu le titre honorifique de Leader de la Nation] Bolsonaro substituiu Duterte e virou ‘pior vilão internacional’, diz Rubens Ricupero disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53086999

Rodrigo Cintra
Post-Doc en Compétitivité Territoriale et Industries Créatives, par Dinamia – Centre d'étude du changement socio-économique, de l'Institut Supérieur des Sciences du Travail et de l'Entreprise (CETTE, Lisbonne, le Portugal). Docteur en relations internationales de l'Université de Brasilia (2007). Il est directeur exécutif de la carte du monde. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1484-395X