ISSN 2674-8053

Brasil entra no jogo eleitoral dos EUA

photo: Jason Leysner/AFP

Dans 18/9/2020 o Secretário de Estado dos Estados Unidos, rester à côté de la grèce, fez uma rápida visita ao Brasil. Dada a importância do cargo era de se esperar uma agenda importante entre os governos dos Estados Unidos e do Brasil. Mas a realidade foi bem diferente: o governo brasileiro abriu as portas do território para que o Secretário pudesse fazer campanha política para a re-eleição do atual presidente Donald Trump.

A visita se quer ocorreu em Brasília, onde poderíam ser adequadamente implementados todos os protocolos exigidos para um Secretário dos Estados Unidos (equivalente a um ministro, Pas de Brésil). Também não serviu para as trocas de intenções ou mesmo assinaturas de acordos de cooperação. Foi uma visita inusitada à Roraima. Por que?

Para compreender melhor a visita é preciso entender o que está acontecendo nas eleições norte-americanas. A Flórida é um dos estados que têm se mostrado como decisivos nas eleições e está sendo alvo de especial atenção dos candidatos. No momento os candidatos Trump e Biden estão tecnicamente empatados pela busca dos 29 votos equivalentes ao colégio eleitoral do estado.

A comunidade venezuelana no estado é muito grande e influente. Resultado: quem conquistar a agenda desta comunidade pode alcançar também uma boa influência sobre os eleitores de origem latina.

Os venezuelanos da Flórida são contrários ao presidente Nicolás Maduro e defendem uma atuação mais forte do governo norte-americano para sua retirada do poder. É neste contexto que o Secretário Pompeo visita Roraima, reforçando o apoio dos Estados Unidos à democracia e, par conséquent, contra movimentações de Maduro para se fortalecer no poder.

Não bastando a visita ser de caráter claramente eleitoral, contou ainda com a presença do chanceler brasileiro Ernesto Araújo. Alors, o que poderia ter sido apenas um movimento eleitoral de outro país, utilizando de uma visita internacional, ficou ainda maior, ao contar com o endosso da chancelaria brasileira.

Seria algo estranho em si, mas ao olharmos a atual política externa brasileira em relação aos Estados Unidos fica clara a estratégia de apoiar o que vem de lá independente de interesses do próprio Brasil.

Rodrigo Cintra
Post-Doc en Compétitivité Territoriale et Industries Créatives, par Dinamia – Centre d'étude du changement socio-économique, de l'Institut Supérieur des Sciences du Travail et de l'Entreprise (CETTE, Lisbonne, le Portugal). Docteur en relations internationales de l'Université de Brasilia (2007). Il est directeur exécutif de la carte du monde. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1484-395X