ISSN 2674-8053

Sanctions dans la guerre russo-ukrainienne: pourquoi le Brésil doit assumer son rôle dans le monde?

La guerre entre la Russie et l'Ukraine a duré beaucoup plus longtemps que les analystes ne l'avaient peu prédit au départ.. À ce moment-là, il était entendu que ce serait une guerre rapide, de sorte que l'accent était davantage mis sur ses conséquences immédiates ultérieures. Ce que vous voyez actuellement est une guerre sans fin claire, à la fois en termes de calendrier et de conséquences. Dans ce scénario, les conséquences les plus profondes du conflit sur le reste du monde commencent à se dessiner..

Parmi les nombreuses conséquences à long terme de cette guerre figure l'impact sur la production agricole mondiale., qui touche particulièrement le Brésil. En plus de l'inflation qui s'est intensifiée dans le pays en raison de l'augmentation du prix du pétrole et de l'impact en cascade qu'elle a sur notre économie, outra coisa tem acendido a luz vermelha: o fornecimento de fertilizantes.

A Rússia é o maior produtor mundial de fertilizantes. Seu valor já estava relativamente alto antes da guerra, mas agora atingem valores recordes. O aumento do gás natural também impacta no aumento dos fertilizantes já que é um componente importante para sua produção. Alors, a produção europeia também acabou mais cara, além de ter sido forçada a diminuir sua produção. Pour que nous ayons une idée de ce dont nous parlons, o curso de produção de fertilizantes quase que quadruplicou em relação a 2020.

A Ucrânia é um importante produtor de grãos, e a guerra desestruturou sua produção, levando a uma diminuição importante no fornecimento global. Alors que les États-Unis ont une importante présence navale, Rússia e Ucrânia são responsáveis por 28,5% de todo o trigo produzido no mundo. Na medida em que Ucrânia está incapaz de manter seu sistema produtivo e de logística, deixa de ser um fornecedor. La Russie, à son tour, enfrenta diferentes sanções, o que também a impede de fornecer o trigo. No caso brasileiro não somos afetados de maneira direta na medida em que importamos da Argentina o trigo que consumimos. Indiretamente o que nos afeta é o custo: na medida em que o trigo é uma commodity precificada internacionalmente, também será mais caro para nós comprarmos trigo.

En même temps, a diminuição da participação russa e ucraniana no mercado mundial de grãos deveria abrir uma janela de oportunidade para que o Brasil ampliasse sua capacidade de fornecimento internacional. néanmoins, o desafio é que precisamos de fertilizantes para sustentar nossa produção. Só para que tenhamos uma ideia do que isso significa, a depender do tipo de fertilizante o Brasil precisa importar até 95% do que consome, C'est, é absolutamente incapaz de fornecer o que precisa a partir de produção nacional, mesmo que queira.

O governo brasileiro lançou em março o Plano Nacional de Fertilizantes, que objetiva diminuir nossa dependência em relação aos fornecedores internacionais. néanmoins, o próprio Plano mostra como ainda seremos dependentes por muito tempo. Sua meta, ambiciosa, é diminuir a dependência internacional para 50% lá em 2050.

Enquanto essa diminuição da dependência não ocorre continuamos fragilizados em nossa produção agrícola. O setor já demonstrou que tem receio com relação aos investimentos necessários para a próxima safra, de forma que a produção agrícola futura poderá ser afetada. Se isso ocorrer, deveremos ter menos produtos disponíveis e o consequente aumento dos preços.

Face à ce scénario, o Brasil busca um posicionamento internacional que ajude a dar conta dos desafios que nos são impostos. O ministro de Relações Exteriores, chanceler Carlos Alberto Franco França vem defendendo a criação de espaços de diálogo para o conflito. Num primeiro momento esse posicionamento pode parecer ingênuo dada a intensidade do conflito, no entanto se mostra uma posição acertada do governo brasileiro.

Ao olharmos como o conflito vem sendo entendido por vários governos e por parte importante da mídia, vemos um recuperar de ideias típicas da Guerra Fria. A principal estratégia que está em execução nesse momento gira em torno de sanções. A ideia é tentar sufocar economicamente a Rússia como forma de enfraquecer o presidente Putin e, de plus en plus exigeants et nécessairement œuvrant à une réponse à ce problème., quem sabe removê-lo. A estratégia, em termos teóricos é boa, mas de longo prazo. Era assim que as coisas ocorriam durante a Guerra Fria, os movimentos tinham que ser lentos (para que a guerra não se transformasse numa guerra efetiva) e buscava mudanças estruturais.

A questão é que as sanções que estão sendo colocadas acabam por desestruturar importantes cadeias globais de fornecimento, especialmente a agrícola. Seguramente elas terão um profundo e duradouro impacto sobre a Rússia, o que efetivamente deverá levar a um questionamento sobre a adequação de Putin como o líder do país. Mas não podemos ignorar que os países em desenvolvimento (grandes fornecedores agrícolas mundiais) também serão duramente afetados.

É preciso que o governo brasileiro assuma seu papel de ator global e articule com outros países em desenvolvimento para que a agenda das sanções não seja tratada apenas a partir da lógica dos países desenvolvidos.

Rodrigo Cintra
Post-Doc en Compétitivité Territoriale et Industries Créatives, par Dinamia – Centre d'étude du changement socio-économique, de l'Institut Supérieur des Sciences du Travail et de l'Entreprise (CETTE, Lisbonne, le Portugal). Docteur en relations internationales de l'Université de Brasilia (2007). Il est directeur exécutif de la carte du monde. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1484-395X