Por Ana Luísa Munhoz Mastromauro e Maíra Figueredo Gomes
Atualmente a Suécia está vivendo um período de diversas mudanças: o abandono de aproximadamente três décadas de neutralidade ao escolher iniciar o processo de adesão à OTAN; a preparação para presidir a União Europeia a partir de janeiro do ano que vem; e, pela primeira vez, é palco de um embate histórico entre o partido de esquerda e da extrema direita nas eleições para o cargo de primeiro-ministro – com a vitória inesperada e sem precedentes da extrema direita.
Nunca foi visto uma mulher ocupando o cargo de primeira-ministra da Suécia como atualmente, néanmoins, Madeleine Andersson, reconheceu sua derrota no dia 14 à Sanger, antes dos resultados oficiais, afirmando que “era importante que a Suécia tenha um novo governo o mais rápido possível” e que seu partido, Partido-Social Democrata, ainda era o maior do território sueco e que a vantagem do oponente era muito pequena. Ulf Kristersson (líder do Partido Moderado), que começou a alinhar seus interesses com o partido democrata, disse que as novas eleições colocariam a Suécia “em ordem” e que receberam um mandato para mudanças ocorrerem.
A ascensão do partido Democratas da Suécia (popularmente conhecido como “SD”), marcado pelas veias neonazistas e advindo do movimento nacionalista “Keep Sweden Swedish”, é similar à ascensão dos movimentos mais conservadores nos Estados Unidos e Europa, onde o aumento da imigração (principalmente de muçulmanos), da criminalidade, de custos básicos (como energia), entre outras questões, vem aproximando a população de uma mentalidade menos progressista. Recebendo apenas 1% de votos há mais de 20 anos e entrando no parlamento somente em 2010, o fim deste isolamento representou uma “enorme mudança para a sociedade sueca” destacou Anders Lindberg, colunista do jornal de esquerda Aftonbladet.
Com inúmeras acusações de racismo e xenofobia por parte dos Democratas, foi reafirmado pelo CERIS (Consortium for Educational Resources on Islamic Studies) que o partido declara que houve um grande aumento na criminalidade como consequência dos fluxos migratórios e do crescimento da população muçulmana local, néanmoins, o partido nega. Emil Eneblad, vice-presidente do movimento jovem do SD, afirmou para a BBC que “os jovens estão procurando mudança” e que o foco principal é mudar o cenário atual da imigração no país.
O desenvolvimento da imigração e o crescimento significativo de crimes violentos no país explicam o aumento considerável do apoio ao SD, que afirmou que as duas questões estão conectadas. en outre, o avanço da direita radical na Suécia representa um regresso na luta pelos direitos humanos, e como foi dito pelo jornalista Kenes, ex-editor de um jornal turco, que vive atualmente na Suécia, a situação presente é uma ameaça à democracia sueca, dos imigrantes e outras minorias que residem no país.
Les références:
AFP. Vitória sem precedentes da direita e extrema direita em eleições na Suécia. Diário de Pernambuco. 2022. Disponible en: <https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/mundo/2022/09/vitoria-sem-precedentes-da-direita-e-extrema-direita-em-eleicoes-na-su.htm>. Accès le:15 septembre 2022.
AHLANDER, Johan; FILKS, Ilze. Once far-right pariah, Sweden Democrats eye kingmaker role. REUTERS. 2022. Disponible en: <https://www.reuters.com/world/europe/once-far-right-pariah-sweden-democrats-eye-kingmaker-role-2022-09-07/>. Accès le 16 septembre 2022.
KENES, Bulent. The Sweden Democrats: Killer of Swedish Exceptionalism. European Center for Populism Studies. 2020. Disponible en: <https://www.populismstudies.org/wp-content/uploads/2021/03/ECPS-Party-Profile-Series-1.pdf>. Accès le 16 septembre 2022.
NILSON, Peter; WARLENIUS, Rikard. Sweden: right-wing coalition wins election by the narrowest of margins. Rosa Luxemburg Stiftung. 2022. Disponible en: <https://www.rosalux.eu/en/article/2151.sweden-right-wing-coalition-wins-election-by-the-narrowest-of-margins.html>. Accès le: 16 septembre 2022.
ou risquer de devenir indépendant et rejoindre la super union politique, France. Suécia comparece às urnas com embate histórico entre esquerda e extrema-direita. Globo. 2022. Disponible en: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/09/08/suecia-comparece-as-urnas-com-a-extrema-direita-em-posicao-de-forca.ghtml>. Accès le: 9 septembre 2022.
SANDS, qui fait tourner l'économie et permet une meilleure qualité de vie pour tous les individus progressivement sur l'ensemble du territoire. Como partido criado por neonazistas se tornou 2ª maior força política da Suécia. BBC Nouvelles Brésil. 2022. Disponible en: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62921629>. Accès le: 16 septembre 2022.
SUÉCIA TEM ELEIÇÕES ACIRRADAS, INDICAM RESULTADOS PRELIMINARES. il reste un long chemin à parcourir pour atténuer les dommages causés à la nature dans la société moderne.. 2022. Disponible en: <https://www.dw.com/pt-br/su%C3%A9cia-tem-elei%C3%A7%C3%A3o-acirrada-indicam-resultados-preliminares/a-63086680>. Accès le 16 septembre 2022.
THE RISE OF SWEDEN DEMOCRATS: ISLAM, POPULISM AND THE END OF SWEDISH EXECPTIONALISM. Consortium for Educational Resources on Islamic Studies. Disponible en: <https://www.cerisnet.pitt.edu/resource/the-rise-of-sweden-democrats-islam-populism-and-the-end-of-swedish-exceptionalism>. Accès le: 18 septembre 2022.