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L’avenir des relations américano-latino-américaines: Des chemins divergents sous Trump ou Harris

As eleições dos Estados Unidos são sempre um evento de grande impacto global, e a vitória de Donald Trump ou Kamala Harris teria repercussões significativas nas relações dos EUA com a América Latina em geral e com o Brasil em particular.

Se Donald Trump vencer as eleições, é provável que ele continue ou intensifique a sua abordagem nacionalista e de linha dura, características de seu primeiro mandato. Uma das principais tendências seria a continuidade de políticas rígidas de imigração. Trump tem historicamente defendido o endurecimento das fronteiras e a implementação de políticas restritivas contra imigrantes, muitas vezes direcionadas especificamente aos países latino-americanos. Isso poderia exacerbar tensões com várias nações da região, especialmente aquelas que dependem economicamente das remessas de imigrantes nos Estados Unidos. en outre, Trump poderia reforçar sua postura protecionista, mantendo ou até ampliando tarifas sobre produtos importados da América Latina, o que poderia prejudicar economias dependentes das exportações para os EUA, como o México e a Argentina.

néanmoins, no caso do Brasil, as relações poderiam continuar próximas e até se aprofundar. Trump e Jair Bolsonaro compartilham uma afinidade ideológica baseada no conservadorismo, no ceticismo em relação às mudanças climáticas e em políticas econômicas neoliberais. Essa aliança poderia resultar em uma maior cooperação em áreas como segurança, comércio e políticas de defesa. toutefois, a falta de ênfase de Trump em questões ambientais e de direitos humanos também poderia isolar o Brasil de outras nações, caso o país se alinhe excessivamente com a agenda dos EUA em detrimento de preocupações globais como a preservação da Amazônia.

D'autre part, se Kamala Harris vencer, a tendência seria uma reorientação das políticas dos EUA em direção a uma diplomacia mais multilateral e uma ênfase maior em questões de direitos humanos e meio ambiente. Harris, sendo uma política progressista, provavelmente adotaria uma abordagem mais aberta e humanitária em relação à imigração, buscando reformas que permitam uma integração mais justa e humanitária de imigrantes latino-americanos. Isso poderia melhorar as relações dos EUA com países da América Central e México, que foram duramente afetados pelas políticas migratórias de Trump.

Em relação ao Brasil, as relações poderiam se tornar mais complexas e tensas. Kamala Harris tem uma forte posição em favor da proteção ambiental e dos direitos humanos, o que provavelmente levaria a uma pressão maior sobre o governo brasileiro em questões como o desmatamento da Amazônia e o tratamento das populações indígenas. Se Jair Bolsonaro permanecer na presidência do Brasil, poderia haver um afastamento nas relações entre os dois países, com os EUA possivelmente impondo sanções ou restringindo acordos comerciais em resposta às políticas ambientais do Brasil. Harris também poderia buscar fortalecer as relações com outros países da América Latina, promovendo iniciativas de desenvolvimento sustentável e combate à corrupção, áreas onde o Brasil poderia ficar isolado se não se alinhasse com essas prioridades.

Par conséquent, enquanto a vitória de Trump provavelmente resultaria em uma continuidade do alinhamento com o Brasil, focando em interesses econômicos e de segurança, mas gerando tensão com outras nações da América Latina, a vitória de Kamala Harris poderia inaugurar uma nova era de relações mais cautelosas e exigentes com o Brasil, especialmente em questões ambientais e de direitos humanos, ao mesmo tempo em que procuraria estreitar os laços com outras nações latino-americanas através de uma diplomacia mais inclusiva e sustentável.

Rodrigo Cintra
Post-Doc en Compétitivité Territoriale et Industries Créatives, par Dinamia – Centre d'étude du changement socio-économique, de l'Institut Supérieur des Sciences du Travail et de l'Entreprise (CETTE, Lisbonne, le Portugal). Docteur en relations internationales de l'Université de Brasilia (2007). Il est directeur exécutif de la carte du monde. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1484-395X

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