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Azerbaijão: história e status atual de uma nação enigmática

O Azerbaijão, uma nação situada no Cáucaso, é um país de contrastes e riqueza cultural. Com uma história que remonta a milhares de anos, seu território já foi palco de inúmeras civilizações, invasões e impérios. Este artigo apresenta uma visão abrangente sobre a história do Azerbaijão e seu status contemporâneo, oferecendo uma introdução esclarecedora para quem deseja conhecer mais sobre esta fascinante nação.

A história do Azerbaijão é marcada pela sua localização estratégica, que fez do país um ponto de convergência entre o Oriente e o Ocidente. A antiga Albânia Caucasiana, um reino estabelecido na região, é um dos primeiros marcos históricos. Durante séculos, o território do Azerbaijão foi disputado por persas, romanos, árabes e mongóis, cada um deixando sua marca cultural e religiosa.

No século VII, a conquista árabe introduziu o Islã, que gradualmente se tornou a religião predominante. A partir do século XI, diversas dinastias turcomanas dominaram a região, até a ascensão do Império Safávida no século XVI, que consolidou a influência persa e o islamismo xiita. Este período foi crucial para a formação da identidade cultural do Azerbaijão.

No século XIX, o Azerbaijão foi incorporado ao Império Russo, e após a Revolução Russa de 1917, brevemente desfrutou de independência como a República Democrática do Azerbaijão em 1918, antes de ser integrado à União Soviética em 1920. Durante o período soviético, o Azerbaijão passou por uma significativa industrialização e urbanização, embora sob uma rígida supervisão do regime comunista.

A moderna República do Azerbaijão conquistou sua independência em 1991, após o colapso da União Soviética. No entanto, os primeiros anos de independência foram marcados pelo conflito com a Armênia pelo controle da região de Nagorno-Karabakh, um território de maioria armênia que declarou independência do Azerbaijão. A guerra resultou em dezenas de milhares de mortos e centenas de milhares de refugiados e deslocados.

Nos anos recentes, o Azerbaijão tem experimentado um crescimento econômico significativo, impulsionado principalmente pela exploração de petróleo e gás natural. A capital, Baku, é hoje uma metrópole vibrante, conhecida por sua arquitetura moderna e arranha-céus que contrastam com a Cidade Velha, um Patrimônio Mundial da UNESCO. Este desenvolvimento tem sido acompanhado por um esforço governamental para diversificar a economia, incluindo investimentos em turismo, tecnologia e infraestrutura.

Politicamente, o Azerbaijão é uma república presidencialista, com o presidente exercendo amplo poder. Ilham Aliyev, presidente desde 2003, tem sido criticado por organizações internacionais por práticas autoritárias e violações dos direitos humanos. A liberdade de imprensa e a atividade política dissidente são severamente restringidas, o que levanta questões sobre o futuro democrático do país.

O Azerbaijão é também um importante ator regional. Em 2020, o país retomou o controle de parte de Nagorno-Karabakh após um conflito armado com a Armênia, mediado pela Rússia. Este conflito moldou as dinâmicas geopolíticas no Cáucaso, com implicações para as relações entre o Azerbaijão, a Armênia, e outras potências regionais, incluindo a Rússia, a Turquia e o Irã.

Culturalmente, o Azerbaijão é conhecido por sua rica herança musical, incluindo o mugham, um gênero tradicional de música que combina poesia e melodias complexas. A culinária azeri, com pratos como o plov (um prato de arroz com carne e especiarias) e o dolma (vegetais recheados), reflete a diversidade cultural do país.

Em termos de sociedade, o Azerbaijão é um país majoritariamente muçulmano, mas com uma abordagem relativamente secular e uma coexistência harmoniosa de várias religiões e etnias. A língua oficial é o azerbaijano, que pertence ao ramo turcomano das línguas altaicas, mas o russo também é amplamente falado, refletindo o legado soviético.

O Azerbaijão oferece uma mistura única de tradições antigas e modernidade, situado no cruzamento de importantes rotas comerciais e culturais. Para aqueles interessados em descobrir mais sobre este país, o Azerbaijão apresenta uma oportunidade fascinante de explorar uma nação rica em história, diversidade e potencial futuro.

Rodrigo Cintra
Pós-Doutor em Competitividade Territorial e Indústrias Criativas, pelo Dinâmia – Centro de Estudos da Mudança Socioeconómica, do Instituto Superior de Ciencias do Trabalho e da Empresa (ISCTE, Lisboa, Portugal). Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (2007). É Diretor Executivo do Mapa Mundi. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1484-395X

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