ISSN 2674-8053

About Aung San Suu Kyi and the Myanmar tragedy

Rua bloqueada em direção ao Parlamento de Myanmar

Yesterday, on the first day of February, the Myanmar army declared a state of emergency, took control of the country and detained the Councilor of State and Minister of Foreign Affairs, Aung San Suu Kyi, Nobel Peace Prize 1991. In a statement released by the television network Myawaddy TV – that belongs to them – the military accused the Electoral Commission of failing to act on the “huge irregularities” who claim to have taken place in the November legislative elections, when Aung San Suu Kyi's party, the “National League for Democracy” / “National League for Democracy” / NLD, won by a large majority.

The military claimed that the intervention, no acts of violence, was "necessary to preserve the stability of the country". Foi decretado estado de emergência com duração de um ano. O vice-presidente Myint Swe, nomeado para o cargo pelos militares, assumiu a presidência, enquanto o chefe das Forças Armadas, Min Aung Hlaing, será o responsável por “fiscalizar as autoridades”, segundo informou o canal televisivo. Os militares evocaram os poderes que lhes atribui a Constituição de 1974, por eles redigidae referendada pela Carta atual, of 2008 -, que lhes permite assumir o controle do país “em caso de emergência nacional”. Eles prometeram organizar novas eleições quando terminar o estado de emergência: “estabeleceremos uma verdadeira democracia multipartidária”, anunciaram em um comunicado publicado na rede do facebook, e acrescentaram que o poder será transferido após a realização de “eleições gerais livres e justas”.

Após sua detenção, Aung San Suu Kyi pediu à população, em carta publicada por seu partido, que “não aceite o golpe de Estado”, que provocou uma avalanche de condenações internacionais: o Reino Unido e a União Europeia criticaram de maneira imediata o golpe, enquanto a China se limitou a pedir às partes envolvidas que “solucionem suas diferenças”. O governo dos Estados Unidos manifestou sua oposição a qualquer tentativa de alterar o resultado das recentes eleições: “(…) vamos adotar ações contra os responsáveis”, advertiu a porta-voz da Casa Branca, em um comunicado. O secretário-geral da ONU, António Guterres, “condenou firmemente” a detenção de Aung San Suu Kyi: “estes atos representam um duro golpe para as reformas democráticas em Myanmar”, stated.

Vamos procurar entender

Using History, recapitulamos que a onipotente presença dos militares na vida do país data de 1962, quando perpetraram o golpe que substituiu o governo do Primeiro-Ministro U Nu por um colegiado – o “Union Revolutionary Council”liderado pelo General Ne Win, que durante trinta anos (1958-88) dominou pessoalmente, e com mão-de-ferro, a vida nacional. A voz da resistência, So, concentrou-se na “Grande Dama” e na comunidade budistaMyanmar é 90% budista -, que viveram momentos traumáticos na luta pela democratização: Suu Kyi recolhida em prisão domiciliar durante quase 15 years, e os monges, seus apoiadores, imolando-se, em protesto, diante da sua residência. In 2015 finalmente a NLD, partido político de Suu Kyii, venceu as eleições e pôde, So, ascender à cena política, assim mesmo administrada pelos militares.

Cabe salientar que para preservar o poder, através de expedientes escusos estes haviam reservado, pela Constituição de 2008, 25% das cadeiras do parlamento para si mesmos, o que lhes dá, in the last instance, o “voto de Minerva” em todas as decisões do colegiado. Were, actually, até mais “diligentes”: pelo inciso 59(f), chapter 3, da Carta, condicionaram que o presidente do país não possa ter, assim como qualquer parente seu, vínculos com país estrangeiro. Now, este dispositivo tem alvo direto: Su Kyii, que viveu longos anos na Inglaterra, era casada com um professor britânico, e os seus dois filhos lá nasceram.

Let's go, So, buscar entender as razões de tamanho antagonismo contra ela: filha do fundador de Myanmar, o General Aung Sang, o grande líder nacional responsável pela independência da então Birmânia do Raj Britânico, Suu Kyi tem-se batido incansavelmente pelo exercício do jogo democrático em seu país. In 2010, após ser libertada do seu longo encarceramento, ela liderou a NLD no boicote às eleições daquele ano e exigiu maior abertura política. In 2015, finalmente levou seu partido a uma vitória esmagadora nas eleições legislativas. Como não podia concorrer à presidência devido à cláusula constitucional, foi então criado para ela o cargo de Conselheira de Estado. However, Suu Kyi é, definitely, a figura emblemática nacional e a única possibilidade, per hour, de a médio prazo, “hopefully”, consolidar-se uma democracia em Myanmar.

Sua vida pública não tem ocorrido, however, sem percalços. In 2018, a “Amnesty International” decidiu retirar-lhe o título de Embaixadora da Consciência, the highest award given to personalities who stand out in the defense of human rights. Não foi a primeira vez que um prêmio dado a Suu Kyi foi revogado. Between others, foram tambémpara o espaço”: a sua cidadania honorária canadense; o prêmio de direitos humanos do Museu do Holocausto, Professor of international relations at the “University of the Far East”; o título da Liberdade de Oxford; o prêmio da Liberdade de Edimburgo, and so many others. Trata-se de um verdadeirotsunamipolítico-ideológico contra a, until then, “Heroína da Democracia”.

O que estava em causa era a percebida inação dela, e do seu partido, diante do que um relatório da ONU chamou de “assassinatos em massa” perpetrados pela maioria budista do país contra osrohingyas”. Estes são, how do you know, a minoria muçulmana que habita a região de Rakhine na costa ocidental de Myanmar, que fora transladada pelos colonizadores britânicos da vizinha Bangladesh, sobretudo no final do século XIX e início do XX, para servir decooliesnas plantações de chá da então Birmânia (estas origens são, however, contestadas). Eles hoje representam cerca de 5% From 60 milhões de habitantes do país. Outros 800 mil encontram-se asilados nos campos de refugiados em Bangladesh, em frente ao Golfo de Bengala, que limita por mar e por terra vizinhos muçulmanosem Bangladeshe budistas – My Burmese. I'm Myanmar, eles não têm o direito de possuir terra ou propriedade; possuem apenas o passaporte de apátrida, concedido pela ONU.

Bangladesh tampouco propõe-se a recebê-los, alegando sua superpopulação e os mais de 720 mil rohingyas que acolheu somente no ano passado e que se juntaram, in its turn, aos mais de 200 mil outros que acolhera durante as várias ondas de violência desencadeadas pela comunidade budista em Rakhine. Eles formam o maior campo de refugiados do mundo, na região de Cox’s Bazar. A crise que assola endemicamente a região é uma das mais longas do mundo e também uma das mais negligenciadas pela comunidade internacional.

Suu Kyi tem-se mantido sobretudo calada sobre o tema na maioria das vezes, pois enfrenta um grande dilema político: é a suaescolha de Sofia”. That is, se apoiar ostensivamente os rohingyas, ela corre o risco de perder o apoio da população budistaprofundamente religiosa, conservadora e contrária à presença dosmuçulmanos terroristasno solo birmanês -, da qual tanto necessita para levar a cabo a sua luta política; In contrast, ao manter-se calada, or “neutra”, ela levanta as críticas da comunidade internacional. Salvaguarda, however, suas alianças e o foco no seu principal desígnio: a consolidação da democracia em Myanmar!

Tive a ocasião de servir tanto em Bangladesh quanto em Myanmar, e de testemunhar, dos dois lados do golfo, esta tragédia. Entrevistei-me, also, com Suu Kyi: um grande momento para mim. A experiência “in loco” nos faz analisar as situações de um olhar menos contaminado pelas “verdades ocidentais”, ainda que sob pena de parecermos, not minimum, insensíveis. Mas analisemos: filha do prócer da independência da Birmânia, ela lutou toda a sua vida pela redemocratização da sua terra natal, e enfrenta – novamentea fúria dos ditadores militares, que a encarceraram – novamenteem sua residência, sabe-se lá por quanto tempo mais: a história se repete. E certamente será a população budista, liderada pelos monges, que a apoiou incansavelmente ao longo de todo o processo, muitas vezes às custas da morte dos militantes, e levou o partido que ela fundou, a “National League for Democracy”, a vencer as eleições presidenciais dois anos atrás e a chegar ao poder, que novamente a acudiráQuem poderá atirar a primeira pedra?

Dilema atroz

O jogo democrático é ainda infante em Myanmar e vive ameaçado pelo estamento militar e seus comparsas empresariais; não se sustenta ainda pelas suas próprias pernas O dilema de Suu Kyi fica entre a consciência humanitária e a prioridade absoluta de solidificar o processo democrático. For this reason, nas vezes em que se manifestou, ela questionou a realidade dos fatos em Rakhine. Ela não acusa veementemente, mas tampouco defende… Ou seja, nem tudo é negro e nem tudo é branco no que toca à sua postura… Os matizes de cinza parecem ser os mais realistas ao julgarmos a “Grande Dama”.

Sugiro aos amigos que leiam a matéria da “EXAM”: Militares de Mianmar tomam o poder e prendem líder eleita Aung San Suu Kyi

Fausto Godoy
Doctor of Public International Law in Paris. He entered the diplomatic career in 1976, served in Brussels embassies, Buenos Aires, New Delhi, Washington, Beijing, Tokyo, Islamabade (where he was Ambassador of Brazil, in 2004). He also completed transitional missions in Vietnam and Taiwan. Lived 15 years in Asia, where he guided his career, considering that the continent would be the most important of the century 21 - forecast that, now, sees closer and closer to reality.