ISSN 2674-8053

Desemprego na Europa diante a crise

O desemprego na Europa já vem sofrendo declínios  na sua economia , e com a crise financeira e econômica de 2008 e a ocorrência da pandemia no ano de 2019, atingiu as políticas de âmbitos sociais, de emprego e a economia mundial, foi desencadeado o aumento das taxas de desemprego em toda a Europa, porém apenas um país, a Espanha, se encontrou na posição onde sua taxa de desemprego estava acima de 10%, em 2012 esse número subiu para 12 países que ainda se encontram acima dessa porcentagem.  A partir disso, a União Europeia sempre teve como objetivo garantir que 75% das pessoas com idades entre 20 e 64 anos tivessem emprego até 2020.

 Entre os anos de 2014 a 2019, a taxa de desemprego na Europa, chegou a atingir uma queda de 11,9% para 7,6%. Já no último ano, 2020, uma taxa de 7,8% foi apresentada, sendo a maior desde 2008 – 7,4%.Assim, esforços como a ajuda à entrada de jovens no mercado de trabalho, o combate ao desemprego de longa duração e a facilitação da mobilidade dos trabalhadores na União Europeia foram adotados.. 

Contudo, com a eclosão da pandemia, a Europa não ficou de fora da crise econômica global, a partir disso, a geração dos jovens dos países europeus enfrenta riscos em relação ao desemprego. A Europa registrou uma taxa de desemprego de 17,6% em agosto de 2020 para as pessoas jovens (de 25 anos para baixo), que em janeiro era de 14,7%. Os jovens são os que mais estão sofrendo com essa falta de oferta de empregos devido à falta de demanda por serviços de setores como viagens, varejos e hotelaria. Até mesmo adolescentes com formação universitária enfrentam a concorrência que antes não existia para cargos em nível básico diante o alto número de trabalhadores recém demitidos. Isso faz com que pensemos nos pontos de impacto que isso veio a refletir no PIB dos países europeus, na Espanha, por exemplo, houve um brusco declínio do mesmo, mostrando que em 2018 e 2019, o PIB anual era de 1.204.241M.€ e 1.244.772M.€, respectivamente, e no ano de 2020 sua queda para 1.121.698M.€. 

Com base nas instituições europeias, economias muito dependentes de serviços serão mais difíceis de serem recuperadas levando em conta cada onda de contágio do COVID-19. Com o intuito de preservar a economia, as jornadas de trabalho foram reduzidas. Sendo assim, a perda de empregos não ocorreu uniformemente entre os países do continente, no final do ano de 2020, por exemplo, Espanha sofreu seu colapso econômico ao apresentar o pior desempenho da Europa, consequentemente sendo o país que levará mais tempo na recuperação do PIB, de acordo com as últimas projeções da Comissão Europeia, já que apresentou uma taxa de desemprego muito elevada, 14,8%, e é apontada por Bruxelas como o país que mais precisará de tempo para se recuperar. Por outro lado, a Alemanha manteve sua taxa de desemprego em 3,5%. 

Diante dos dados apresentados, a Europa conteve o desemprego durante a pior crise econômica que já enfrentou desde 1930. Essa contenção se deu a partir das ações tomadas sobre a redução das jornadas garantiu que empresas em dificuldades mantivessem seus funcionários, diminuindo seu horário de trabalho e consequentemente, amortecendo o impacto inicial da crise. Contudo, o governo subsidia a outra metade do salário do colaborador. Um exemplo, é o governo alemão que cobre entre 60% e 70% do salário por horas não trabalhadas. 

 Contudo, a pandemia contribuiu para o crescimento das taxas de desemprego pela Europa e, consequentemente, comprometeu a economia do continente, que em 2020 registrou uma contração de 6,1% na UE e 6,6% na zona euro. Esse aumento no índice de desemprego na Eurozona é ainda maior de quando ocorreu a crise financeira mundial de 2008, quando as taxas alcançaram 7,5% e mais tarde, no seu pior momento, ela chegou a bater 12,1% a partir da segunda metade de 2013. Ainda que, diante de uma visão geral, empresas e consumidores tenham conseguido se adaptar para enfrentar as medidas de contenção, setores como o de turismo e serviços, continuam sendo afetados, pois mesmo em 2019 a taxa de desemprego na Eurozona se situava entre 7,6% a 6,4%, no mês de Abril. Previsões econômicas mostram que os países europeus irão voltar a seus níveis registrados anteriormente à crise, porém cada um em seu momento. Até agora é previsto que em 2021 ocorra um aumento na economia  de 4,2% e de 4,4% para 2022

Contudo, com o aumento das vacinações, restrições serão progressivamente supridas, ocasionando gradativamente o aumento da demanda por empregos e movimentação do mercado de trabalho, que por sua vez serão fomentados pela retomada do turismo e serviços. As previsões para 2021 são de que a taxa de desemprego na UE atinja 7,6% e em 2022, 7%. Já na área do euro, a taxa deve alcançar nos anos de 2021 e 2022, 8,4% e 7,8% sucessivamente. As taxas apresentadas continuarão sendo maiores do que as registradas antes da crise, porém com previsões de melhorias ao longo dos anos refletindo na economia. 

Por Luiza Abate e Gabriel Arcanjo

Referencias:

ALDERMAN, Liz e ABDUL, Geneva. Jovens e desempregados na Europa. Exame, 13 nov. 2020. Disponível em:  https://exame.com/mundo/jovens-e-desempregados-na-europa/ Acesso em: 10 jun. 2021.

PELLICER, Lluís, FARIZA, Ignacio e DE MIGUEL, Rafa. Os dois extremos da Europa na crise. El País, 21 nov. 2020. Disponível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2020-11-21/os-dois-extremos-da-europa-na-crise-do-coronavirus.html Acesso dia 10 jun. 2021.

EUROPA: mais de 1,8 milhões de desempregados no longo prazo. Euler Hermes, 25 fev. 2021. Disponível em: https://www.eulerhermes.com/pt_BR/publicacoes-economicas/noticias/europa-mais-1-8-milhao-de-desempregados-no-longo-prazo.html Acesso dia: 10 jun. 2021.

TAXA de desemprego – 2014 – 2019. Conselho Europeu, 25 nov. 2020. Disponível em: https://www.consilium.europa.eu/pt/infographics/unemployment-rate-2014-2019/ Acesso dia: 10 jun. 2021;

MONTEIRO, Ana Catarina. Taxa de desemprego na Europa atinge mínimos históricos. Hispersuper, 3 mar. 2020. Disponível em: https://www.hipersuper.pt/2020/03/03/taxa-desemprego-na-europa-atinge-minimos-historicos/ Acesso dia: 10 jun. 2021.

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