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Afghanistan at the crossroads (II) – the interim government office

Zabihullah Mujahid, Taliban Porta Vorz during a press conference in Kabul (6/September;2021). EPA-EFE/FILE/STRINGER

O Talibã informou ontem, 07/09, the names of the members of the interim government cabinet he installed in Kabul in 15/08. Unlike what I had previously announced, whatever, establish an inclusive criterion that encompassed the various aspects that make up the country's complex ethnic and political fabric – which had generated a certain optimistic expectation on the part of the international community – all the names announced are of established leaders, and no women were included. In fact, these names refer to the historical lineage of the radical movement that predominated in Afghanistan between 1996 e 2001. E muitos deles despertam má lembrança

Lidera o gabinete, composto de trinta e três membros, o Mullah Mohammad Hasan Akhund, que assume o cargo de Primeiro-Ministro, interino, e liderará o conselho de governo do Talibã. By the way, Akhund consta da lista de terroristas declarados pela ONU. Ele será secundado por dois Vice-Primeiros-Ministros, Mullah Abdul Ghani Baradar e Mullah Abdul Salam Hanafi. Outro membro “conspícuo” do gabinete é Sirajuddin Haqqani, líder da poderosa facção Haqqani, que está por trás de vários atentados perpetrados no Afeganistão, inclusive em Cabul, in 2017, que matou mais de 150 people. Sua facção é muito próxima da corrente Al Qaida. Haqani foi designado Ministro do Interior. O gabinete conta ainda com seis Ministros de governo, dentre os quais o principal negociador com os americanos e articulador do “Acordo de Doha” (tema que abordei em postagem anterior), Maulvi Amir Khan Mutaqqi, que se encarregará das relações exteriores.

O anúncio deste gabinete interino é um passo fundamental para a formação de um governo permanente dos talibãs. Mas neste caminho, a nova liderança enfrentará desafios significativos, começando por estabilizar a economia do país e ganhar reconhecimento internacional. However, as primeiras manifestações do emir Mawlawi Hibatullah Akhundzada, líder supremo do Talibã e atual emir do “Emirado Islâmico do Afeganistão”, that is, o chefe dos tribunais islâmicos, já levantaram questionamentos. Indeed, num comunicado ele afirmou que “os talibãs querem relações fortes e saudáveis com nossos vizinhos e todos os outros países, com base no respeito mútuo e interação”, ressalvando que “eles respeitarão as leis e tratados internacionais que não estejam em conflito com a sharia e os valores nacionais do país”.

Este anúncio levantou indagações dos especialistas. A analista-chefe da BBC, Lyse Doucet, afirmou que “um movimento que há muito se moveu nas sombras, cujos nomes só apareceriam nas listas de observação do terrorismo mundial, está agora anunciando títulos empregados pelos governos de todo o mundo”. E confirmando a percepção difundida de que a coesão que os talibãs insistem em mostrar não reflete a realidade, ela afirma que “o primeiro-ministro interino Mullah Akhund aparece como um candidato de compromisso para apaziguar temporariamente as rivalidades entre as principais figuras militares e políticas que servirão sob seu comando”.

Ela conclui que “a vitória talibã significa tão somente a do mandato talibã”. E aí está o nó da questão

Conforme já expliquei em postagens anteriores, o Afeganistão é composto por uma miríade de etnias e tribos encravadas num território montanhoso e inóspito, que as isola. In addition, elas têm hábitos ancestrais arraigados, resultantes de uma longa e conturbada história de lutas contra a ocupação por invasores de várias origens – persas, greeks, Mongolians, ingleses, soviéticos, ocidentais, etc. Não é à toa que o Afeganistão é chamado de “cemitério de Impérios”

Estes invasores temporários inseminaram tanto na genética da população quanto nas suas tradições valores que cada uma delas defende “erga omnes”. A importância disto reflete-se até na constituição de 2004 e no hino nacional que citam nominalmente quatorze dessas etnias, dentre as quais as mais numerosas, os pashtun (etnia dos talibãs), os tajiques, os uzbeques e os hazaras (Shiites, in its turn). Nenhuma delas aceita a preponderância de outra sobre si, however large it is numerically. Como já disse anteriormente, a única solução possível para se alcançar uma relativa harmonia, At my point of view, é o consenso alcançado numa assembleia de líderes, a “loya jirga”.

Aparentemente, yet, pelo menos de público, os novos mandatários de Cabul têm-se recusado a convocá-la, embora tenham manifestado de público a intenção de acolher os outros grupos em seu governo. E, contrariamente ao que afirmam, o país não está pacificado: há bolsões de resistência não somente no Vale do Panjshir, bastião tradicional da etnia tajique, what, sob a liderança do clã Masoud, tem resistido bravamente ao domínio talibã, ainda que este afirme ter dominado a militância, senão também de parte de outros grupos.

Neste cenário ainda conturbado os países estrangeiros estão adotando uma postura de “wait and see”. Os talibãs no poder no Afeganistão são uma realidade. Mas como lidar com esta realidade, que transforma ferozes inimigos em interlocutores?

O Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que para assegurar apoio à população afegã, a UE terá que “se envolver com o novo governo no Afeganistão, o que não significa reconhecimento; é um compromisso operacional”. Conforme afirmou, “esse engajamento operacional poderá ser incrementado, dependendo do comportamento do governo”.

Still according to him, “para medir este comportamento, precisamos de referenciais, e os seguintes são os parâmetros que discutimos: “julgaremos o comportamento e nos envolveremos de acordo com o compromisso do governo afegão de que o Afeganistão não sirva de base para a exportação do terrorismo para outros países. O segundo lugar é o que toca ao respeito pelos direitos humanos, em particular aos direitos das mulheres, ao Estado de Direito e à liberdade de imprensa. A terceira referência será a criação de um governo de transição inclusivo e representativo, através de negociações entre as forças políticas no Afeganistão. O quarto será o livre acesso à ajuda humanitária, respeitando nossos procedimentos e condições. Aumentaremos a ajuda humanitária, mas vamos calibrá-la conforme o acesso que eles forneçam para esta ajuda, de acordo com nossos procedimentos e condições. A última referência será o cumprimento do compromisso do talibã sobre a saída de estrangeiros e afegãos que estão em risco e que desejam deixar o país, em consonância com o que já foi decidido pela Resolução 2593 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

That is, nunca, nestes termosCinicamente (honestamente…) talking, enquanto os europeus não entenderem as circunstâncias que vive o país e os valores não somente da liderança talibã, senão da própria população, o país ficará à mercê do radicalismo islâmico retrógrado, que já colocou em risco qualquer progresso social que tenha sido alcançado nestes últimos anos, sobretudo no que toca à condição das mulheres. Tamanha rigidez torna este diálogo impossível; este tem sido, by the way, o espólio herdado do colonialismo, que abriu caminho tanto para os soviéticos, in 1979; quanto para os mujahedeen, in the decade 80; para os talibãs, in 1996; para os ocidentais, in 2001; e agora para o “reencarnado” talibã. Esta é a radiografia trágica do “Grande Jogo” que é jogado desde o século XIX no Afeganistão, “cemitério de impérios”

To be continued…

(Read too “Afghanistan at the crossroads: cenários” e “Afghanistan at the crossroads (III) – the Taliban, o EI-K, the Hazaras and China“)

Recomendo o video a seguir

Fausto Godoy
Doctor of Public International Law in Paris. He entered the diplomatic career in 1976, served in Brussels embassies, Buenos Aires, New Delhi, Washington, Beijing, Tokyo, Islamabade (where he was Ambassador of Brazil, in 2004). He also completed transitional missions in Vietnam and Taiwan. Lived 15 years in Asia, where he guided his career, considering that the continent would be the most important of the century 21 - forecast that, now, sees closer and closer to reality.

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