ISSN 2674-8053

“One Belt, one Road”: A Nova Rota da Seda e a iniciativa chinesa para a integração

O que é a Nova Rota da Seda?

A Nova Rota da Seda ─ designada Belt and  Road Initiative (BRI), em inglês ─, é uma iniciativa chinesa proposta no ano de 2013 pelo presidente Xi Jinping. Tratada pelos veículos midiáticos como “One Belt, one Road” (a origem do nome se deu à associação de “Belt” com a Rota da Seda original; e “Road” à área marítima na qual se darão algumas das negociações/transações comerciais). Esta  proposta do  presidente da República Popular da China (RPC) visa uma maior cooperação entre os países do eixo do Pacífico Asiático, Europa e África, através do desenvolvimento, intercâmbio e incentivo aos investimentos em um leque diversificado de setores econômico-comerciais, tais como Logística, Infraestrutura, Tecnologia, entre outros.

A respeito, a RPC já tem estabelecido participação em investimentos e créditos direcionados a países como Rússia, Indonésia, Paquistão e, em menor escala,  Índia e  Japão. O continente africano já é representado por cerca de 13 países, tais como Angola, Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Egito, entre outros. A Europa vem ganhando, de sua parte, a atenção de Xi Jinping, a exemplo do que demonstram acontecimentos recentes, como o encontro do presidente chinês com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, em 23 de março de 2019; e com o presidente francês, Emmanuel Macron, três dias depois, encontro este que também contou com a presença da chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Junker.

É importante enfatizar as cinco principais prioridades da Nova Rota da Seda/BRI: 1) coordenação de políticas econômicas de empréstimos a juros baixos para a assistência dos países que receberem aporte no setor de infraestrutura, via BRI, de modo a não prejudicar e/ou causar interferências danosas à economia doméstica; 2) conectividade nas áreas de infraestrutura; 3) comércio menos suscetível a obstáculos, mediante baixas barreiras fiscais; 4) integração financeira; 5) e incentivos para a conectividade entre os cidadãos das populações envolvidas.

Ainda que seja um projeto em desenvolvimento,  a  BRI já apresenta dados surpreendentes. Segundo o Banco Mundial, a RPC já conseguiu atrair um grupo de 65 países, o que equivale a 30% do PIB global e  62% da população mundial. O Credit Suisse estima que o investimento total da BRI para os próximos 5 anos deve permear entre US$ 313 bilhões e US$ 502 bilhões.

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Remontando a História: a inspiração advinda da Rota da Seda

A Rota da Seda primordial consistia numa rede de rotas comerciais que interligavam a China e o Extremo Oriente ao que hoje é tratados como Oriente Médio e à Europa. Ela foii estabelecida principalmente durante a Dinastia Han, da China, no século II a.C., conectando o comércio da China com o Ocidente.

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Tal geografia de transações comerciais recebeu o nome de Rota da Seda pela popularidade da seda chinesa no Ocidente. Contudo, a variedade de produtos  comercializados era muito maior, e incluía frutas, vegetais, grãos, gado, couro, ferramentas, artefatos religiosos, obras de arte, metais preciosos, Entretanto, talvez seu vetor mais importante:tenha sido  o intercâmbio de religiões, culturas e costumes, com a consequente miscigenação cultural dos diferentes povos ao longo das vias da  Rota da Seda.

Há uma atualização desse cenário no âmbito da iniciativa BRI  pelo oferecimento de créditos e empréstimos comerciais paralelamente ao intercâmbio  de conhecimentos e  tecnologias; aliás, conforme objetiva a Iniciativa. Tanto a antiga Rota da Seda quanto a atual BRI corroboram, assim,  o corolário de que a transmissão das culturas sempre ocorre em meio às transações comerciais. Isto atrelado ao desenvolvimento estrutural, intelectual e comercial no âmbito da BRI, que têm grande potencial de se tornarem fator importante da BRI. Tal cenário poderá transferir  a hegemonia do comércio internacional para a área do Pacífico Asiático, tal como já vem sendo,aliás, sinalizado pelos resultados positivos  dos desenvolvimento estrutural e econômico dos países da região.

Como a BRI vem ganhando espaço no cenário internacional: os projetos

É importante analisar alguns projetos realizados pelos países aderentes à Iniciativa. A importância dada pela RPC a esses planos pode ser entendida como uma primeira abordagem estratégica da BRI: capturar o interesse de outros países, bem como – e principalmente – demonstrar a potencialidade dos projetos chineses e a capacidade da China de, por si só, consolidar-se como como superpotência econômico-comercial. Disto se infere que, através da Iniciativa, a RPC vem buscando elevar seu soft-power.

Como exemplo pode-se citar a elaboração de um massivo projeto entre a República Popular da China e o Paquistão para a construção de um gasoduto que partirá do Porto de Gwadar, no solo paquistanês, em direção à Kashgar, na  República Popular da China..É importante ressaltar a grandiosidade de tal projeto com relação à BRI. A ideia foi anunciada pela primeira vez no ano de 2013, quando o então primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif reuniu-se  com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na capital chinesa. O encontro reforçou a intenção das partes em conectar o porto de Gwadar,  de investimento chinês,através de uma infraestrutura rodoviária, ferroviária e dutoviária. O projeto previa, na época, um período de implementação aproximado de 5 anos e um total de investimentos – distante do habitualmente previsto para os planejamentos semelhantes –  em torno de US$ 10 a 20 bilhões.

A reformulação desse projeto para os dias atuais recebeu outro nome: Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC), lançado oficialmente em abril de 2015 durante a visita do presidente  Xi Jinping ao Paquistão. A CPEC representa hoje um marco no relacionamento entre os dois países no setor do desenvolvimento de energia, e estipula como capital a ser despendido aproximadamente US$ 46 bilhões. Os  governos chinês e paquistanês elaboraram também um “Plano de Longo Prazo”, que teve seu início no ano de 2017, para finalização até 2030. Neste novo contexto os custos do projeto elevaram-se à casa dos US$ 62 bilhões.

Encontra-se abaixo uma visão geral do projeto exposto. A imagem pode ser encontrada em: https://www.merics.org/en/bri-tracker/the-bri-in-pakistan:

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Na imagem acima é possível notar a presença de usinas de energia nuclear, de combustível fóssil e  de energia renovável. Ademais, estão planejados aeroportos, portos, uma rede de transporte público urbano e, ainda, redes de transmissão de cabos de fibra ótica; de linhas de transmissão, além de um gasoduto. Trata-se, de fato, de um projeto com diversas abordagens; contudo, são os projetos voltados para o setor de energia que mereceram maior foco, tanto em planejamento quanto em termos de orçamento de custos. A este respeito, estima-se que as usinas de energia correspondam a 90% do custo total de todos os projetos. Isso coincide com a questão da escassez crônica de energia 一 tanto para o abastecimento de indústrias, quanto para conectividade – na China a partir de 2020.

A base de dados da MERICS (Mercator Institute for China Studies) BRI, o site oficial de estudos econômicos que acompanha e informa os projetos da BRI, averiguou que o Paquistão absorveu a maior parte do retorno dos investimentos chineses nos projetos concluídos nos três anos que se seguiram à implementação da CPEC. Quanto a projetos, o tema ainda está em processo de efetivação. Foram alocados mais de US$ 15 bilhões em Investimentos Estrangeiros Diretos/IED e empréstimos chineses para os projetos massivos.

Os projetos da CPEC não estão gerando benefícios somente para o Paquistão: a República Popular da China se beneficiará da ampliação do capital arrecadado com a instalação de empresas chinesas em território paquistanês, além do uso da marca-país chinesa como moeda de negociação com outros países, ou melhor dizendo, como soft-power. E a relação República Popular da China e Paquistão realmente tem a dualidade de uma moeda: uma moeda de troca: se a RPC entra com investimentos econômicos maciços é porque ela objetiva garantir não somente o mercado paquistanês para si, mas também preservar vantagens estratégicas com relação à Índia, potência regional que também busca uma ampliação de sua influência no Continente. Os conflitos territoriais Paquistão-Índia aliados à baixa capacidade do Paquistão de atrair investimentos externos são, portanto, uma ferramenta usada pela China a fim de manter sua influência econômico-comercial.

            Outro vetor para o incremento da presença chinesa na Ásia é o Corredor Econômico Ocidental (ou EEC, na sigla em inglês) que, segundo o MERICS BRI, visa a implementação de projetos, inicialmente, em três províncias da Tailândia: Chachoengsao, Chonburi e Rayong. Busca-se, nesse caso, ampliar as capacitações de cada uma destas províncias em áreas como comunicação, transporte e desenvolvimento de infraestrutura, principalmente, como forma de melhorar a capacidade dos países envolvidos captarem capital necessário para o desenvolvimento de  projetos nos setores acima descritos, em vez de  empréstimos para políticas assistenciais, por exemplo, o que acabaria, de certa forma,levando os países a um nível maior de subserviência aos investimentos chineses.

O quadro abaixo apresenta uma visão geral da área compreendida pelo EEC:

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            O otimismo acerca da EEC é grande. Considera-se que esses projetos impulsionarão o desenvolvimento socioeconômico e incentivarão a competitividade e a integração regional na esfera comercial. Isto porque uma infraestrutura eficiente gera comércio eficiente, já que capacitação — atrelada às dinâmicas da produção, transações comerciais e captação de recursos — é o ponto-chave que a Tailândia pretende conquistar para si.  Ainda que esses processos estejam andamento e que os resultados não se efetivaram,, o infante EEC já conseguiu canalizar a atenção dos chineses para um projeto mais ambicioso. que é a BRI.

O protagonismo chinês na Nova Rota da Seda está se formalizando de diversas formas. De acordo com a Administração Trabalhista da EEC, dois mil trabalhadores chineses com alto nível de especialização  já marcaram presença, no quarto trimestre de 2018, na região das províncias de Chachoengsao, Chonburi e Rayong. Por outro lado, estatísticas do “Conselho de Investimento” (BOI) chinês indicam que já no início de 2016 mais de 80 empresas da República Popular da China instalaram fábricas, centros de pesquisa e de operações na Zona Industrial Tailandesa-Chinesa de Rayong; com investimentos da ordem de US$ 30 bilhões.

 Nos dias atuais, a Iniciativa da Nova Rota da Seda está focando as relações RPC-Tailândia  na construção da primeira rede ferroviária de alta velocidade do país. Ela ligará a Tailândia ao Laos e a na província de Kunming, no sudoeste da China. A segunda mais rápida malha ferroviária tailandesa vai ligar a capital Bangkok à região do Corredor Econômico Ocidental/ EEC. As autoridades competentes da Tailândia acreditam que ela irá contribuir com a integração do EEC ao projeto ferroviário da BRI no país.

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A Belt and Road Initiative na Europa: a Iniciativa 16+1

            A Iniciativa 16+1 reflete a ambição da República Popular da China de intensificar e expandir sua cooperação e interação com alguns dos Estados-Membros da União Europeia/UE e  da Península Balcânica. Este plano compreende os seguintes países: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Latvia, Lituânia, Macedônia, Montenegro, Polônia, Romênia, República Tcheca e Sérvia, que já pretendiam, desenvolver projetos nas áreas de investimentos, infraestrutura, transporte, finanças, ciências, educação e cultura com a China.. Entretanto, esta decidiu focar inicialmente em três áreas de grande potencial: infraestrutura, tecnologia e a que é chamada de “tecnologia verde”.

            A Iniciativa 16+1 já foi palco de 5 Cúpulas: a primeira, no ano de 2012, realizada em Varsóvia (Polônia), momento em que foram firmadas as chamadas “Doze Medidas para Promoção da Cooperação Amigável com os Países da Europa Central e Oriental”, documento que estabeleceu o formato inicial da composição dos 16+1. Em 2013, realizou-se uma outra reunião de cúpula em Bucareste (Romênia) seguida por Belgrado (Sérvia), em 2014; e Suzhou (República Popular da China), em 2015. A 5ª Cúpula (também denominada, em tradução-livre, de “5ª Reunião de Chefes de Governo dos Países da Europa Central e Oriental e da China”) teve lugar em Latvia, no ano de 2016.

            O material da Cúpula mais recente está acessível no site oficial da “Iniciativa 16+1” e aborda pautas como os gargalos da exportação de alimentos; e-commerce, marketing digital e branding, além da questão da propriedade intelectual.

A “marca BRI” na cooperação entre os 16+1

“O potencial de crescimento através de investimentos chineses em infraestrutura na Europa Central e do sudeste do continente ao longo da “Rota da Seda Balcânica”, tratado pelo Dr. Jens Bastian, do “Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento”/ BERD, em relatório publicado em julho de 2017, traz uma análise coerente e detalhada da interação da República Popular da China com os Países Balcânicos. O autor introduz sua pesquisa com uma explicação concisa do que a mídia trata por “Rota Balcânica da Nova Rota da Seda” e logo expõe alguns recortes das negociações e projetos que estão sendo realizados entre três dos dezesseis países da região, que participam da “Iniciativa 16+1”.

O desfecho do relatório traz um levantamentos das barreiras para os países balcânicos no âmbito da BRI e considerações  sobre o que ele tratou de “prioridades da Iniciativa da Nova Rota da Seda”. A análise deste excerto se apoiará nas considerações do Dr. Jens Bastian no referido relatório.

            A chamada Rota da Seda dos Balcãs vai de Pequim a Atenas e conecta Belgrado, Sarajevo, Skopje, Budapeste e Tirana a outras capitais da Península Balcânica. Trata-se de uma rota de transporte e um corredor logístico que a República Popular da China começou a estabelecer na região dos Bálcãs, no âmbito da BRI. A rota começa com o principal investimento da iniciativa no porto grego do Pireu, o primeiro grande “hub” de contêineres para navios que entram no Mediterrâneo a partir do Canal de Suez. Esta  também é a região do sudeste da Europa que tem estado no centro das atividades do BERD nos últimos 25 anos. O banco já tem-se envolvido com as empresas e as autoridades chinesas ao longo da Rota da Seda dos Balcãs. Esta participação tem sido definida como ”uma necessidade de avaliar cuidadosamente as oportunidades e os desafios trazidos pelo surgimento deste novo e importante projeto na região”.

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            A presença chinesa, tal como comentou Bastian, se manifesta através de: investimentos nos Estados-membros e não membros da UE, através da abertura de agências bancárias na região dos balcãs; da concessão de empréstimos a juros abaixo do nível de mercado; da aquisição de portos; e concessão de empréstimos para a construção de estradas, pontes e para a renovação de usinas elétricas aos países do sudeste europeu,.

Tal política é bem-vinda por muitos destes países, que não são normalmente destinos privilegiados de investimento ou que enfrentam limitações nos empréstimos de parte do setor privado. Contudo, Bastian alerta para o crescente nível de dependência que se estabelecerá com relação aos investimentos chineses, além de uma possível e subsequente substancial contratação de dívidas, dando origem ao que poderia tornar-se uma dependência complexa do capital chinês.

É latente, também, a apreensão de algumas empresas europeias com relação à transparência das empresas chinesas. Esta preocupação tornou-se perceptível no Belt and Road Forum, em maio de 2017, quando vários Estados-membros da UE se recusaram a assinar uma declaração de âmbito comercial proposta pelos chineses. Tal recusa baseou-se na ausência de referenciais sobre a transparência de tais companhias, bem como na falta de licitações públicas abertas, e na inexistência de acesso recíproco aos mercados.  

É inegável que o pessimismo e a apreensão do lado europeu diante do intento da China de ganhar espaço na Europa ー através de uma entrada abrupta, que derruba os juros dos empréstimos e fortalece o seu soft power com a instalação de empresas de origem chinesa ー funciona como uma barreira à entrada dos incentivos chineses através da BRI. Isto porque o pessimismo dos investidores estrangeiros dificulta a  introdução adequada do capital chinês e leva à formalização de medidas protecionistas de modo a priorizar o comércio doméstico, em detrimento do exterior.

De acordo com dados compilados pela Comissão Europeia e pela agência estatística de Kosovo, o volume total de comércio entre a China e algumas economias dos Balcãs Ocidentais atingiu o montante de 3,3 mil milhões de euros em 2015 e 2016. A Sérvia representou quase metade desse volume total. E a China foi o terceiro maior parceiro comercial da Bósnia-Herzegovina, o quarto da Macedónia, da Sérvia e do Kosovo, o segundo da Albânia, e o terceiro de Montenegro.

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Grécia: o “molde” para a entrada da BRI na Europa

Em fevereiro de 2017, o CEO do China Development Bank (CDB), Hu Huaibang, anunciou a intenção de ampliar a presença do banco na Grécia, principalmente através do financiamento de projetos de infraestrutura no setor de energia. Um Memorando de Entendimento/MoU entre o Banco Central da Grécia e o CDB já havia sido alcançado em julho de 2016. O MoU prevê a promoção de serviços bancários de varejo e de investimento bilaterais. O CEO Hu observou que o CDB havia criado fundos especiais de financiamento para projetos de  desenvolvimento de empresas em vários países europeus.

O documento cria mecanismos de financiamento para a implementação de um projeto de cooperação estratégica assinado, em outubro de 2016, entre a China Machinery Engineering Corporation (CMEC) e a estatal grega Public Power Corporation (PPC, sigla emgrego, DEH). O CDB forneceria até € 1 bilhão para projetos de infraestrutura em operações de mineração de linhito conduzidas pela PPC na Grécia (como, por exemplo, o projeto Meliti 1, em Florina).

O aporte financeiro inicial em um terminal portuário de contêineres representou um marco que demonstra as ambições europeias com relação a Pequim, com grandes implicações ao longo do tempo, não apenas no porto do Pireu, mas igualmente nos países vizinhos. A magnitude deste projeto servirá para estimular iniciativas semelhantes de cooperação entre empresas sino-gregas, com expansão para os setores energéticos dos países vizinhos dos Balcãs: um “teste piloto” de grande importância a ser replicado e readaptado em estratégias assemelhadas, já que Pireu se encontra no trajeto das embarcações vindas do Canal de Suez.

Este processo de “ancoragem” está nos estágios iniciais de realização, mas já serviu como “teste piloto” para estimular projetos subsequentes e atrair investimentos em setores além de portos marítimos e transporte de contêineres. No contexto da estratégia da BRI para a Grécia, as áreas prioritárias continuarão a ser infraestrutura dos transportes portuários, logística e energia, setores que estão começando a atrair novos grupos de investidores chineses, como o Dalian Wanda Group Co e a Greenland Holdings Corp., que estão ampliando sua atuação para outros setores, como por exemplo, turismo, imóveis comerciais, companhias de seguros e serviços bancários, tanto na Grécia quanto além.

  • Sérvia

A cooperação econômica da República Popular da China com a Sérvia expandiu-se significativamente desde a assinatura de um acordo de parceria estratégica, em 2009, que incluiu investimentos na área de infraestrutura. Principalmente focada em projetos no setor de transportes, esta parceria recebeu um extenso financiamento de diversos bancos estatais chineses.

O mercado sérvio, como um todo, é consideravelmente pequeno e está inserido em um país sem litoral. Contudo, é um parceiro atraente para a República Popular da China por possuir acordos comerciais com a União Europeia, Turquia e Rússia, principalmente. A Sérvia também goza de um nível de estabilidade política que não é facilmente encontrada entre seus vizinhos.

A principal contribuição chinesa através da BRI é facilitar as conexões comerciais e os sistemas de empréstimos na região sudeste da Europa. Analisando o ponto de vista dos investidores chineses e das autoridades políticas ao longo da Rota da Seda dos Balcãs, Bastian verificou que esta cooperação traria ganhos simultâneos para ambas as partes (o que os anglófonos chamariam de win-win): com a concessão de empréstimos a taxas preferenciais, que alimentarão as inovações na área de infraestrutura e o consequente aumento de oportunidades comerciais.Desta forma, a Sérvia teria seu processo de desenvolvimento garantido pelos chineses.

A importância da Sérvia para a BRI chinesa tem sido repetida enfaticamente pelo presidente Xi Jinping. Na sua mais recente visita ao paísa, em junho de 2016, ele  reiterou a importância do país como “protagonista na cooperação entre a República Popular da China e a Europa Central e Oriental.” Como meio de respaldar e reafirmar tais declarações, Pequim está no processo de se tornar um grande financiador de projetos de infraestrutura na Sérvia.

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Os riscos em meio aos benefícios: o avanço chinês na Europa

Dr. Jens Bastian, como dito anteriormente, também traduz em seu relatório a  preocupação crescente dos europeus frente ao “avanço chinês” na Europa. A disparidade da dependência dos países balcânicos diante dos incentivos econômicos chineses, bem como a crescente presença de instalações vindas da República Popular da China, acabam criando o que o autor chama de “desequilíbrios comerciais” entre as partes envolvidas ao longo da Rota da Seda dos Balcãs.

Tal preocupação é constatada, em dados quantitativos, pelo déficit da balança comercial da Sérvia com a RPC no primeiro semestre de 2016: a importação de bens chineses ficou em torno de US$ 773 milhões, enquanto que as exportações se limitaram a US$ 12 milhões. Além disto, em termos sociais, sindicatos, associações de empregadores, organizações da sociedade civil, e até mesmo autoridades reguladoras dos países ao longo da Rota da Seda dos Balcãs, apelaram para um “maior monitoramento dos investimentos chineses, que arriscam criar desequilíbrios comerciais e potencial dependência de empréstimos e créditos da República Popular”. Isto acirrou o questionamento pelos europeus balcânicos, principalmente, quanto à necessidade de se revisar o levantamento dos setores relevantes em tecnologia, principalmente daqueles que são considerados “protegidos” das aquisições estrangeiras. Este debate ー que está em constante discussão na Alemanha e Grécia ーconsiste basicamente na reavaliação do que e do quanto ainda pode ser considerado ”imune” às influências chinesas.

Esse debate suscita questões de raízes protecionistas e inclui a recorrente questão dos clusters industriais ou manufatureiros, e como eles podem ser ampliados, financiados e regulados vis-à-vis o crescente interesse de investidores chineses, que até então têm sido tratados como sinônimo de “perda de zona de influência comercial europeia no próprio continente europeu”.

            Como consequência, surge a questão de se criarem potenciais barreiras à entrada de empresas chinesas na Europa, simultaneamente à demanda de governos e empresas de origem europeia ー ou ali instaladas ー da redução de barreiras para os investidores estrangeiros na República Popular da China. Legalmente, as chamadas “barreiras financeiras fundamentais” (key financial barriers) consistem na “alegação de que as aquisições e investimentos chineses são subsidiados pelo Estado, o que enfraquece os concorrentes, em setores selecionados”. As delegações da União Europeia na Sérvia, Bósnia e Herzegovina e na Macedônia notaram tal prática na realização de empréstimos em condições preferenciais por parte de bancos estatais chineses que não se incluem em um processo de legitimação pública, ou seja, falham em cumprir com as medidas de comércio e negociações transparentes, previstas nas legislações nacionais.  

            Entrementes, a visão dos países da região da Península Balcânica, tanto  em Belgrado, Sarajevo como em Skopje, é que eles recebem tão pouco investimento estrangeiro direto (IEDs) do restante da Europa, que os advindos da República Popular da China acabam se tornando ainda mais atraentes. Um alinhamento desses países com a República Popular da China, portanto, acaba não só tornando-se algo necessário senão também a única opção para os Balcãs em questão de captação massiva de IEDs.

            Bastian conclui que, no geral, há uma “certa desconexão na lista de investimentos prospectivos da China em países individuais com relação ao aporte efetivo do financiamento acordado, tanto na forma de  projetos amadurecidos quanto de início de obra no terreno”; ou seja, muito do que é pontuado como plano de metas muitas vezes não corresponde à real aplicabilidade e à legitimidade do processo. Inúmeros projetos existem, mas não recebem o aporte financeiro necessário para serem efetivados.

 Isso levanta a questão da substância versus retórica, da instrumentalização política das atividades chinesas e a falta de políticas coerentes de comunicação”. Para o autor, há uma inconsistência chinesa no que tange à elaboração da “teoria” e à sua aplicabilidade na prática. Tal afirmação, porém, não se confirma em sua plenitude, uma vez que a BRI ainda é um projeto em estado de maturação. Além disto, as reais intenções da República Popular da China para com a Europa e com a BRI, como um todo, são, por ora, um “formulário” para um processo que ninguém ainda conseguiu avaliar em sua plenitude – e consequências -, nem interpretar.

A China de Xi Jinping na Itália

            O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, e o presidente chinês, Xi Jinping, reuniram-se no último 23 de março, em Roma. Esta reunião resultou na assinatura de um Memorando de Entendimento não vinculante, que poderá levar a Itália a participar da BRI. Os entendimentos resultaram na assinatura de vinte e nove acordos, em diversos setores, que corresponderam a um valor de € 2,5 bilhões.

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 Este encontro desencadeou, porém, reações pessimistas, especialmente dentre os membros da União Europeia, a exemplo do Primeiro-Ministro holandês, Mark Rutte, que alertou a Itália contra a “ingenuidade” em sediar a reunião com Xi Jinping: “é preciso levar em conta a possibilidade de a República Popular da China, por meio dessas políticas, também querer buscar alguns de seus interesses nacionais”. Tal discurso, também replicado mais discretamente pelos Estados Unidos, funcionou como um eufemismo para a crença ー que acomete também uma parcela significativa dos membros da União Europeia ー de que a República Popular da China, liderada por Xi Jinping, venha a instrumentalizar seu anseio de fortalecer sua influência política e estratégico-comercial no Ocidente.

            O partido eurocético italiano, “Movimento Cinco Estrelas”, de ideologia de extrema direita, que está no poder desde junho do ano passado, não tardou em explicitar sua posição quanto à possibilidade de alinhar-se com Xi Jinping e a BRI. Para o partido, o acordo vai “reviver a economia estagnada da Itália, atrair investimentos necessários para os portos e a infraestrutura da Itália e impulsionar suas exportações para o lucrativo mercado chinês”. Os membros do “Movimento Cinco Estrelas” também não titubearam em rejeitar as preocupações europeias, e em qualificá-las como como “hipócritas”, particularmente porque vários Estados membros europeus já têm colaborado, de alguma forma, com a BRI, a exemplo de Duisburg, na Alemanha, que se tornou um centro comercial de grande relevância graças à sua conexão ferroviária com a RPC.

            Em contraponto, os críticos da proposta Itália-BRI ressaltam que o governo italiano falhou em consultar a União Europeia e os EUA e foi ineficaz em investigar questões geopolíticas quanto às atitudes da República Popular da China. Porém, existe a consideração de que a aversão da União Europeia, neste caso, pode estar-se dando pelo fracasso do bloco em apresentar uma estratégia comum com relação à República Popular da China, que seja favorável para todos os seus Estados-membros. Em suma, a autodeclaração de que os demais países europeus foram incapazes de apresentar-se como atrativos parceiros comerciais gerou constrangimento diante da opção chinesa de se voltar num primeiro momento para a Itália, e depois para a França, como se verá a seguir.

Xi Jinping e Emmanuel Macron: um segundo passo da BRI na Europa?

            O segundo roteiro de Xi Jinping pela Europa se deu três dias depois do encontro com o Primeiro-Ministro italiano. O dia 26 de março de 2019 registrou o primeiro encontro de Xi Jinping com o presidente francês, Emmanuel Macron. O encontro, que também contou com a presença da chanceler alemã, Angela Merkel e do presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Junker, culminou com a formalização de quinze operações comerciais entre a República Popular da China e a França, no valor de US$ 63,6 bilhões, nas quais estão incluídos contratos nos setores de energia renovável, transporte e bancário.

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            No entanto, vale a ênfase de que Macron não formalizou a adesão ao projeto da BRI, com a afirmação de que “a cooperação em uma ‘Rota da Seda’ teria que funcionar em ambas as direções”.  Frente a isto, pode-se inferir que o presidente francês concorda que a BRI tem sido até agora um caminho de mão-única, e que seus benefícios ainda não são proporcionais aos esforços de cada um dos lados. O fato de as contribuições das partes envolvidas nas negociações no contexto da BRI ainda não terem alcançado um caráter uniforme faz com que a Iniciativa ainda não seja atraente para Macron, como o foi para Conte. Por outro lado, a participação de Junker e Merkel na reunião pôde significar que a França está-se apoiando na aprovação da União Europeia e na do mais rico Estado da Europa, a Alemanha. A julgar pelo resultado do encontro, a BRI terá que esperar para capturar a atenção da França, que, principalmente, no governo de Macron, está muito comprometida com os anseios da União Europeia.

Esses primeiros contatos oficiais que se deram nos dois encontros do presidente chinês em solo europeu não são excepcionalmente únicos. Segundo Melissa Conley Tyler, associada do Instituto Australiano de Assuntos Internacionais, será apenas uma questão de tempo até que mais países europeus se juntem ao BRI, incentivados pelos seus “enormes benefícios econômicos”.

Novos inícios: a 2ª Cúpula da Nova Rota da Seda

            A II Cúpula da Nova Rota da Seda, realizada em Pequim, no último 26 de abril, em que foram levantadas questões de “economia verde” e “tolerância zero”, contou com a presença de quase 40 líderes mundiais, entre eles o presidente russo Vladimir Putin,

            Contestada pelo grupo dos céticos da Iniciativa ー o mais marcante deles o Presidente estadunidense, Donald Trump, que chamou a BRI de “projeto vaidoso” e criticou a Itália por ter-se “desgarrado do grupo das grandes economias para aliar-se ao programa chinês” ー, Xi Jinping rebateu as críticas através da proposta de realização de projetos ambientais sustentáveis, no que foi aclamado por um grupo de 12 bancos estrangeiros e 13 de origem chinesa ー inclusive os de Hong Kong ー, que concordaram em adotar princípios verdes para investir em obras no âmbito do programa. Alguns destes projetos previstos, entretanto, como os das represas e das centrais de energia a carvão, ainda são considerados danosos ao meio ambiente.

            Xi Jinping valeu-se do discurso de que as negociações a partir de agora se pautarão pela transparência, intolerância e a dissuasão de práticas de corrupção (o que foi tratada por “tolerância zero”) para contrarrestar as críticas à BRI. .

            A Nova Rota da Seda e a América do Sul

            Na quarta-feira anterior à realização da Cúpula, o embaixador chinês em Lima (Peru) revelou que o Peru será o primeiro país sul-americano a entrar na BRI, o que significa que será o país que corresponderá à porta de entrada da RPC nas Américas, e na ampliação de mais um trecho nesse grande cinturão chinês.

            A BRI, agora tratada como grande veículo de propaganda da esperada – e “temida” – hegemonia comercial chinesa no mundo, pode vir a ser o primeiro pilar para muitos outros grandes projetos da China em todo o mundo .A instrumentalidade da BRI pode vir a ser um concerto, regido pelos países aderidos ao projeto, que aos poucos estão ajudando a República Popular da China a redesenhar uma nova ordem mundial voltada para a integração. A BRI, com sua capacidade de gerar e atrair relações multilaterais de comércio e cooperação, está dando indícios de que certamente sairá da posição de uma simples iniciativa para se tornar uma grande — e importante – cadeia de cooperação internacional.

Referências

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<https://www.theguardian.com/cities/ng-interactive/2018/jul/30/what-china-belt-road-initiative-silk-road-explainer>. Acesso em: 28 de março de 2019

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Jessica Mei Tong
Paulistana, é estudante de Relações Internacionais ESPM-SP. Tem grande apreço pela cultura e riqueza histórica da Ásia; pela leitura desde cedo e um gosto recém-adquirido pela escrita que vem se desenvolvendo cada vez mais. Grande sonho de viajar pelo mundo e aprender um pouco sobre a singularidade de cada país que o compõe.