Por Pedro Gerhardt Corrêa e Priscilla Cesarino Taddone
A saída do Reino Unido da União Europeia, com o movimento do Brexit, culminou em um maior fervor por parte dos escoceses em deixar a União futuramente. Embora em 2014 tenha sido realizado um referendo no qual a Escócia se posicionou contra a saída do Reino Unido, após o Brexit, o país colocou em questão a decisão de se manter na União. Desde sua incorporação ao Reino Unido, sabe-se que a Escócia vêm cultivando ideais e sentimentos separatistas com relação à sua permanência na união política. Isso se dá, tanto por fatos históricos, quanto por motivos de interesses sociais e políticos.
A líder escocesa Nicola Sturgeon, que possui intenções abertamente separatistas, demonstrou apoio ao referendo que poderá possibilitar a saída da Escócia do Reino Unido, bem como uma possível volta do país à UE. Em prol de ações do movimento separatista, Nicola aliou-se ao Partido Verde escocês, com a intenção de fortalecer o sentimento de independência no país. Porém, vale destacar que, embora consolidado o acordo entre o SNP (partido de Nicola Sturgeon) e o Partido Verde escocês, a população não sente confiança de que tal união poderá trazer efeitos positivos ao país.
Uma pesquisa de intenção conduzida pelo jornal escocês “The Scotsman” em setembro de 2021 apontou que, excluindo-se votantes incertos sobre o tema, 52 por cento dos escoceses apoiam a realização de um referendo a fim de decidir o destino do país, e que este poderá ocorrer em cerca de dois anos. Já de acordo com os votantes escoceses, cerca de 20% dos que representam o Partido dos Trabalhadores escocês apoiam a efetivação de um novo referendo em prol do movimento de desvinculação da Escócia em relação ao Reino Unido.
Em conclusão, pode-se inferir que, em um cenário econômico, a independência escocesa poderá trazer vantagens ao país. A subordinação escocesa à Monarquia do Reino Unido, por diversas vezes, acabou por inibir decisões da maior parte da população do país, como no caso do referendo em favor do Brexit. Basta saber se há possibilidade de que a Escócia participe da UE novamente, e consequentemente, atue dentro do bloco como um país independente. Outra razão que valida a decisão de separação do território escocês do Reino Unido seria a maior liberdade que este conquistará em assuntos políticos.
REFERÊNCIAS
FINANCIAL TIMES. “Nicola Sturgeon claims ‘undeniable’ mandate for second Scottish independence referendum.” Disponível em: https://www.ft.com/content/35b8bd30-0db6-4982-8d6e-eee5736e0abb. Acesso em: 11 set. 2021.
INEWS. “Scottish independence: SNP working on ‘temporary constitution’ in anticipation of Indyref2 Yes vote.” Disponível em: https://inews.co.uk/news/scotland/scottish-independence-snp-temporary-constitution-scotland-indyref2-1193518. Acesso em: 11 set. 2021.
THE GUARDIAN. “Scottish independence vote depends on sustained support, says UK minister.” Disponível em: https://www.theguardian.com/politics/2021/aug/27/scottish-independence-vote-depends-on-sustained-support-says-uk-minister. Acesso em: 11 set. 2021.
THE SCOTSMAN. “New poll puts support for Scottish independence at 51%.” Disponível em: https://www.scotsman.com/news/politics/new-poll-puts-support-for-scottish-independence-at-51-3377106. Acesso em: 11 set. 2021.
THE SCOTSMAN. “Scottish Independence: SNP and Green deal ‘strengthens support’ for independence cause, poll suggests.” Disponível em: https://www.scotsman.com/news/politics/scottish-independence-snp-and-green-deal-strengthens-support-for-independence-cause-poll-suggests-3377734. Acesso em: 11 set. 2021.