
Introdução: o mundo fechando as janelas
Durante décadas, a globalização foi promovida como o caminho inevitável para o progresso. A redução de barreiras comerciais, a integração das cadeias produtivas, a mobilidade de capitais e a circulação de pessoas foram apresentadas como sinais de um novo tempo — mais conectado, mais eficiente, mais próspero. O consenso era quase total: mais globalização significava mais crescimento, mais oportunidades e, a longo prazo, mais estabilidade. Os Estados nacionais, diante dessa lógica, deveriam adaptar-se a um mundo em rede, cedendo parte de sua soberania em nome de uma governança compartilhada e de mercados mais amplos.
Essa narrativa, no entanto, começou a ruir silenciosamente ao longo das últimas duas décadas. Os benefícios da globalização se revelaram desigualmente distribuídos. Enquanto grandes conglomerados empresariais prosperavam e certos setores da sociedade acumulavam riqueza e acesso, amplas parcelas da população experimentavam precarização, insegurança econômica e perda de identidade cultural. A promessa de que todos seriam beneficiados por essa “maré alta” revelou-se ilusória. A globalização gerou ganhadores e perdedores — e estes últimos começaram a reagir.
Nos últimos anos, assistimos a um movimento crescente de fechamento: muros físicos e simbólicos, políticas protecionistas, discursos nacionalistas, restrições à imigração, desconfiança das instituições internacionais e rejeição à lógica da interdependência. O que era celebrado como abertura tornou-se fonte de angústia. A globalização, longe de unir, passou a ser vista por muitos como um agente de dissolução: da soberania, da cultura, da segurança e da coesão social.
Este artigo propõe uma análise desse processo de desglobalização e do retorno do nacionalismo como fenômenos interligados. Trata-se de compreender como e por que o ideal da abertura perdeu força, quais foram os fatores que alimentaram a nostalgia nacionalista e que tipo de mundo emerge dessa inflexão histórica. A pergunta que nos guia é simples, mas decisiva: estamos assistindo a um ajuste temporário ou a uma mudança estrutural no paradigma de organização internacional?
O auge da globalização
A década de 1990 marcou o apogeu do projeto globalista. Com o fim da Guerra Fria, o mundo entrou em uma nova era caracterizada pela crença de que os mercados abertos e a integração internacional trariam não apenas crescimento econômico, mas também estabilidade política e expansão das liberdades. Foi o tempo da “vitória do capitalismo”, da consolidação de blocos econômicos, da multiplicação dos tratados de livre comércio e da crença quase dogmática no poder autorregulador dos mercados globais. Nesse período, o neoliberalismo se consolidou como lógica dominante da governança internacional — e a globalização, como expressão econômica e ideológica desse paradigma.
O comércio internacional explodiu em volume e complexidade. Cadeias de produção se tornaram transnacionais, com componentes fabricados em dezenas de países e montados em regiões estrategicamente escolhidas pela combinação de baixos custos e infraestrutura logística. Empresas transnacionais passaram a ter faturamentos maiores do que o PIB de muitos países. A tecnologia digital, em expansão acelerada, reduziu distâncias, facilitou a comunicação e ampliou o alcance do capital. Tudo parecia caminhar em direção à interdependência total.
A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1995, simbolizou esse novo espírito. O mundo deveria funcionar com regras comuns, mecanismos imparciais de resolução de disputas e incentivos à abertura mútua. A OMC tornou-se o principal fórum regulador das relações comerciais globais, assumindo um papel central na difusão da lógica liberal. Paralelamente, blocos regionais como a União Europeia, o NAFTA e o Mercosul reforçaram essa tendência, promovendo a integração econômica e reduzindo a autonomia regulatória dos Estados nacionais.
No campo cultural, a globalização produziu um ambiente de cosmopolitismo. O consumo se tornou transnacional: produtos, músicas, filmes e estilos de vida circularam com fluidez. As metrópoles passaram a parecer versões umas das outras, com as mesmas marcas, os mesmos shoppings, os mesmos cafés. O inglês consolidou-se como língua franca dos negócios, da ciência e da cultura digital. A internet, surgindo com força nos anos 1990 e se tornando onipresente nos anos 2000, permitiu que indivíduos se conectassem em tempo real, criando redes transfronteiriças de colaboração, ativismo e sociabilidade.
A globalização também foi apresentada como antídoto para conflitos interestatais. A interdependência econômica, argumentavam seus defensores, reduziria os incentivos à guerra. Quanto mais os países estivessem conectados por laços comerciais, financeiros e tecnológicos, menos interessados estariam em romper essas relações com ações militares. Além disso, a ideia de que a democracia e o livre mercado caminhavam juntos sustentava a esperança de uma convergência política global: mais globalização levaria a mais democracia e, portanto, a mais paz.
Esse otimismo, no entanto, ocultava desigualdades profundas. Os ganhos da globalização foram reais — mas concentrados. A ascensão de países emergentes, como a China, a Índia e o Brasil, conviveu com o aumento da desigualdade dentro das nações. Enquanto as elites urbanas e cosmopolitas prosperavam, muitos trabalhadores industriais viam seus empregos desaparecer ou serem transferidos para regiões com custos mais baixos. As classes médias, especialmente nos países desenvolvidos, começaram a perceber que o modelo de vida baseado em estabilidade, consumo e mobilidade ascendente estava em declínio.
Mesmo assim, durante anos, a globalização foi tratada como destino inevitável. Questioná-la era visto como atraso, protecionismo ou populismo. Os céticos foram marginalizados no debate público, e o discurso político centrou-se na ideia de adaptação: quem não estivesse se beneficiando da globalização deveria se reinventar, capacitar-se, tornar-se competitivo. Poucos se perguntaram o que aconteceria se uma parcela crescente da população decidisse, simplesmente, rejeitar essa narrativa.
A resposta começou a surgir com força na década seguinte — quando o desencanto encontrou expressão política concreta.
O retorno das fronteiras
Se o auge da globalização foi marcado por promessas de abertura e integração, a década de 2010 testemunhou uma inflexão decisiva: o retorno das fronteiras — físicas, econômicas, políticas e simbólicas. Aquelas que pareciam ter sido superadas voltaram a ser erguidas com força, não apenas por Estados tradicionalmente fechados, mas por democracias liberais que até pouco tempo defendiam os ideais da livre circulação e da interdependência. O que antes era celebrado como cosmopolitismo começou a ser denunciado como fragilidade nacional. A abertura passou a ser sinônimo de vulnerabilidade.
O exemplo mais emblemático desse movimento foi o Brexit, em 2016. A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia não foi motivada apenas por questões econômicas ou regulatórias. Ela expressou um sentimento profundo de perda de controle sobre as próprias fronteiras — fronteiras nacionais, fronteiras culturais, fronteiras identitárias. A campanha a favor da saída foi sustentada por slogans como “Take back control”, que mobilizavam a ideia de uma soberania ameaçada por uma burocracia distante e por fluxos migratórios desregulados. O voto pelo Brexit foi, em grande medida, um voto contra a globalização percebida como intrusiva, desigual e culturalmente corrosiva.
Nos Estados Unidos, a eleição de Donald Trump, também em 2016, reforçou essa guinada. A construção de um muro na fronteira com o México tornou-se símbolo de uma política mais ampla de fechamento: restrições à imigração, retirada de acordos comerciais multilaterais, deslegitimação das organizações internacionais e retomada de uma retórica nacionalista e protecionista. “America First” não era apenas um slogan: era uma declaração de guerra à lógica da interdependência. O Estado-nação, soberano, autossuficiente e impenetrável, voltava ao centro da imaginação política.
Esse movimento não se limitou ao mundo anglófono. Em diversos países europeus, partidos nacionalistas e populistas ganharam força com discursos similares: contra a imigração, contra a União Europeia, contra o globalismo, contra as elites cosmopolitas. A crise migratória de 2015, com a chegada de refugiados do Oriente Médio e da África, intensificou essas reações. Governos passaram a militarizar fronteiras, erguer barreiras físicas e jurídicas, e adotar políticas de exclusão em nome da proteção da identidade nacional. A abertura, outrora símbolo de modernidade, passou a ser associada ao caos, ao medo e à perda de coesão.
No plano econômico, a guerra comercial entre Estados Unidos e China, iniciada durante o governo Trump, revelou o esgotamento da fé no livre comércio irrestrito. Tarifas, sanções, restrições a empresas estrangeiras e políticas industriais protecionistas voltaram a fazer parte do vocabulário geopolítico. A ideia de que os mercados deveriam operar sem interferência dos Estados deu lugar a uma lógica de disputa estratégica, em que o comércio é arma, e não ponte. A globalização, vista durante décadas como uma alavanca de desenvolvimento mútuo, passou a ser percebida como um campo de vulnerabilidades e manipulações.
A pandemia de COVID-19 acentuou ainda mais essa tendência. Diante da crise sanitária, os países fecharam fronteiras, disputaram insumos médicos, interromperam cadeias de produção e adotaram políticas de autossuficiência emergencial. O vírus, invisível e transnacional, revelou os riscos de uma interdependência sem resiliência. A retórica da “soberania sanitária” e da “produção nacional de vacinas” foi incorporada por governos de diferentes orientações ideológicas. O trauma coletivo reforçou a ideia de que, em última instância, cada país deve cuidar de si mesmo.
Esse retorno das fronteiras não é apenas material — ele é também simbólico. Erguem-se muros, mas também se recrudescem discursos de pureza, de identidade fechada, de passado idealizado. A figura do “outro” — o imigrante, o globalista, o tecnocrata, o estrangeiro — passa a ocupar o lugar do inimigo. A política se reconfigura em torno de uma oposição entre “nós” e “eles”, entre “os de dentro” e “os de fora”. O nacionalismo, longe de ser apenas uma doutrina política, torna-se um afeto coletivo — uma resposta à ansiedade produzida por um mundo em permanente transformação.
A globalização, que prometia dissolver fronteiras, revelou-se incapaz de oferecer pertencimento, segurança e estabilidade. E é justamente nesse vazio que o nacionalismo retorna: como promessa de proteção, como narrativa de identidade e como instrumento de poder.
Nacionalismo e populismo como sintoma
O retorno do nacionalismo e o avanço do populismo nas democracias liberais não são anomalias históricas ou desvios pontuais. São sintomas de uma crise mais profunda: o esgotamento do modelo globalista em sua capacidade de oferecer sentido, segurança e justiça percebida a amplas camadas da população. O nacionalismo, nesse contexto, não reaparece como uma ideologia sofisticada, mas como um reflexo emocional a um mundo que se tornou demasiadamente volátil, complexo e impessoal. E o populismo, por sua vez, se apresenta como a linguagem política por excelência dessa reação — simples, binária, afetiva.
Em muitos sentidos, o populismo atual é menos uma ideologia coerente e mais uma estratégia discursiva. Ele se alimenta da oposição entre um “povo puro” e uma “elite corrupta”, entre os “de dentro” e os “de fora”, entre os “esquecidos” e os “privilegiados”. Essa retórica mobiliza ressentimentos legítimos, mas os canaliza por meio de categorias simplificadas, com soluções rápidas para problemas complexos. O populismo oferece clareza em um mundo opaco — e isso, para muitos, já é suficiente.
O nacionalismo, nesse quadro, torna-se o conteúdo emocional do populismo. Ao prometer recuperar a grandeza perdida, restaurar fronteiras e proteger valores tradicionais, ele oferece aos cidadãos uma sensação de pertencimento que a globalização dissolveu. A identidade nacional, por vezes racializada ou religiosamente definida, volta a ser a âncora simbólica diante do fluxo caótico da modernidade líquida. A nação, mais do que um projeto político, torna-se uma promessa de ordem e sentido.
Importante notar que esse nacionalismo não é idêntico ao dos séculos XIX ou XX. Ele não se expressa (ao menos por enquanto) na forma de grandes projetos imperialistas ou guerras de expansão territorial. Trata-se de um nacionalismo defensivo, ressentido, voltado para dentro. Um nacionalismo de trincheira, não de conquista. Sua força está no medo: medo da substituição cultural, do declínio econômico, da irrelevância geopolítica. E esse medo é politicamente mobilizável — especialmente quando a política tradicional se mostra incapaz de formular respostas consistentes para os dilemas do presente.
A retórica populista-nacionalista também encontra fertilidade em um ambiente marcado pela crise das mediações tradicionais. Os partidos, os sindicatos, os parlamentos e a imprensa — instituições que, por décadas, canalizaram demandas e amorteceram conflitos — perderam centralidade. Em seu lugar, surgiram formas diretas de comunicação e mobilização, especialmente através das redes sociais. Nesses espaços, o algoritmo favorece a polarização, a indignação e a viralização de mensagens simplificadas. O líder populista, conectado diretamente a sua base, dispensa intermediários. Ele não representa: ele encarna.
Essa dinâmica transforma profundamente o espaço público. A política torna-se um campo de guerra cultural, onde a razão cede lugar à emoção, e o debate cede lugar ao ataque. A ideia de que a democracia se sustenta no pluralismo e na negociação é substituída pela lógica do “nós contra eles”. Os opositores não são mais adversários legítimos — são traidores, inimigos internos, agentes do caos. Esse discurso polarizador fragiliza ainda mais a democracia liberal, que depende, por definição, da aceitação das regras do jogo e da legitimidade do dissenso.
Nesse ambiente, a própria ideia de globalização é reconfigurada. Ela deixa de ser uma promessa e passa a ser um perigo. Os tratados internacionais são vistos como instrumentos de submissão; as organizações multilaterais, como ameaças à soberania; os imigrantes, como invasores culturais ou econômicos; os valores cosmopolitas, como imposições elitistas. O mundo, que parecia ter se tornado uma aldeia global, reaparece como um campo de batalha onde é preciso defender território, cultura e identidade a qualquer custo.
O nacionalismo e o populismo, portanto, não são apenas reações irracionais ou nostalgia do passado. São formas políticas de dar sentido a um presente fragmentado, onde a globalização falhou em construir pertencimento, coesão e horizonte comum. O desafio é que essas formas, embora eficazes no curto prazo, tendem a reforçar a polarização, corroer instituições e inviabilizar a construção de soluções coletivas — exatamente o oposto do que o mundo interdependente requer.
Conclusão: é o fim da globalização ou uma nova fase dela?
Diante da intensificação dos discursos nacionalistas, do fechamento de fronteiras, das guerras comerciais e do colapso de diversos consensos multilaterais, muitos analistas passaram a se perguntar: estamos vivendo o fim da globalização? Seria esse o encerramento de um ciclo iniciado com a queda do Muro de Berlim, marcado pela crença em mercados abertos, mobilidade e interdependência? Ou, ao contrário, estaríamos diante de uma reconfiguração estrutural, um novo estágio da globalização — mais seletivo, mais geopolítico, menos universalista?
A resposta talvez esteja na complexidade do momento. A globalização, como processo material, não desapareceu. As cadeias de suprimento continuam a existir; os fluxos financeiros seguem em velocidade quase instantânea; as redes digitais seguem conectando bilhões de pessoas; e a interdependência segue sendo uma realidade incontornável — especialmente em temas como meio ambiente, saúde global e segurança cibernética. O que está em colapso não é a globalização em si, mas a narrativa que a sustentava: a ideia de que a abertura geraria, automaticamente, prosperidade e harmonia para todos.
O que emerge em seu lugar é uma globalização fragmentada e instrumentalizada. Os Estados voltam a priorizar o interesse nacional, não como exceção, mas como princípio. A cooperação dá lugar à competição estratégica. A abertura comercial deixa de ser um valor e passa a ser uma ferramenta — usada quando conveniente, descartada quando compromete o poder. A interdependência, antes celebrada como avanço civilizatório, torna-se motivo de cautela: quem depende de quem, e para quê?
Essa nova fase da globalização é marcada por contradições profundas. De um lado, ela exige respostas coletivas — nenhuma crise climática, pandêmica ou tecnológica pode ser enfrentada de forma isolada. De outro, ela se desenvolve em um ambiente político onde a cooperação é cada vez mais difícil, a confiança entre os atores internacionais é baixa e os mecanismos institucionais estão fragilizados. Vivemos, portanto, uma era de globalização desordenada, onde as conexões são intensas, mas desprovidas de coordenação efetiva.
Nesse contexto, o nacionalismo não é necessariamente um retorno ao passado, mas uma resposta política a uma globalização que perdeu sua legitimidade social. Ele oferece uma linguagem de proteção, de enraizamento, de autoridade e de controle — justamente os elementos que a narrativa globalista negligenciou. O desafio é que, isolado, o nacionalismo não é capaz de oferecer soluções sustentáveis para problemas globais. Ele pode ganhar eleições, mas não pode resolver pandemias, mitigar desastres ambientais ou lidar com a complexidade das novas tecnologias.
A saída, talvez, esteja na construção de um novo equilíbrio entre local e global, entre identidade e cooperação, entre soberania e responsabilidade compartilhada. Isso exigirá mais do que reformas técnicas: exigirá uma nova imaginação política, capaz de combinar pertencimento com abertura, proteção com justiça, e identidade com alteridade. Significará, também, um enfrentamento direto das desigualdades geradas pela globalização anterior — não apenas com compensações simbólicas, mas com políticas reais de redistribuição e inclusão.
A globalização, portanto, não está morta. Mas o mundo que ela moldou está sob profunda revisão. O que será reconstruído em seu lugar dependerá de nossa capacidade coletiva de aprender com os erros do passado — e de construir, com lucidez e coragem, um novo horizonte para a convivência internacional.
Apresentação da série
A presente série de artigos busca compreender o colapso da ordem internacional liberal a partir de uma perspectiva crítica, histórica e multidimensional. Ao invés de se limitar à análise pontual de eventos contemporâneos, os textos propõem uma leitura estrutural dos processos que levaram à crise do multilateralismo, à ascensão de lideranças populistas e à emergência de novas configurações de poder global. Através de seis ensaios interligados, abordam-se as principais fraturas que desestabilizam o modelo liberal: a perda de legitimidade das instituições internacionais, as contradições internas das democracias liberais, o retorno do nacionalismo e da desglobalização, a disputa por hegemonia entre potências emergentes, a crise do discurso universalista e, por fim, a figura de Donald Trump como expressão simbólica desse esgotamento histórico. O conjunto dos textos fornece um panorama abrangente dos desafios contemporâneos à ordem internacional, contribuindo para um debate mais profundo sobre os rumos possíveis da política global no século XXI.
Títulos dos artigos da série
- A crise das instituições multilaterais: erosão da confiança e perda de legitimidade
- As contradições internas das democracias liberais: quando a promessa vira ressentimento
- A desglobalização e o retorno do nacionalismo: o fim da era da abertura?
- A disputa por hegemonia e a emergência de ordens alternativas: o mundo já não é unipolar
- A crise de valores e do discurso universalista: quando o mundo rejeita a fala do centro
- Donald Trump como sintoma: o desmonte da ordem liberal e a reconfiguração do poder global
Pós-Doutor em Competitividade Territorial e Indústrias Criativas, pelo Dinâmia – Centro de Estudos da Mudança Socioeconómica, do Instituto Superior de Ciencias do Trabalho e da Empresa (ISCTE, Lisboa, Portugal). Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (2007). É Diretor Executivo do Mapa Mundi. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1484-395X