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Relação União Europeia e China

A União Europeia é uma das principais parceiras econômicas da República Popular da China, e vice-versa. Levando em consideração a sua meta de evoluir para uma economia sustentável, a China precisa subir na cadeia de valor e incentivar seu mercado interno, logo, necessita de todo apoio que lhe for possível. O bloco europeu é um parceiro fundamental para a China, tanto no âmbito das importações e exportações, quanto em matéria de investimento, já que é destino e fonte de investimento direto estrangeiro, uma vez que a China busca um ambiente estável e juridicamente seguro. Além disso, discutem e cooperam a respeito de política externa, segurança, prosperidade, desenvolvimento sustentável e intercâmbio de pessoas. 

Em primeiro lugar, a UE e a China organizam, anualmente, um diálogo para debaterem as relações bilaterais, com o foco em política externa e segurança, ao patamar do Alto Representante/ Vice-Presidente, por parte do bloco, e do Conselheiro de Estado para os Negócios Estrangeiros, do lado chinês. A união pretende reforçar sua cooperação em política externa e segurança com a China; continuar incentivando a China a mobilizar seus recursos diplomáticos no apoio a segurança internacional, principalmente em casos vizinhos as fronteiras da UE, garantindo assim paz e segurança na vizinhança europeia; assegurar a liberdade de navegação e sobrevoo nos mares da China Oriental e Meridional; resolver disputas de forma pacífica e sempre respeitando o Estado de Direito; procurar um ponto de entendimento em relação ao desarmamento, não proliferação e luta contra o terrorismo, e trabalhar com a China no que diz respeito ao apoio a operações de reforço de capacidades e de manutenção da paz no continente africano.

Ademais, ao considerar a China um de seus parceiros fundamentais no que diz respeito à luta contra as alterações climáticas e aos desafios ambientais globais, a União Europeia planeja ter abordagens comuns com a China, com o intuito de acelerar a aplicação do Acordo de Paris de 2015, como também colaborar para estabelecer e aprofundar a cooperação em domínios como as energias limpas, produção de energia renovável e a eficiência energética, entre outros. Com a cooperação da UE, a China pode desenvolver políticas e quadros regulamentares adequados que permitam com que ela venha a se tornar uma economia verde, hipocarbônica e circular, além de enfrentar seus desafios ambientais a nível interno de poluição atmosférica, de água e solo. Pensando no cenário internacional, encontros importantes como o G20 poderiam funcionar como um meio para a UE e a China cooperarem na tentativa de encontrar soluções sustentáveis para problemas globais, bem como a exploração de madeira ilegal, tráfico de vida selvagem e desmatamento.

A China e a União Europeia assinaram, no ano passado, 2020, um acordo preliminar de investimento, após anos de negociações, que encontra-se em um momento de fragilidade frente a posição dos parlamentares europeus que, criticam de forma brusca os registros de direitos humanos da China. O bloco se juntou aos Estados Unidos e ao Reino Unido, sancionando autoridades chinesas por abusos em Xinjiang. A china, por sua vez, fez o mesmo por dez políticos europeus, gerando discussão para o cancelamento do acordo comercial. O vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, afirmou que o ambiente não era propício para a ratificação do acordo.

Conclui-se, portanto, que existe uma colaboração mútua, que visa pontos importantes e significativos ao pensar no cenário da União Europeia e chinês. Ambos mantêm relações diplomáticas direcionadas a política externa, segurança e aspectos ambientais, que são de extrema relevância para o desenvolvimento individual desses atores, como a evolução da relação entre eles. A UE reconhece a influência da China em seu território em aspectos como: comércio, investimento, turismo e intercâmbios acadêmicos. Além disso, é interesse da UE colaborar com a China para garantir que o seu envolvimento na Europa como um todo, em especial na parte oriental e meridional da UE, onde a China está cada vez mais ativa, ajude a reforçar a segurança da região e a imposição de regras. Em contrapartida, pode-se afirmar que as relações entre ambos foram estremecidas por conta das sanções, o que abre ala para a conclusão de que deve-se haver um diálogo visando a resolução deste desentendimento e um maior comprometimento da China no que tange os direitos humanos.

REFERÊNCIA

UNIÃO EUROPEIA. Perguntas frequentes sobre as relações UE-China. Disponível em: <Perguntas frequentes sobre as relações UE-China (europa.eu)> Acesso em: 16 abr.2021

Autoras: Giovanna Bruno e Francesca Abduch

Núcleo de Estudos e Negócios Europeus
O Núcleo de Estudos e Negócios Europeus (NENE) está ligado ao Centro Brasileiro de Estudos de Negócios Internacionais & Diplomacia Corporativa (CBENI) da ESPM-SP. Foi criado considerando a necessidade de estimular a comunidade acadêmica brasileira e latino-americana a compreender melhor suas relações com os europeus, buscando compreender e aprofundar a Parceria Estratégica Brasil – União Europeia.