dans l'édition de 13/7/2021 Estadão reproduit un article de "The Economist" dont le titre – "La mission américaine en Afghanistan a été un fiasco" – c'est tragiquement explicite. Utilisation de la mémoire historique, ce script ressemble à du "déjà vu": la même chose s'est produite au vietnam, en Irak, En Libye, en Syrie; et comme dans ces pays, le cycle de la présence américano-occidentale en Afghanistan se termine de la même manière que toujours: un fiasco, comment "The Economist" se qualifie.
Les talibans se préparent déjà à occuper l'espace laissé par les troupes occidentales et, selon la grande majorité des analystes, très bientôt il reprendra le pouvoir absolu à Kaboul et imposera à nouveau une gouvernance islamique ultra-conservatrice, basé sur le strict code juridique musulman - la charia -, a exemplo do que ocorreu no período em que “reinou” inconteste na região, de 1996 une 2001, até que o ataque do grupo Al Qaeda – corrente radical dos talebans– às Torres Gêmeas deslanchou a ”caça ao terror” de George W. Bush e resultou na invasão do Afeganistão pelas tropas americanas/OTAN, que todos recordamos.
O governo do Presidente Ashraf Ghani não tem como resistir à investida taleban. Não somente está econômica e politicamente depauperado, e as tropas despreparadas para assumir a defesa do país, senão também perdura a disputa de poder entre ele e o Primeiro-Ministro Abdullah Abdullah. de plus, as várias tribos – muitas delas inimigas figadais dos talebans sunitas, d'ailleurs – têm “vested insterests” na pulverização da governança. Este cenário, d'ailleurs, aflui sempre que se cria o vácuo de poder no país. Somente os que têm convivido com a complexidade das relações inter-étnicas no Afeganistão conseguem avaliar o caos que se prenuncia: o mesmo cenário, d'ailleurs, que sucedeu à partida igualmente intempestiva das tropas soviéticas em 1991. C'est-à-dire, revive-se a História…só que estamos falando de indivíduos, famílias e clãs que sofrerão as consequências nefastas destas políticas desestabilizadoras. E novamente os vizinhos Paquistão e Irã serão “invadidos” por milhares de refugiados, acrescentando ainda maior instabilidade à região.
À propos, recordemos que o Presidente Joe Biden garantiu ao seu colega Ashraf Ghan, na reunião que mantiveram recentemente em Washington (cf. minha postagem de 25/06), que “”we’re going to stick with you and we’re going to do our best to see to it you have the tools you need”. Referendando, Porte-parole de la Maison Blanche, Seulement Psaki, afirmou em comunicado, que “os Estados Unidos estão comprometidos em apoiar o povo afegão fornecendo assistência diplomática, econômica e humanitária para apoiar o povo afegão, incluindo mulheres, meninas e minorias afegãs… Os Estados Unidos permanecerão profundamente engajados com o governo do Afeganistão para garantir que o país nunca mais se torne um porto seguro para grupos terroristas que representam uma ameaça à pátria dos EUA… Os Estados Unidos continuam a apoiar plenamente o processo de paz em curso e encorajam todas as partes afegãs a participarem significativamente nas negociações para acabar com o conflito”.
Este jogo dúbio já havia sido, d'ailleurs, delineado nas reuniões que, ainda durante a administração Trump, e por iniciativa deste, americanos e talebans – até então inimigos – passaram a se encontrar em Doha, pas qatar. Delas emergiu um acordo que permitiu o intercâmbio de prisioneiros, à revelia – e na ausência – do governo legítimo do Afeganistão. Estratégia, pas de minimum, insidiosa. Será que este exercício de “real politik” tem justificativa? Sobretudo partindo de um governo que prima pela defesa e imposição da ética entre os Estados?
O que se conclui, seguindo os analistas, é o profundo desconhecimento dos americanos/ocidentais com relação à psique social dos afegãos. Como afirma o articulista do “The Economist”…”se as guerras do Vietnã e (em menor grau) do Iraque inspiraram gerações de especialistas da área, o pequeno elenco de especialistas americanos em Afeganistão mudou pouco desde 2001. Como passou um bom tempo no país durante a primeira década da missão americana, embora pouco tempo na segunda, este colunista às vezes é confundido com um especialista. Isto mostra como é baixo o padrão que se estabeleceu para a expertise no Afeganistão”.
E como se sentem os afegãos?
Incluí nesta postagem um vídeo do “Public Broadcasting System” (PBS) intitulado “Afghan militias forced to fight Taliban blame America’s abandonment”, que demonstra bem a sensação de abandono e a preocupação com que a liderança afegã antevê os próximos tempos. A pergunta que não quer se calar, em toda esta tragédia revisitada, é com que parâmetros os detentores – circunstanciais – do Poder mundial podem impor seus valores “erga omnes”? E, acima de tudo, de que forma arcarão eles com as consequências do fracasso de seus atos?
Leia também Chronique de la mort annoncée (le truc du pouvoir)… ou a tragédia afegã.
Sugiro aos amigos que leiam a matéria do “The Economist” e assistam ao vídeo do PBS: