Autores: Ana Reis e Otávio Rauen
No dia 09 de setembro, um incêndio na ilha grega de Lesbos, no Campo de Refugiados de Moria, incitou a realocação em massa das 13.000 pessoas oriundas majoritariamente de zonas de conflito no Oriente Médio. O ocorrido teve início depois de um protesto no campo gerado pela rígida quarentena imposta após a detecção de casos de COVID-19 (El País, 2020). Após isso, em 16 de setembro, seis jovens afegãos com menos de 20 anos foram acusados pelas autoridades gregas por terem envolvimento no acontecimento (Estadão, 2020).
As condições humanitárias dentro do campo de Moria eram extremamente precárias: superlotação, insalubridade, falta de água, ausência de saneamento básico e outros fatores que potencializam a transmissão do Corona Vírus (Estadão, 2020). Após a catástrofe, o cenário não se apresentou melhor: mesmo com a habilitação de um campo provisório para 9 mil pessoas, apenas 1.200 estão alocadas e as demais se encontram sem moradia fixa (Estadão, 2020). Esses, por sua vez, estão receosos para aceitar a vivência no novo acampamento, pois acreditam que sua realocação para a Europa Continental tardará a ocorrer (Estadão, 2020), dado que países como Alemanha e Suécia (UOL, 2020), por exemplo, encontram-se em uma situação difícil para receber um número maior de refugiados, mesmo que tenham uma infraestrutura bem estabelecida para tal. Ao mesmo tempo, há países que fazem parte da UE e que optam por não acolher os realocados, uma vez que a população exprime uma sensação de não aceitação. Assim, os negligenciam e alegam que há falta de infraestrutura para tal. Enquanto a Alemanha já concedeu asilo a mais de 1,4 milhão de pessoas, por sua vez, a Polônia, Hungria e República Checa asilam, conjuntamente, 37.500 (Idealista, 2018)
Dado que essas pessoas estão à mercê das decisões tomadas dentro da União Europeia (EuroParl; MigraMundo e Comissão Europeia, 2020), faz-se necessário então, uma melhor realocação dos povos vindos do Oriente Médio. Para tal, é imprescindível um novo diálogo entre os países-membros do bloco, no que tange à questão dos refugiados e dos direitos humanos.
Fontes:
https://brasil.elpais.com/internacional/2020-09-09/incendio-destroi-campo-de-refugiados-na-grecia-e-deixa-quase-13000-pessoas-sem-teto.html – acesso em 14/09/2020
https://www.europarl.europa.eu/news/it/headlines/priorities/immigrazione/20170629STO78630/statistiche-su-asilo-e-immigrazione – acesso em 14/09/2020
https://www.europarl.europa.eu/news/it/headlines/society/20170629STO78629/la-risposta-europea-alla-questione-dei-migranti – acesso em 14/09/2020
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2020/05/12/coronavirus-pode-levar-mais-pessoas-a-buscar-asilo-na-ue-diz-agencia.htm – ACESSO EM 14/09/2020
https://www.idealista.pt/news/financas/economia/2018/07/03/36697-em-que-paises-europeus-vive-a-maioria-dos-refugiados – acesso em 14/09/2020
https://www.migramundo.com/entenda-como-funciona-o-processo-de-pedido-de-asilo-na-uniao-europeia/ – acesso em 16/09/2020
https://www.europarl.europa.eu/factsheets/pt/sheet/151/politica-de-asilo – acesso em 16/09/2020
https://ec.europa.eu/info/policies/migration-and-asylum_pt – acesso em 16/09/2020
https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,grecia-acusa-seis-jovens-afegaos-por-iniciar-incendio-em-moria,70003439856 – acesso em 21/09