Artigo elaborado por Maíra Figueredo Gomes e Marina Wohlers Ariboni
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, que ocorreu no dia 24 de fevereiro de 2022, é estimado pelo ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) que 3,5 milhões de pessoas migraram de seu país de origem para outros países da Europa. Dentre eles, mais de 2 milhões de pessoas teriam se deslocado para a Polônia, especificamente. A crise migratória decorrente da guerra está cada dia maior, e de acordo com a agência de migração da ONU, quase 6,5 milhões de pessoas foram deslocadas para outras regiões da Ucrânia.
Ylva Johansson, chefe de migração da União Europeia afirmou que o bloco econômico está preparado de inúmeras formas para receber os refugiados, visto que aprenderam a lidar com esse assunto durante a crise migratória em 2015. “A situação agora é totalmente diferente e a questão é que estamos muito melhor preparados”, disse Johansson, em entrevista à Lusa sobre a situação no território ucraniano. Segundo ela, a UE “começou com um plano de contingência semanas antes de isto acontecer, contactando ambas as agências (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira e a Agência da União Europeia para o Asilo) e pedindo dados aos Estados-membros”. Além disso, afirmou que em comparação com 2015, a guerra na Síria começou em 2011 e a Europa começou a reagir quando os refugiados já estavam no território europeu, diferente do que está acontecendo atualmente.
De acordo com dados coletados da ACNUR, em 2014, a chegada de migrantes na Europa totalizou 280 mil, uma alta de 10,3% comparada com o ano anterior. Mais de 170 mil pessoas/imigrantes foram para a costa italiana e 43.500 para a costa grega. Em 2015, foram mais de um milhão de migrantes. No mesmo ano, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) estimou em 1.047.000 as chegadas por mar à Europa. *
No fim do verão de 2015, quando milhares de refugiados fugiram dos conflitos no Oriente Médio, a chanceler Angela Merkel decidiu abrir as portas da Alemanha, provocando uma grande escala de solicitações de refúgio e atingindo
1,26 milhões na UE. Agindo. Por ter agido de forma unilateral no fornecimento de refúgio, foi criticada por muitos de seus sócios europeus.
A Comissão Europeia garante que a União Europeia está mais cuidadosamente preparada para lidar com o fluxo migratório provocado pela guerra na Ucrânia, em comparação à crise migratória de 2015.
Pode-se concluir que o atual fluxo migratório na Europa, consequência principalmente da guerra entre Ucrânia e Rússia, está sendo consideravelmente superior devido ao seu preparo, se comparado com a crise migratória ocorrida em 2015, uma vez que o continente europeu já passou por uma situação semelhante. Entretanto, quando se fala em dados, esse quadro é o oposto. Segundo a ONU, em menos de uma semana de guerra, a fuga dos ucranianos foi ao menos 10 vezes maior que o recorde de pessoas que migraram para a Europa durante a crise em 2015.
Referências:
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