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Rússia

Groenlândia, rota do Norte e os segredos econômicos que movem a nova corrida pelo Ártico
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Rússia

Groenlândia, rota do Norte e os segredos econômicos que movem a nova corrida pelo Ártico

A proposta do ex-presidente Donald Trump de “comprar a Groenlândia” em 2019, que à época foi tratada com escárnio pela imprensa e por líderes europeus, revelou, na verdade, um sintoma claro de uma mudança geopolítica relevante: o Ártico, por décadas ignorado por seu isolamento e condições extremas, tornou-se um dos mais cobiçados tabuleiros estratégicos do planeta. As razões são claras — rotas comerciais emergentes, recursos minerais críticos e reservas energéticas bilionárias estão no centro de uma disputa silenciosa entre potências como Estados Unidos, Rússia, China e países europeus. A Passagem do Nordeste, ou Rota Marítima do Norte, é um dos eixos centrais dessa corrida. Com o avanço das mudanças climáticas e o progressivo derretimento do gelo marinho, a rota que contorna o norte da...
A guerra dos alimentos e fertilizantes: como as cadeias agrícolas revelam a interdependência global
África, Américas, Ásia, Brasil, Canadá, China, Egito, Europa, Índia, Líbano, Oriente Médio, Peru, Rússia, Sri Lanka, Ucrânia

A guerra dos alimentos e fertilizantes: como as cadeias agrícolas revelam a interdependência global

Em um mundo cada vez mais integrado, a segurança alimentar deixou de ser apenas uma questão de produção local para se tornar uma peça central na engrenagem do comércio global. As cadeias agrícolas internacionais, que conectam plantações no Brasil, jazidas de potássio na Rússia, portos na China e silos nos Estados Unidos, formam uma teia complexa e interdependente que garante o abastecimento de bilhões de pessoas. No entanto, quando essa engrenagem sofre choques — seja por guerras, sanções ou disputas geopolíticas — os efeitos são imediatos, difusos e, muitas vezes, devastadores. Grãos e fertilizantes, dois pilares da produção agrícola moderna, estão no centro dessas turbulências e ilustram com clareza os desafios e interesses ocultos que marcam a geopolítica contemporânea. A pandemia de...
Corrida nuclear entre China e EUA isola outros países e redefine alianças com a Rússia
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Rússia

Corrida nuclear entre China e EUA isola outros países e redefine alianças com a Rússia

A política global de energia nuclear tornou-se mais do que uma disputa por mercados e tecnologia: ela passou a ser um campo de batalha estratégico, no qual Estados Unidos e China lutam por hegemonia e limitam ativamente o desenvolvimento atômico de outros países. Essa confrontação geopolítica se desdobra não apenas em disputas corporativas e acordos bilaterais, mas também na forma como diferentes nações se posicionam frente à Rússia, sobretudo após a guerra na Ucrânia e o aumento das tensões energéticas internacionais. China e Estados Unidos estão investindo fortemente para dominar o mercado nuclear global, buscando estabelecer padrões, firmar contratos de longo prazo e assegurar dependência tecnológica de outros países. A China, com a China National Nuclear Corporation (CNNC) e o avanç...
Crise energética global nasce da falta de cooperação entre os países
Américas, Europa, Irã, Organizações Internacionais, Oriente Médio, Rússia, Ucrânia, União Europeia, Venezuela

Crise energética global nasce da falta de cooperação entre os países

A crescente fragmentação da cooperação internacional no setor energético tem gerado efeitos colaterais significativos, como a elevação da inflação global, obstáculos ao desenvolvimento de países e o agravamento da pobreza energética. As sanções impostas a produtores de hidrocarbonetos, como Rússia, Irã e Venezuela, exemplificam como medidas políticas podem desestabilizar cadeias de suprimento e impactar negativamente os mais vulneráveis. Desde o início da guerra na Ucrânia, a União Europeia e os Estados Unidos implementaram uma série de sanções contra o setor energético russo. Essas medidas incluem o bloqueio de navios petroleiros, restrições a empresas de transporte e a imposição de um teto de US$ 60 por barril para o petróleo russo. Embora essas ações visem reduzir o financiamento da ...
O Tribunal Penal Internacional sob ataque
Américas, Estados Unidos, Europa, Israel, Oriente Médio, Palestina, Rússia, Tribunal Penal Internacional, Ucrânia

O Tribunal Penal Internacional sob ataque

O Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, enfrenta uma escalada de pressões e ameaças institucionais que colocam em risco sua independência, especialmente em um momento em que suas decisões podem afetar interesses estratégicos globais, como os conflitos na Ucrânia e na Palestina. Sanções econômicas, ameaças políticas diretas e campanhas de deslegitimação estão entre os instrumentos utilizados para tentar conter sua atuação. A Corte, criada para julgar crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídios, está hoje no centro de uma disputa geopolítica. Com investigações abertas contra Israel por crimes cometidos nos territórios palestinos e contra autoridades russas pela guerra na Ucrânia, o TPI se tornou alvo de potências que, até pouco tempo atrás, se diziam defensora...
Ásia, Coréia do Sul, Europa, Indonésia, Irã, Malásia, Oriente Médio, Rússia, Ucrânia

Instrumentos financeiros como ferramentas de influência geopolítica

O sistema monetário e financeiro internacional sempre desempenhou um papel central na economia global, mas sua função vai muito além das transações comerciais e da estabilidade macroeconômica. Ao longo da história, esses mecanismos têm sido utilizados como ferramentas de influência política e geopolítica, servindo aos interesses de nações e blocos econômicos na busca por poder e controle. A aplicação de sanções econômicas, a manipulação de fluxos de capitais e a imposição de políticas financeiras restritivas são apenas alguns exemplos de como a estrutura financeira global pode ser instrumentalizada para atingir objetivos estratégicos. Em diferentes momentos, o uso dessas ferramentas não apenas impactou economias nacionais, mas também remodelou dinâmicas de poder em escala global. Três c...
Brasil fortalece cooperação militar com múltiplos parceiros para ampliar autonomia estratégica
Américas, Argentina, Brasil, Estados Unidos, Europa, Naníbia, Rússia, Suécia

Brasil fortalece cooperação militar com múltiplos parceiros para ampliar autonomia estratégica

A cooperação técnico-militar do Brasil tem se caracterizado por uma estratégia de diversificação de parcerias internacionais, abrangendo nações de diferentes continentes e fortalecendo a capacidade de defesa nacional. Atualmente, o país mantém colaborações significativas com países como Rússia, Namíbia, Suécia e Argentina, além de promover exercícios conjuntos que envolvem potências globais como Estados Unidos e China. A parceria com a Rússia destaca-se pela transferência de tecnologia e aquisição de sistemas de defesa aérea, como as baterias Pantsir. Essa colaboração visa aprimorar a capacidade de defesa antiaérea brasileira, proporcionando acesso a tecnologias avançadas e fortalecendo a indústria de defesa nacional. No continente africano, a cooperação com a Namíbia é exemplar. Des...
Síria entre minorias e potências: o mosaico religioso e a disputa global pelo futuro do país
Américas, Estados Unidos, Europa, Irã, Oriente Médio, Rússia, Síria, Turquia

Síria entre minorias e potências: o mosaico religioso e a disputa global pelo futuro do país

A Síria é um país moldado por sua diversidade. Lar de árabes sunitas, alauítas, xiitas, drusos, cristãos e curdos, entre outros grupos, sua identidade se construiu ao longo dos séculos em meio a tensões e períodos de convivência pacífica. No entanto, a complexidade dessa estrutura social se tornou um dos fatores centrais da guerra civil que devastou o país por mais de uma década. O conflito não apenas aprofundou divisões internas, mas também transformou a Síria em um campo de disputa entre grandes potências globais, cada uma buscando influenciar seu futuro. Este artigo percorre essa trajetória, explorando primeiro as minorias que compõem a sociedade síria, depois os desdobramentos da guerra e, por fim, o papel das potências mundiais na luta pelo controle da região.A Síria é um mosaico de g...
UEEA: uma alternativa estratégica para um mundo multipolar
Ásia, Cazaquistão, China, Europa, Rússia, UEEA - União Econômica Euroasiática

UEEA: uma alternativa estratégica para um mundo multipolar

A União Econômica Eurasiática (UEEA) é uma organização internacional que visa a integração econômica e comercial entre seus membros: Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Rússia. Criada oficialmente em 1º de janeiro de 2015, a UEEA tem como objetivo principal fortalecer a cooperação econômica regional, promovendo a livre circulação de bens, serviços, capitais e trabalhadores. Seu modelo de integração oferece uma alternativa às abordagens ocidentais, como a União Europeia (UE) e as parcerias comerciais lideradas pelos Estados Unidos, contribuindo para um equilíbrio maior na ordem internacional. A UEEA e sua relevância geopolítica A UEEA surge como um bloco essencial na geopolítica da Eurásia, promovendo uma estrutura que favorece a cooperação entre países que, historicamen...
História repetida? Como os EUA assumem o controle nas negociações de paz
Américas, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia, Ucrânia, União Europeia

História repetida? Como os EUA assumem o controle nas negociações de paz

Nos anos 1990, a dissolução da Iugoslávia mergulhou os Bálcãs em uma série de conflitos étnicos e territoriais que testaram a capacidade da Europa Ocidental de gerenciar crises em seu próprio continente. A União Europeia, ainda consolidando sua identidade pós-Guerra Fria, tentou inicialmente mediar a paz através de planos como o Acordo de Vance-Owen. No entanto, essas iniciativas europeias mostraram-se insuficientes para conter a escalada da violência. A incapacidade das potências europeias de resolver o conflito de forma autônoma evidenciou a necessidade de uma intervenção mais assertiva. Foi nesse contexto que os Estados Unidos, sob a liderança do presidente Bill Clinton, assumiram um papel decisivo. Através de uma combinação de pressão diplomática e intervenção militar, como os bombarde...