Notice: Trying to access array offset on value of type null in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/transposh-translation-filter-for-wordpress/wp/transposh_db.php on line 322

Notice: Trying to access array offset on value of type null in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/transposh-translation-filter-for-wordpress/wp/transposh_db.php on line 322

Notice: Undefined index: in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 879

Notice: Undefined index: in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 880

Notice: Undefined index: in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 881

Notice: Undefined index: in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 882
ISSN 2674-8053 | Receba as atualizações dos artigos no Telegram: https://t.me/mapamundiorg

O neocolonislismo num mundo em mutação


Notice: Undefined variable: showjobtitle in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 662

Notice: Undefined variable: showseparator in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 664

Notice: Undefined variable: showseparator in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 667

Notice: Undefined variable: showcompany in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 667

Notice: Undefined variable: titleline in /home/ulhoacin/www.mapamundi.org.br/wp-content/plugins/sexy-author-bio/public/class-sexy-author-bio.php on line 751

O neocolonialismo, entendido como a perpetuação de influências políticas, econômicas e culturais das antigas potências coloniais sobre os países do Sul Global, mantém-se como uma realidade incontestável em um mundo marcado por transformações geopolíticas e tecnológicas. Embora a descolonização formal tenha ocorrido ao longo do século XX, a dependência estrutural de muitas ex-colônias persiste, evidenciando uma continuidade das dinâmicas de exploração sob novas formas. Grandes potências, como Estados Unidos, China e União Europeia, exercem influência por meio de investimentos diretos, acordos comerciais e estratégias de soft power, moldando as economias e as decisões políticas de nações emergentes.

A teoria da dependência, formulada por autores como Raúl Prebisch e Theotonio dos Santos, permanece relevante para explicar como os países periféricos continuam inseridos em uma lógica de intercâmbio desigual, exportando matérias-primas de baixo valor agregado enquanto importam produtos industrializados a preços elevados. Esse ciclo compromete o desenvolvimento autônomo e perpetua a vulnerabilidade econômica, impedindo que esses países diversifiquem suas bases produtivas e adquiram maior protagonismo no cenário global. A Iniciativa do Cinturão e Rota da China, por exemplo, tem sido interpretada por críticos como uma nova forma de neocolonialismo, pois, apesar dos investimentos em infraestrutura, gera dependência financeira e reforça a influência geopolítica de Pequim.

No continente africano, a presença de empresas estrangeiras nos setores de mineração e energia exemplifica a manutenção de uma lógica extrativista que beneficia atores externos em detrimento das populações locais. Países como Nigéria e República Democrática do Congo enfrentam desafios estruturais para converter suas riquezas naturais em desenvolvimento sustentável, devido à pressão de interesses internacionais e à falta de autonomia tecnológica. Paralelamente, governos africanos buscam diversificar suas parcerias, recorrendo a atores não tradicionais, como Rússia e Turquia, para reduzir sua dependência das potências ocidentais.

A governança global também reflete os impactos do neocolonialismo, com instituições financeiras multilaterais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial sendo frequentemente criticadas por impor políticas de austeridade e condicionalidades que limitam a soberania econômica dos países endividados. Esses mecanismos reforçam a influência do Norte Global, perpetuando uma hierarquia econômica em que as decisões estratégicas são ditadas por interesses externos, muitas vezes desconsiderando as realidades locais e as necessidades das populações.

Diante das transformações contemporâneas, a ascensão de novas potências e a diversificação das cadeias produtivas oferecem oportunidades para os países historicamente marginalizados reconfigurarem suas relações internacionais. A busca por maior autonomia, por meio da industrialização, da integração regional e da valorização do conhecimento endógeno, representa uma estratégia crucial para romper com as amarras do neocolonialismo e construir modelos de desenvolvimento mais equitativos e sustentáveis.

Rodrigo Cintra
Pós-Doutor em Competitividade Territorial e Indústrias Criativas, pelo Dinâmia – Centro de Estudos da Mudança Socioeconómica, do Instituto Superior de Ciencias do Trabalho e da Empresa (ISCTE, Lisboa, Portugal). Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (2007). É Diretor Executivo do Mapa Mundi. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1484-395X

Deixe um comentário