ISSN 2674-8053

Américas

As relações cada vez mais tensas entre EUA e China
Américas, Ásia, China, Estados Unidos

As relações cada vez mais tensas entre EUA e China

China anunciou, no último dia 24 de julho, a ordem para que os Estados Unidos fechassem o consulado do país em Chengdu, importante cidade com cerca de 4,6 milhões de habitantes. Foi uma retaliação ao fechamento, pelos EUA, do consulado chinês em Houston. Na véspera, o Secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo, em visita Yorba Linda, California, havia discursado[1] usando uma dura retórica contra o partido comunista chinês o os governantes daquele país. Ironicamente, o local do discurso foi a cidade natal de Richard Nixon, o presidente norte-americano responsável pela reaproximação dos EUA com a China na década de 1970. Assim, os dois países sobem mais um degrau na escalada de tensões que tem caracterizado as relações entre Washington e Beijing, especialmente nos últimos dois...
Alinhar não é submeter – o estranho caso Brasil/Estados Unidos
Américas, Brasil, BRICS, Estados Unidos

Alinhar não é submeter – o estranho caso Brasil/Estados Unidos

President Donald J. Trump welcomes President Jair Bolsonaro of the Federative Republic of Brazil to the White House Tuesday, March 19, 2019 (Official White House Photo by Tia Dufour) Em diferentes ocasiões podemos ver como lideranças do governo brasileiro afirmam o alinhamento que buscam com os Estados Unidos. Do presidente Bolsonaro e seus filhos ao chanceler Ernesto Araújo, é possível ver declarações de como estamos alinhados e como isso trará benefícios ao país. Interessante notar que não conseguem expor quais benefícios teremos, reduzindo muito do discurso a uma visão ideológica superficial, na qual dizem que é a forma de evitar a esquerda. Muito deste posicionamento é resultante de uma visão mais limitada sobre o sistema internacional, percebendo os Estados dentro de uma dualid...
América Latina e BRICS: para onde o Brasil deve olhar
Américas, Brasil, BRICS, China, Estados Unidos

América Latina e BRICS: para onde o Brasil deve olhar

A política externa brasileira atual tem ocorrido erraticamente. Ainda que se defenda que ela busca novos alinhamentos, a verdade é que não tem uma linha clara, baseada na busca pelos interesses do país. Mas nem tudo é culpa da atual direção que é impressa à política externa, o mundo tem mudado e colocado novos desafios. Há muito a polaridade estruturante da Guerra Fria acabou. Desde então o mundo vem passando por importantes movimentos de reorganização das forças, forçando os Estados a buscarem posicionamentos políticos que lhes ofereçam mais retornos. Nos últimos 10 anos, em particular, essa busca por reordenamento do sistema internacional ficou ainda mais confusa. Hoje o dito sistema multilateral está mostrando limites cada vez maiores, ao mesmo tempo em que vemos algumas potências i...
O problema da política externa brasileira não é a ideologia, mas a ausência de projeto
Américas, Brasil

O problema da política externa brasileira não é a ideologia, mas a ausência de projeto

Presidente da República, Jair Bolsonaro durante coletiva com a imprensa com o Ministro de Estado das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Foto: Marcos Corrêa/PR. A política externa brasileira sempre foi motivo de orgulho do país, sobretudo em função da internacionalmente reconhecida capacidade de seus diplomatas. Os diplomatas brasileiros conseguiram desempenhar um papel apaziguador em incontáveis momentos. Seja pela criatividade em encontrar novos equilíbrios entre movimentos dissonantes, seja pelo posicionamento ponderado defendido. Esse perfil dos diplomatas não é algo deste ou daquele governo, não é algo da esquerda ou da direita, de uma visão de mundo desenvolvimentista ou liberal. É fruto de vários fatores, como um ministério que se mostrou capaz de forma quadros com competênc...
Memorial do Claustro
Ásia, Estados Unidos, Europa, França, Laos

Memorial do Claustro

A propósito de uma matéria do "Fantástico" sobre as bombas no Laos COPE - Laos. Foto de Fausto Godoy - Arquivo pessoal. O programa ”Fantástico” de hoje apresentou uma matéria pungente sobre a questão das minas que ainda não foram desativadas no Laos e que causam enormes danos físicos à população. Recapitulando a questão: O bombardeio dos EUA no Laos (1964-1973) foi parte de uma tentativa da “Central Intelligence Agency”/C.I.A. de erradicar o grupo “Pathet Lao”, aliado ao Vietnã do Norte e à União Soviética durante a Guerra do Vietnã (1955-1975). No contexto da Guerra Fria, o Laos, oficialmente neutro, tornou-se um dos principais campos de batalha entre os Estados Unidos e a China / União Soviética. Foto de Fausto Godoy - Arquivo pessoal. O empenho dos americanos em salv...
Ocidente x Oriente x Covid-19 = ???
Américas, Brasil, Estados Unidos

Ocidente x Oriente x Covid-19 = ???

" Oh, East is East, and West is West, and never the twain shall meet,Till Earth and Sky stand presently at God's great Judgment Seat;But there is neither East nor West, Border, nor Breed, nor Birth,When two strong men stand face to face, though they come from the ends of the earth! "("The Ballad of East and West", poema de Rudyard Kipling") Este poema que Rudyard Kipling escreveu em 1889, em plena luta da Índia pela independência do Raj Britânico, parece ser mais que nunca atual nestes tempos de covid-19. Esta reflexão me veio à mente quando assisti a vídeo-conferência entre influentes personalidades políticas e acadêmicas brasileiras – o Presidente Fernando Henrique Cardoso, o Embaixador Sergio Amaral e os professores Sergio Fausto e José Pio Borges - com o cientista político norte-am...
Jair Messias Bolsonaro e o “agent provocateur”
Américas, Brasil

Jair Messias Bolsonaro e o “agent provocateur”

Jair Bolsonaro - Foto de Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasi  “Agent provocateur” é o nome que a ciência política dá aquele agitador que infiltrado nas hostes do inimigo, causa prejuízos imensos. Não se sabe de onde ele vem, mas sabe-se que causará acidente mortal para um dos lados. Sim, o presidente já teve um acidente no interior de Minas onde o suspeito é um “agent provocateur”. Quando da Revolução de 64, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica arcaram com o peso todo de suportar a contra revolução vinda de setores da esquerda, inclusive com suas posições armadas e que apelando com violência tentavam desestabilizar os governantes da época -os militares. Assim foi de 64 a 85. Por essa ocasião, Bolsonaro tomou corajosa e constante posição em defesa de seus colegas de farda...
China vs Estados Unidos = Covid-19 vs Desglobalização
China, Estados Unidos

China vs Estados Unidos = Covid-19 vs Desglobalização

A matéria do Estadão de 31/5/2020 -“Pandemia faz acelerar rejeição à globalização” - levanta uma questão que está na cabeça da maioria dos analistas...e de todos nós: será a Covid-19 que devasta o planeta um ( o ) fator decisivo para o aprofundamento do processo de “desglobalização” da economia? E será que este processo é irreversível, ou apenas um hiato “nacionalista” que testemunha a resistência do sistema internacional ao que seria o processo de realinhamento do eixo geoeconômico em direção à Bacia do Pacífico, tal como insistem analistas mais radicais? Segundo a matéria, “o mundo já vinha experimentando políticas protecionistas e guerras comerciais ... Depois de atingir seu pico no início dos anos 2000, o comércio global e os investimentos diretos estrangeiros sofreram uma d...
Xi Jinping +/x Donald Trump e a Arte da Guerra
China, Estados Unidos

Xi Jinping +/x Donald Trump e a Arte da Guerra

“Disse o Mestre Sun:Na Guerra existem Cinco Passos:Medição,Estimativa,Cálculo,Comparação,Vitória.Medição;Medição determinaEstimativa;Estimativa determinaCálculo ;Cálculo determinaComparação;Comparação determinaVitória.”(Capítulo 4 – Formas e Disposições” / "A ARTE DA GUERRA" de Sun Tzu Bin Fa) Estes ensinamentos fazem parte do livro “A Arte da Guerra”, uma das mais importantes obras - senão a mais –sobre táticas de guerra jamais escritas. Seu autor, Sun Tzu, viveu no século V a.C., no período dos Reinos Combatentes, que precedeu a unificação da China pelo mítico Imperador Qin Shi Huan Di, em 221 a.C. Sun Tzu foi um general e estrategista a serviço do rei do estado de Wu, um dos que então disputavam a hegemonia da China, no final do século V a.C. Na verdade, o seus conc...
O fim do Sistema Multilateral, que nunca foi multilareal
China, Estados Unidos, Rússia

O fim do Sistema Multilateral, que nunca foi multilareal

A Organização Mundial do Comércio não é uma instituição que foi criada na Conferência de Bretton Woods, em 1944. Mas é possível dizer que ela é resultante deste processo, na medida em que é resultado direto do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (chamado de GATT), a partir da chamada Rodada Uruguai. Isso é importante considerar pois, juntamente com todo o Sistema da Organização das Nações Unidas, a OMC é um dos grandes símbolos do sistema multilateral. Desde o final da II Guerra Mundial os Estados vem buscando o caminho do multilateralismo como sua principal estratégia para interação internacional. O auge deste caminho ocorreu na década de 1990, marcada por importantes conferências internacionais (como Eco-92; Conferência de Viena sobre Direitos Humanos; Conferência do Cairo sobre p...