ISSN 2674-8053

China

500 dias de guerra na Ucrânia
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Reino Unido, Rússia, Ucrânia

500 dias de guerra na Ucrânia

Hoje, se completam 500 dias desde que as tropas russas ultrapassaram as fronteiras ucranianas, em 24 de fevereiro do ano passado, no que previam ser uma ação militar fulminante, com a qual esperavam derrotar o exército ucraniano, retirando o presidente Zelensky do poder e substituindo-o por um governante “amigável” ao regime russo. A invasão russa é flagrantemente ilegal. Contraria, no mínimo, três instrumentos do Direito Internacional dos quais o país é signatário. O primeiro é a Carta da ONU, especificamente o previsto no nº 4 do artigo 2º, que prevê que “os Membros (da ONU) deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado”. O segundo é o Memorando de Budapeste, de 1994, no qual...
Tempo quente no Mar do Sul da China
Ásia, China

Tempo quente no Mar do Sul da China

A imprensa internacional noticiou a expansão, a partir de ontem, 11/04, dos exercícios das forças armadas dos Estados Unidos nas Filipinas. Segundo o Estadão, estas seriam “as maiores manobras de guerra da História da região do Indo-Pacífico”, reunindo mais de 17 mil soldados, e observadores militares do Japão e Austrália ao largo do arquipélago das Spratlys, no Mar do Sul da China. O objetivo seria monitorar os confrontos que se estão ali aguçando sobretudo diante da alegada investida dos chineses na região. O bom relacionamento do atual Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr. - filho do Ferdinand Marcos que dominou a vida política das Filipinas ao longo da segunda metade do século XX - com os americanos, propiciou a iniciativa. Só que...estas ilhas são, juntamente com as Ilhas ...
O dilema da China
Ásia, China

O dilema da China

A população da República Popular da China decresceu em 2022 para 1,411 bilhão, uma queda de cerca de 850.000 pessoas em relação ao ano anterior, anunciou o “Escritório Nacional de Estatísticas da China”/NBS durante um “briefing” no último dia 19/01. A última vez que fato semelhante ocorreu foi na década de sessenta, quando a política desastrosa de Mao Zedong de impor a industrialização forçada do país através da política do “Grande Salto em Avanço/ para a Frente”, entre 1958 e 1960, com a pretensão de transformar a República Popular numa nação desenvolvida e socialmente igualitária em tempo recorde, através de uma reforma agrária forçada e da industrialização urbana, sobretudo da siderurgia, teve como consequência funesta a m...
Xi e o mandato do céu
Ásia, China

Xi e o mandato do céu

O que até os cascalhos do caminho sabiam: no dia 23 deste mês, os cerca de 2000 representantes dos 96,7 milhões de membros do Partido Comunista Chinês (PCC) reconduziram o Secretário-Geral e Presidente do Partido, Xi Jinping, para mais um mandato de cinco anos. Ao seu final, ele terá cumprido quinze anos no poder absoluto do Partido...e da República Popular da China. Anteriormente, somente Mao Zedong teve tamanho protagonismo na vida dos chineses. Desde então, a tradição passara a ser o compartilhamento do poder entre a cúpula política, em uníssono. Assim foi nas gerações posteriores a ele: a do “triunvirato” Jiang Zemin, Li Peng e Zhu Rongzhi, e dos seus sucessores, Hu Jintao e Wen Jiabao. Nestas etapas anteriores, os líderes mantinham um perfil discreto, evitando o protagonismo p...
O 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês
Ásia, China

O 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês

Li Xueren/Xinhua via AP Teve início neste último domingo, 16 de outubro, o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC). Nele deverão ser traçados os objetivos gerais de desenvolvimento da China até o ano de 2035, de acordo com relatório enviado previamente aos congressistas. Estes objetivos foram definidos no “14º Plano Quinquenal (2021-2025) para o Desenvolvimento Econômico e Social Nacional e a Visão 2035 da República Popular da China”, com base nas propostas apresentadas pelo Comitê Central do Partido Comunista Chinês, que alinhou as estratégias e as prioridades do governo e orientou as atividades do mercado. Segundo este documento, trata-se de “um projeto para a nova jornada da China em direção a um país socialista moderno, e um plano de ação conjunto para o povo ch...
<a>Relação triangular entre Estados Unidos, Taiwan e China no início de governo do Joe Biden</a>
Américas, Ásia, China, Estados Unidos

Relação triangular entre Estados Unidos, Taiwan e China no início de governo do Joe Biden

Alison Cordeiro Sousa - Aluno do curso de Relações Internacionais e Pesquisador do Núcleo de Estudos em Negócios Asiáticos (NENA/ESPM) República da China (RDC) ou Taiwan, é uma ilha localizada a 200 km da República Popular da China (RPC), com governo independente e sendo reconhecida como um país por 20 nações no mundo (BARBOSA, JUNIOR e SATUR, 2016). A RPC, observa a ilha, como uma província rebelde que faz parte de seu território, segundo Ivanov (2022). A ocupação da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, com tacit support da China à invasão russa, sustentou no sistema internacional, especulações sobre as intenções de Pequim com Taiwan (YEUNG, GAN e JIANG, 2022). Por exemplo, Tadeu (2022) afirma que a abstenção da China na votação no conselho de segurança da Organizações d...
A visita da Senhora
Américas, Ásia, China, Estados Unidos

A visita da Senhora

A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, caminha ao lado da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, em visita à sede presidencial da ilha, em Taipei, em 3 de agosto de 2022. — Foto: Presidência de Taiwan via Associated Press A visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes do Congresso americano a Taiwan, ontem, 02/08, teve o “mérito” de angariar tanto a discordância do Presidente Joe Biden quanto o opróbio dos chineses continentais. Confrontado com o “fait accompli”, Biden limitou-se a demonstrar sua contrariedade para com a iniciativa e alegar, como justificativa, a independência do Legislativo na ordem constitucional americana. Pequim, de sua parte, como esperado, considerou a visita uma “provocação militar”. Foram deslocados aviões de caça para o Estreito de Taiwa...
E la nave va… o BRICS
África, África do Sul, Américas, Ásia, Brasil, China, Europa, Índia, Rússia

E la nave va… o BRICS

Merece reflexão atenta o artigo intitulado “O Brics Numa Nova Etapa”, do Embaixador Rubens Barbosa, que o Estadão publicou no dia 17/07, no qual ele analisa a 14ª cúpula do BRICS, realizada em 23/ 24 de junho, no formato virtual, sob a presidência de turno da China. O tema do encontro - “Promover uma Parceria de Alta Qualidade e Inaugurar uma Nova Era para o Desenvolvimento Global” - trata das próximas ações do grupo neste momento particularmente complexo em que um dos seus membros, a Rússia, promove uma guerra contra a Ucrânia, que tem, por sua vez, como pano de fundo, a ameaça que Moscou entende sofrer de parte do Ocidente contra o “status quo” da região que fez parte do “império” soviético. Conforme assinalou o Embaixador, “o encontro buscou aumentar a parceria entre o grupo e a...
Coproduções: estratégia para fortalecimento do mercado cinematográfico chinês
Ásia, China

Coproduções: estratégia para fortalecimento do mercado cinematográfico chinês

AP Photo/Andy Wong Artigo elaborado por Julia Nascimento Aguilar* e Natália Yuri Kitayama* "Devemos melhorar a cultura como parte do soft power do nosso país para melhor garantir os direitos e interesses culturais básicos do povo”. Essa frase foi parte do discurso do ex-presidente Hu Jintao (2017) da República Popular da China, antes do 17º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC) — o qual vem adotando a estratégia de fortalecimento do soft power chinês para aumentar a presença de seu Estado no sistema internacional (BECARD; FILHO, 2019). Como parte da estratégia de promoção cultural, iniciada na década de 1970, o PCC empreendeu três ondas de reformas culturais. A primeira, de 1978 a 1997, conduzida por Deng Xiaoping, iniciou o processo de abertura de mercado e a refo...
A construção de agendas internacionais: o papel do Movimento dos Países Não Alinhados
África, África do Sul, Américas, Ásia, Brasil, China, Europa, Índia, Rússia

A construção de agendas internacionais: o papel do Movimento dos Países Não Alinhados

Países membros (azul escuro) e observadores (azul claro) do Movimento Não Alinhado (2005). Durante a Guerra Fria o mundo foi estruturado em torno de dois grandes blocos: capitalista (liderado pelos Estados Unidos) e comunista (liderado pela União Soviética). Esses blocos formaram uma estrutura internacional conhecida por bipolar, na medida em que os blocos se mostravam antagônicos. Ao longo da Guerra Fria outras tendências importantes ocorreram, especialmente as lutas nacionais por independência, combate ao imperialismo e a busca por superação da pobreza em grande parte do mundo. Essas tendências acabaram por consolidar um grupo conhecido por Movimento dos Países Não Alinhados. Importante notar que não se tratou da criação de um terceiro polo e nem necessariamente da recusa da ex...