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Estados Unidos

EUA ampliam restrições a estrangeiros e corroem sua própria credibilidade como potência global
Américas, Ásia, China, Coréia do Norte, Estados Unidos, Europa, Irã, Oriente Médio, Rússia

EUA ampliam restrições a estrangeiros e corroem sua própria credibilidade como potência global

Uma potência global que almeja liderar o sistema internacional precisa, antes de tudo, inspirar confiança. A confiança não é apenas uma virtude moral ou um discurso diplomático — é um instrumento de poder. Ela é o que torna uma nação atraente para investimentos, parceira desejável em alianças e referência normativa para outras sociedades. Quando os Estados Unidos restringem o acesso de estrangeiros a direitos básicos, como a posse ou o aluguel de imóveis, sob alegações vagas de segurança nacional, o que está em jogo não é apenas a imagem interna de um Estado como o Texas, mas a credibilidade de todo o projeto hegemônico norte-americano. A entrada em vigor do Projeto de Lei 17 do Senado do Texas (SB 17), em setembro de 2025, que proíbe cidadãos e empresas da China, Irã, Coreia do Norte e...
Alternativas que disputam a ordem internacional
África, África do Sul, Américas, Ásia, Austrália, China, Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Coréia do Sul, Estados Unidos, Europa, Índia, Japão, Nova Zelândia, Oceania, OCX, OPEP, Organizações Internacionais, Paquistão, Rússia, Sul Global, UEEA - União Econômica Euroasiática

Alternativas que disputam a ordem internacional

A tentativa de criar uma ordem internacional alternativa deixou de ser uma ideia difusa e ganhou corpo em arranjos concretos que se multiplicaram nas últimas duas décadas. O fio condutor é claro: reduzir a dependência de Washington e Bruxelas, diversificar centros de decisão e criar infraestrutura financeira, energética e logística que permita maior autonomia ao Sul Global. A Organização para Cooperação de Xangai, criada em 2001, é o emblema mais visível desse movimento porque combina segurança, política e economia numa mesma plataforma. Mas ela não está só. Em paralelo surgiram ou se fortaleceram blocos econômicos, bancos multilaterais fora do eixo tradicional, iniciativas de integração comercial asiática, redes políticas sul-sul e cartéis energéticos com capacidade de influenciar preços ...
A economia puxa o leme e desestabiliza a política transatlântica
Américas, Estados Unidos, Organizações Internacionais, União Europeia

A economia puxa o leme e desestabiliza a política transatlântica

A confiança entre Estados Unidos e Europa se desfaz mais depressa quando o dinheiro entra na sala. Interesses econômicos divergentes — subsídios, energia, cadeias de suprimento, tecnologia, sanções e mercados finais — empurram Washington e capitais europeias para posições que mudam ao sabor de preços, eleições e lobbies industriais. O resultado é uma política mais instável nos dois lados do Atlântico: governos oscilam entre o discurso de “valores” e a prática de proteger empregos, fábricas e receitas fiscais, corroendo a previsibilidade que, por décadas, sustentou a parceria. O exemplo mais didático vem da corrida industrial por semicondutores, baterias e energia limpa. Quando os Estados Unidos ampliaram subsídios maciços para produção doméstica, empresas europeias fizeram fila para atr...
A diplomacia do clima: como o meio ambiente virou questão geopolítica
Américas, Ásia, Brasil, China, Estados Unidos, Organizações Internacionais, União Europeia

A diplomacia do clima: como o meio ambiente virou questão geopolítica

As mudanças climáticas deixaram de ser um tema exclusivo de cientistas e ativistas ambientais. Hoje, o clima ocupa o centro da política internacional e se transformou em uma poderosa ferramenta de diplomacia, disputa por poder e reconfiguração das alianças globais. A emergência climática não é apenas um problema ambiental — ela é também uma questão econômica, estratégica e, acima de tudo, geopolítica. O principal fator dessa transformação é a transição energética. Países desenvolvidos e emergentes estão sendo pressionados — por seus próprios cidadãos, por mercados financeiros e por novos padrões internacionais — a abandonar combustíveis fósseis e adotar fontes renováveis. Esse processo cria novas cadeias de dependência, altera o equilíbrio entre exportadores e importadores de energia e ...
EUA e Europa já não confiam um no outro
Américas, Estados Unidos, Organizações Internacionais, União Europeia

EUA e Europa já não confiam um no outro

A confiança entre os Estados Unidos e seus aliados europeus vive uma das fases mais críticas desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O vínculo histórico que sustentou a chamada aliança transatlântica — composta por laços políticos, militares e econômicos — vem sendo corroído por episódios de desconfiança mútua, decisões unilaterais e divergências estratégicas. A Europa já não acredita que os EUA sejam um parceiro previsível e confiável. E os Estados Unidos, por sua vez, questionam o comprometimento europeu com os valores e interesses compartilhados. O resultado é um distanciamento crescente entre os dois lados do Atlântico. Um dos sinais mais visíveis da quebra de confiança está na condução da guerra na Ucrânia. Desde o início do conflito, os Estados Unidos adotaram uma postura assertiva...
O que é lawfare e por que virou uma arma global
África, Américas, Brasil, Estados Unidos

O que é lawfare e por que virou uma arma global

A política internacional do século XXI não é feita apenas com tanques, sanções e diplomacia. Cresce, silenciosamente, o uso de uma nova ferramenta de poder: o lawfare. O termo — junção de law (lei) e warfare (guerra) — refere-se ao uso estratégico do sistema jurídico como instrumento de combate político, desestabilização institucional e interferência internacional. Mais do que disputas legais legítimas, o lawfare transforma tribunais, promotorias e investigações em armas para enfraquecer adversários e moldar cenários políticos e geopolíticos. O conceito ganhou notoriedade nos anos 2000, mas sua aplicação é muito mais antiga. O que mudou recentemente foi a sofisticação do uso e sua disseminação em múltiplos contextos. O lawfare pode assumir várias formas: processos seletivos contra lider...
Como funciona o lobby internacional das armas
Américas, Estados Unidos, Europa, França, Israel, Oriente Médio, Rússia

Como funciona o lobby internacional das armas

O comércio global de armamentos não é apenas uma questão de segurança nacional ou defesa militar — é também um dos setores mais influentes da política internacional, capaz de moldar alianças, prolongar conflitos e redesenhar zonas de influência. Por trás de cada guerra, disputa territorial ou reconfiguração de poder, há contratos bilionários, pressões políticas e uma cadeia de interesses articulada por um dos lobbies mais poderosos do mundo: o lobby internacional das armas. Esse lobby não opera apenas nos corredores dos parlamentos nacionais, mas em uma escala transnacional, conectando governos, empresas, intermediários e think tanks. O complexo industrial-militar é especialmente forte em países como Estados Unidos, Rússia, França, China, Reino Unido, Israel e Turquia — os maiores expor...
Chilli Beans abre mão do dólar em comércio com a China e sinaliza mudança global
Américas, Ásia, Brasil, China, Estados Unidos

Chilli Beans abre mão do dólar em comércio com a China e sinaliza mudança global

A decisão da Chilli Beans de realizar transações internacionais com a China sem o uso do dólar norte-americano marca um passo ousado na estratégia da empresa e ilustra uma tendência cada vez mais evidente no comércio global. O CEO anunciou que a partir de agora os negócios bilaterais serão feitos diretamente em yuan e real, evitando a conversão intermediária para a moeda dos Estados Unidos. Essa mudança reduz a exposição às variações cambiais do dólar e coloca a marca brasileira na vanguarda de um movimento que já é percebido entre países e empresas de diferentes continentes. A prática é viabilizada por mecanismos de compensação direta entre moedas nacionais, como acordos entre bancos centrais e a adesão a sistemas de pagamento internacionais alternativos ao SWIFT, como o CIPS, operado ...
Nacionalismo em ascensão revela tendência de desglobalização
África, Alemanha, Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Etiópia, Europa, França, Índia, Reino Unido

Nacionalismo em ascensão revela tendência de desglobalização

O mundo vem atravessando uma onda articulada de nacionalismo, que não se restringe ao Ocidente, mas ressoa também na África e na Ásia, criando uma dinâmica que aponta para uma possível reversão do processo de globalização. Se no século XX houve movimentos importantes de afirmação nacional — na Europa pós‑Guerras Mundiais, na África em busca da descolonização, e na Índia durante sua luta por independência —, agora assistimos a uma nova fase, marcada por reações às crises econômicas, insegurança cultural e temores de perda de soberania diante de fluxos migratórios, tecnologia e acordos transnacionais. Em muitos países ocidentais, o nacionalismo voltou sob uma faceta do chamado “neo‑nacionalismo”: com discursos identitários, protecionistas e anti‑globalização. Exemplos como o Brexit no Rei...
Perda de influência dos EUA reacende disputa pelos valores globais
Alemanha, Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, França, Índia, OMC, ONU, Organizações Internacionais, Países Baixos

Perda de influência dos EUA reacende disputa pelos valores globais

A perda do poder de atração dos Estados Unidos assume hoje uma dimensão crítica, sinalizando uma virada histórica na disputa pelo soft power global. Durante décadas, o estilo de vida americano, seus valores democráticos e seu modelo cultural serviram de farol para grande parte do mundo. Agora, essa posição está fragilizada — e as consequências vão além das fronteiras americanas, jogando incertezas sobre quais princípios morais e políticos dominarão no cenário mundial. A erosão do soft power dos EUA reflete um fenômeno multifacetado. Internamente, desafios econômicos crônicos como o endividamento público, a desigualdade e uma crise de representatividade política enfraqueceram a imagem de um país confiável e atraente. Internacionalmente, a ascensão de outras potências — como China, Índia ...