ISSN 2674-8053

Américas

Exercícios militares no mar do Japão, dois pesos, duas medidas
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Japão, Rússia

Exercícios militares no mar do Japão, dois pesos, duas medidas

Formas militares da China e Rússia durante a cerimônia de abertura dos exercícios militares do mar do Japão. Foto: Xinhua No dia 14 de outubro (2021), China e Rússia realizaram exercícios navais no Mar do Japão. A ação faz parte de exercícios conjuntos que se estenderam pelos dias seguintes. Em que pese o exercício ter ocorrido em águas internacionais e ser algo recorrente desde 2012, é possível ver várias críticas por parte de políticos e da imprensa. Do lado nipo-estadunidense o que se vê é uma crítica em relação à ameaça que tais exercícios criam, já que é entendido como uma pressão militar e diplomática sobre o Japão, especialmente considerando a disputa pelo controle das ilhas Senkaku (nome japonês) ou Diaoyu (nome chinês). As ilhas são controladas pelo Japão desde a II Guerra ...
A nova aliança militar entre EUA, Reino Unido e Austrália
Américas, Ásia, Austrália, China, Estados Unidos, Europa, Oceania, Reino Unido

A nova aliança militar entre EUA, Reino Unido e Austrália

Primeiro Ministro Britânico Boris Johnson, Presidente dos EUA Joe Biden e Primeiro Ministro da Austrália Scott Morrison (Foto montagem) No dia 15 de setembro, um pronunciamento feito pelo presidente Joe Biden, com a participação virtual dos primeiros-ministros britânico, Boris Johnson, e australiano, Scott Morrison, causou protestos da China e indignação na França: EUA e Reino Unido acordavam em repassar para Austrália a tecnologia necessária para a produção local de submarinos de propulsão nuclear. Os protestos chineses são compreensíveis. Afinal, embora o nome da China não tenha sido citado em nenhum momento, é óbvio que a posse de submarinos nucleares pela Austrália tem a finalidade de conter a emergente potência asiática, detentora da maior Marinha do mundo em quantidade de meio...
O Acordo Contingente de Reservas dos BRICS como alternativa ao Brasil
Américas, Argentina, Brasil, BRICS, Organizações Internacionais

O Acordo Contingente de Reservas dos BRICS como alternativa ao Brasil

Contribuição de cada estado ao Acordo Contingente de Reservas dos BRICS. Em momentos de crise econômica global é importante que os países possam contar com rápido acesso a divisas internacionais a fim de manter sua capacidade de pagamentos internacionais. Em grande medida é essa disponibilidade de reservas que o Fundo Monetário Internacional (FMI) disponibiliza. O problema, neste caso, é que o FMI só libera os recursos mediante o compromisso e implementação de uma série de políticas de austeridade fiscal. O objetivo do FMI é garantir que o país que toma o empréstimo tenha capacidade de devolver o recurso, mas isso costuma levar a um aprofundamento da crise econômica interna (no que é chamado pelos economistas de ações pró-cíclicas). Em 2014, num movimento de criação de alternativas ...
A inserção brasileira nos blocos comerciais internacionais
Américas, Brasil, BRICS, Organizações Internacionais

A inserção brasileira nos blocos comerciais internacionais

Principais parceiros comerciais para cada estado do Brasil A integração global dos processos produtivos é uma realidade já confirmada, mas ainda não bem aproveitada pelo Brasil. Para se ter um exemplo atual da relevância da integração dos países em blocos produtivos basta olhar o caso da Inglaterra. Com sua saída (que sequer está completa) da União Europeia o que se vê é o caos produtivo e de oferta de produtos. Faltam trabalhadores, matéria-prima e produtos para serem consumidos no país, que acreditou ter uma economia autossuficiente. Por mais que não percebamos, cada produto que consumimos depende de ações realizadas nos mais diversos lugares do mundo. A integração desse processo produtivo é chamada de Cadeia Global de Valor, tendo diversas etapas produtivas até o produto final: e...
Vinte anos dos ataques de Onze de Setembro de 2001 aos Estados Unidos da América
Américas, Estados Unidos

Vinte anos dos ataques de Onze de Setembro de 2001 aos Estados Unidos da América

Para quem tem mais de trinta anos, 11 de setembro de 2001 é um dia inesquecível. Poucos são os eventos não relacionados às nossas vidas pessoais que ficam gravados na nossa memória de tal forma que nos lembramos exatamente do que estávamos fazendo quando recebemos a notícia. No meu caso há pessoal, apenas dois eventos desse tipo: a morte de Ayrton Senna e os atentados que hoje completam vinte anos. O impacto foi tamanho em razão dos 2.977 mortos, de 77 nacionalidades diferentes (inclusive 5 brasileiros) e cerca de 6 mil feridos, dos gigantescos prejuízos financeiros, da surpresa, do ineditismo, e porque, mesmo intuitivamente, as pessoas sabiam que a partir daquele momento, o mundo seria outro. Afinal, os Estados Unidos da América eram, à época, a única superpotência do planeta. Vivi...
Cemitério de impérios
Afeganistão, Américas, Ásia, China, Estados Unidos

Cemitério de impérios

Decolagem de avião da força aérea dos EUA no Aeroporto de Cabul A cena pareceu familiar aos norte-americanos. Um helicóptero de suas Forças Armadas sobrevoou a Embaixada dos EUA num país distante, recolheu passageiros para uma evacuação às pressas, enquanto o inimigo se aproximava por todos os lados. As tropas, depois de longa guerra, estão retornando para casa sem poder comemorar a vitória. As semelhanças entre a retirada de Saigon, ao fim da Guerra do Vietnã, e a retirada de Cabul no último domingo, 15 de agosto, marcando o fim da Guerra do Afeganistão, são óbvias e inescapáveis. Tudo aconteceu numa velocidade espantosa. Numa ofensiva de cerca de dez dias, o Taleban conquistou todas as capitais provinciais e chegou à capital do Afeganistão, Cabul. O presidente Ashraf Ghani fugiu p...
Contra quem as sanções internacionais são aplicadas?
Américas, Venezuela

Contra quem as sanções internacionais são aplicadas?

Foto de Reuters/Carlos Garcia Rawlins As sanções comerciais são um instrumento de política externa usado por alguns países e que tem impactos severos. Quando lemos as notícias que falam sobre isso geralmente falam das sanções comerciais contra a Venezuela, ou contra o Irã ou qualquer outro país que atualmente está sob esse tipo de ação. A questão é que o impacto é sobre o país, com especial foco em seu governo, mas na verdade é sobre a população. A ideia é que a população sofra os impactos do asfixiamento da economia do país e comece a questionar seu governo, o que deveria levar à escolha de outro presidente (em países democráticos) ou a uma ruptura institucional para a instauração de outro governo (em países ditatoriais). Uma das questões por trás disto é o custo humanitário e soci...
Guerras cibernéticas: quem é o culpado?
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Rússia

Guerras cibernéticas: quem é o culpado?

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, declarou em 27/7/2021, durante uma visita ao diretor da Inteligência Nacional que “se acabarmos em uma guerra, uma verdadeira guerra de tiro com outra potência, será como consequência de uma violação cibernética”. Essa afirmação foi realizada após os Estados Unidos serem atacados ciberneticamente, que teve como uma de suas consequências a paralisação do oleoduto Colonial, o que resultou na interrupção de fornecimento de combustível em parte do país. Nesta ocasião a ameaça foi aberta, mas em outros momentos o governo Biden acusou diretamente dois países como os responsáveis por esse tipo de movimento: China e Rússia. Ainda que hoje os EUA sejam o país atacado, a verdade é que as ações cibernéticas são mais antigas e têm servido a diferentes ...
O custo humanitário das sanções internacionais: o caso venezuelano
Américas, Estados Unidos, Venezuela

O custo humanitário das sanções internacionais: o caso venezuelano

Manifestantes venezuelanos contra o governo dos EUA. Foto REUTERS/Alexandre Meneghini As recentes manifestações em Cuba reabrem uma discussão importante nas relações internacionais: o uso de sanções comerciais como uma forma de política externa. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou seu apoio ao povo cubano, mas não deu indicações de alteração da atual política de embargos. Em que pese a história e o simbolismo de Cuba no contexto da Guerra Fria, devemos nos lembrar que essa é uma política mais comum, como pode ser visto no caso da Venezuela. A duração das sanções e embargos aplicados sobre Cuba e Venezuela são mostras claras de seu fracasso como uma ação que busca alterar o comportamento de outro governo. Assim, além de não ter um resultado político efetivo, implica em um custo...
Crônica da morte anunciada… ou a tragédia afegã
Afeganistão, Américas, Ásia, Estados Unidos

Crônica da morte anunciada… ou a tragédia afegã

Presidente do Afeganistão Ashraf Ghani em 2019 (REUTERS NO RESALES. NO ARCHIVE - RC142B0FF7F0) Ontem, 25/06, o Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, acompanhado do seu Primeiro-Ministro e Presidente do Alto Conselho para a Reconciliação Nacional – e antagonista político – Abdullah Abdullah, encontraram-se na Casa Branca, com o Presidente Joe Biden para estabelecer um roteiro para o país após a partida das tropas americanas, fixadas para o dia 11 de setembro, data fatídica da tragédia do “World Trade Center”, aliás. Diante da convulsão político-social que se prenuncia com a partida do contingente americano, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, reafirmou o compromisso dos EUA com a governabilidade do país. Em comunicado, ela afirmou que “os Estados Unidos estão comprometidos em a...