ISSN 2674-8053

Ucrânia

Posicionamento da França sobre a guerra na Ucrânia
Europa, França, Ucrânia

Posicionamento da França sobre a guerra na Ucrânia

Artigo elaborado por Giovanna Varonez e Giovana Migliari Desde fevereiro de 2022, mês em que a Rússia invadiu a Ucrânia, os países, principalmente europeus, vêm se posicionando em relação ao ocorrido, e como pretendem dar os próximos passos da política externa. A França, desde o início, se posicionou a favor da Ucrânia no conflito, apoiando o país com assistência orçamentária e equipamentos de defesa. Recentemente, o secretário de defesa americano, Lloyd Austin, declarou "ver a Rússia enfraquecida a ponto de não conseguir fazer as coisas que ela fez ao invadir a Ucrânia" durante sua viagem a Kiev. Todavia, o presidente reeleito da França, Emmanuel Macron, tentou distanciar-se da ideia de enfraquecimento da Rússia, e afirmou na Conferência sobre o futuro da Europa: "Nunca ceda à ...
Rússia-Ucrânia: três meses e um mundo que só usa estratégias ultrapassadas
Europa, Organizações Internacionais, Rússia, Ucrânia, União Europeia

Rússia-Ucrânia: três meses e um mundo que só usa estratégias ultrapassadas

Número de sanções impostas pelos EUA e União Europeia sobre Rússia (2014-2018) Desde o começo de fevereiro de 2022 as tensões entre Rússia e Ucrânia aumentaram de forma significativa. Nesse momento, a quase totalidade dos analistas internacionais defendiam que não haveria conflito armado entre os dois países, resumindo tudo a uma jogada de poder por parte da Rússia. Em 24 de fevereiro de 2022 foi iniciado o conflito entre os dois países. Analistas, nesse momento, afirmavam que seria um conflito rápido no qual a Rússia logo assumiria o controle sobre a Ucrânia, impondo seus objetivos: impedir a entrada da Ucrânia na OTAN e na União Europeia. Hoje o conflito chega aos três meses de existência sem que haja uma clareza sobre quando e como será o seu fim. Ao que tudo indica ainda serão m...
De comediante a herói de guerra: Como Zelensky se transformou em símbolo do Ocidente
Europa, Ucrânia

De comediante a herói de guerra: Como Zelensky se transformou em símbolo do Ocidente

Artigo elaborado por Isabela Paro e Maria Cerdeira Zelensky é o atual presidente da Ucrânia, porém, o que poucos sabem é que ele veio de uma carreira de comediante. Nascido em Kryvy Rih, Ucrânia, no dia 25 de janeiro de 1978, Volodimir Olexandrovich Zalesky, originário de família judia, teve uma trajetória muito intrigante até chegar em seu atual posto de presidente. De 1995 até os anos 2000, dedicou-se à faculdade de Direito na Universidade Nacional de Economia de Kiev, onde acabou se formando, mas acabou não prosseguindo dentro de sua área de formação. No entanto, durante sua graduação, Zelensky se envolveu e participou de teatro e grupos de comédia, onde nasceu a ambição e o desejo de atuar no mundo artístico. Zelensky apostou na carreira como ator e comediante na Ucrânia, on...
Crise Migratória na Europa em 2015 e a relação com os refugiados da guerra entre Rússia e Ucrânia em 2022
Europa, Rússia, Ucrânia

Crise Migratória na Europa em 2015 e a relação com os refugiados da guerra entre Rússia e Ucrânia em 2022

Artigo elaborado por Maíra Figueredo Gomes e Marina Wohlers Ariboni Desde o início da invasão russa à Ucrânia, que ocorreu no dia 24 de fevereiro de 2022, é estimado pelo ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) que 3,5 milhões de pessoas migraram de seu país de origem para outros países da Europa. Dentre eles, mais de 2 milhões de pessoas teriam se deslocado para a Polônia, especificamente. A crise migratória decorrente da guerra está cada dia maior, e de acordo com a agência de migração da ONU, quase 6,5 milhões de pessoas foram deslocadas para outras regiões da Ucrânia. Ylva Johansson, chefe de migração da União Europeia afirmou que o bloco econômico está preparado de inúmeras formas para receber os refugiados, visto que aprenderam a lidar com esse assunto durante a crise migra...
As sanções na guerra Rússia-Ucrânia: por que o Brasil precisa assumir sua função no mundo?
Américas, Brasil, Europa, Rússia, Ucrânia

As sanções na guerra Rússia-Ucrânia: por que o Brasil precisa assumir sua função no mundo?

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia tem apresentado uma duração muito superior ao que os analistas previam pouco logo em seu início. Naquele momento havia o entendimento de que seria uma guerra rápida, de forma que o foco ficou mais sobre suas consequências imediatas posteriores. O que se vê atualmente é uma guerra sem fim claro, tanto em termos de prazo quanto de consequências. Neste cenário começam a se desenhar as consequências mais profundas do conflito sobre o restante do mundo. Dentre as várias consequências longas dessa guerra está o impacto sobre a produção agrícola mundial, o que afeta particularmente o Brasil. Além da inflação que se intensificou no país por conta do aumento do preço do petróleo e o impacto em cascata que gera em nossa economia, outra coisa tem acendido a...
A falência do sistema internacional de segurança e o conflito Rússia-Ucrânia
Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Pacto de Varsóvia, Rússia, Ucrânia

A falência do sistema internacional de segurança e o conflito Rússia-Ucrânia

Hoje, dia 24 de março de 2022 faz um mês que se iniciou o conflito entre Rússia e Ucrânia. Ainda com um final incerto – tanto em termos do conflito em si, quanto das consequências futuras – o que se pode perceber é que o sistema internacional não está sabendo lidar com essa questão. Ambos os lados apresentam bons argumentos para defender seus casos. A Rússia se mostra preocupada com o avanço da OTAN pressionando seu espaço, a Ucrânia defende sua independência e o direito a se filiar ao que quiser, inclusive à OTAN e à União Europeia. Ambos os argumentos são válidos, mas dificilmente se conversam, até porque estão fundamentados em diferentes bases. O pensamento russo está na geopolítica, o ucraniano no direito. O problema, aqui, é que historicamente geopolítica e direito estiveram e...
O tal do poder (IV): A democracia, a Rússia, a Ucrânia e a “China de que lado está?”
Ásia, China, Europa, Rússia, Ucrânia

O tal do poder (IV): A democracia, a Rússia, a Ucrânia e a “China de que lado está?”

Presidentes da China (Xi Jinping) e Rússia (Putin) Escolhi o título desta postagem replicando o do artigo de Thomas Friedman, colunista do The New York Times, que o Estadão publicou no dia 08/03. Nele, Friedman assinala que “... a cada dia que passa, a guerra na Ucrânia se torna não apenas uma tragédia cada vez maior para o povo ucraniano, mas também uma ameaça maior para o futuro da Europa e do mundo como um todo. Existe apenas um país que pode ser capaz de impedir a guerra agora – e não são os Estados Unidos”...Continuando, ele pondera que “...se a China anunciasse que, em vez permanecer neutra, está se juntando ao boicote econômico à Rússia – ou até mesmo apenas condenando com firmeza sua invasão não provocada contra a Ucrânia e exigindo que os russos se retirassem do país – isso po...
O tal do poder (II): os Estados nacionais, a Paz de Westphalia e a globalização
Europa, ONU, Organizações Internacionais, Rússia, Ucrânia

O tal do poder (II): os Estados nacionais, a Paz de Westphalia e a globalização

Sala do Conselho de Segurança da ONU (Foto de Mark Garten) Polemizando, ainda, a respeito da tragédia da Ucrânia... Em meados do século XVII, os impérios europeus estavam envolvidos numa disputa religioso-territorial que durava já trinta anos, a qual a História registrou como “a Guerra dos Trinta Anos”(1618-1648), como recordamos. A chamada “Paz de Westphalia” foi contruída em dois tratados assinados em outubro de 1648, nas cidades de Osnabrück e Münster, na Alemanha, encerrando os violentos combates que vitimaram cerca de oito milhões de pessoas. Estes tratados puseram fim à guerra que envolveu, de um lado, os Habsburgos, governantes da Áustria e da Espanha e seus aliados católicos e, de outro, as potências protestantes, a Suécia e certos principados aliados, juntamente com a Fr...
O tal do poder (I): Conselho de Segurança da ONU
Ásia, China, Europa, Índia, ONU, Organizações Internacionais, Rússia, Ucrânia

O tal do poder (I): Conselho de Segurança da ONU

As tropas russas entraram em Kiev, no dia 25/02. Sirenes de ataques aéreos foram ouvidas por toda a cidade e hoje acompanhamos consternados as notícias e as imagens que os meios de comunicação de todo o mundo divulgaram sobre a tragédia que se abateu sobre a Ucrânia. O Conselho de Segurança discutiu na véspera uma resolução condenatória, ainda que ciente de que não poderia implementá-la devido à oposição da Rússia que, como membro permanente do Conselho tem o direito de veto. O capítulo da Carta da ONU considerado, inicialmente, foi o VII - artigos 39 a 51 -, que elenca medidas escalonadas a serem adotadas no caso de ameaça à paz, quebra da paz e atos de agressão. Na redação da proposta original, o CSNU teria “lamentado em termos severos a agressão da Federação Russa como uma viola...
Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos, a China, a Europa e a Otan
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia, Ucrânia

Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos, a China, a Europa e a Otan

Metendo o bedelho...Nunca pus os pés na Rússia, mas servi em Astana - hoje, Nursultan -, no Cazaquistão, e arrisco esboçar a minha percepção a partir da ótica de um país vizinho.  Para mim, o quadro geopolítico que define a relação entre a Rússia e a Ucrânia se aplica a todo o universo “ex-soviético”, como é o caso do Cazaquistão. São ambos ex-repúblicas da URSS, vizinhos contíguos da Rússia e ex-seguidores da mesma cartilha ideológico/político/econômico marxista que predominou em toda a região até 1991, quando a União Soviética se dissolveu. A experiência independente destes países tem, portanto, apenas 31 anos, ou seja, são Estados “jovens” que anteriormente, como “satélites”, serviam sobretudo como celeiro, no caso do Uzbequistão, e terreno de testes nucleares, como no do C...