ISSN 2674-8053

OTAN

Rússia-Ucrânia: o efeito spill over do armamento
Américas, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia, Ucrânia

Rússia-Ucrânia: o efeito spill over do armamento

Foto de Valentyn Onyshchenko A guerra entre Rússia e Ucrânia continua com passos lentos e sentido incerto. Recentemente Putin declarou que pode lançar mão das opções que tem em mãos, o que levantou o medo da utilização de armas atômicas. Ainda que não saibamos qual será o desfecho dessa possibilidade existe um outro problema que já se mostra real e que não tem sido discutido: qual a utilização atual e futura da enorme quantidade de armas disponibilizadas nessa guerra? Em qualquer esforço de guerra, por mais que haja a tentativa de controle sobre os recursos, a verdade é que é difícil realmente saber o que está acontecendo. Para que tenhamos uma ideia do que estamos falando, o Ocidente já superou o gasto de US$ 10 bilhões em apoio militar para a Ucrânia. São gastos dos mais variados,...
O impacto da Guerra na Ucrânia na OTAN e na União Europeia
Organizações Internacionais, OTAN, União Europeia

O impacto da Guerra na Ucrânia na OTAN e na União Europeia

Por Karen Laura Feliciano e Laura Cariolin A Guerra da Ucrânia causou profundas mudanças na relação dos países com as organizações e blocos econômicos internacionais. Nesse contexto, duas situações se destacam: a da OTAN e da União Europeia. A entrada de novos países gerou um debate intenso, e desestabilizou as interações entre os Estados, tendo como um dos protagonistas, em ambos os casos, a Turquia. No contexto da OTAN, a entrada da Suécia e da Finlândia na organização foi freada pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan, enquanto a entrada da Ucrânia na União Europeia foi criticada pela Turquia, que busca entrar no bloco desde 1999 (DEUTSCHE WELLE, [s.d.]). Desse modo, percebe-se que a Guerra da Ucrânia impactou a expansão da UE e da OTAN. Com o que diz respeito à OTAN, a Su...
A Finlândia e a Suécia na OTAN
Europa, Finlândia, Organizações Internacionais, OTAN, Suécia

A Finlândia e a Suécia na OTAN

REUTERS/Dado Ruvic/Illustration O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sempre deixou bastante claro que a principal razão para a invasão da Ucrânia era a ameaça que a possível adesão daquele país à OTAN representava para a segurança da Rússia. A forte objeção não se deve, apenas, ao fato de ser a Ucrânia um país intimamente ligado à Rússia, com raízes históricas comuns, que estaria se afastando da órbita de influência russa em direção à Aliança Ocidental e à União Europeia. Mas, principalmente, sempre segundo a linha de raciocínio do presidente Putin, tratar-se-ia de mais um passo da contínua expansão da OTAN em direção às fronteiras russas. Afinal, as antigas ex-repúblicas soviéticas, Letônia, Estônia e Lituânia, além dos antigos aliados do Pacto de Varsóvia, Polônia, Bulgária, Ro...
A falência do sistema internacional de segurança e o conflito Rússia-Ucrânia
Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Pacto de Varsóvia, Rússia, Ucrânia

A falência do sistema internacional de segurança e o conflito Rússia-Ucrânia

Hoje, dia 24 de março de 2022 faz um mês que se iniciou o conflito entre Rússia e Ucrânia. Ainda com um final incerto – tanto em termos do conflito em si, quanto das consequências futuras – o que se pode perceber é que o sistema internacional não está sabendo lidar com essa questão. Ambos os lados apresentam bons argumentos para defender seus casos. A Rússia se mostra preocupada com o avanço da OTAN pressionando seu espaço, a Ucrânia defende sua independência e o direito a se filiar ao que quiser, inclusive à OTAN e à União Europeia. Ambos os argumentos são válidos, mas dificilmente se conversam, até porque estão fundamentados em diferentes bases. O pensamento russo está na geopolítica, o ucraniano no direito. O problema, aqui, é que historicamente geopolítica e direito estiveram e...
O tal do poder (III): O “x” da questão: a OTAN
Organizações Internacionais, OTAN

O tal do poder (III): O “x” da questão: a OTAN

Foto de Kenzo TRIBOUILLARD / AFP O diplomata e analista político Ronald D. Asmus, juntamente com seus colegas Richard Kugler e Stephen Larrabee, do “think tank” americano RAND, criado logo ao final da II Guerra Mundial para promover estudos sobre questões de segurança dos Estados Unidos, numa matéria publicada na edição de setembro de 1993 da “Foreign Affairs”, intitulada “BUILDING A NEW NATO”, afirmavam, então, que “...uma fenda se abriu no seio da OTAN à medida que os interesses americanos e europeus divergiram sobre as guerras lideradas pelos EUA no Afeganistão e no Iraque. Ambos os lados tiveram que considerar esses eventos como um "alerta". No entender deles, “a aliança transatlântica precisava unir-se em torno de um novo propósito e de uma nova grande estratégia adequada para enf...
China + Rússia + EUA + OTAN (ii): o tiro saiu pela culatra?
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia

China + Rússia + EUA + OTAN (ii): o tiro saiu pela culatra?

Presidentes russo Vladimir Putim e chinês Xi Jinping (Foto kremlin.ru) Vladimir Putin acaba de retornar de Pequim, onde foi hóspede de honra de Xi Jinping na cerimônia de inauguração das Olimpíadas de Inverno que a República Popular anfitriona este ano. Certamente, ela deseja reiterar a imagem positiva que deixou das Olimpíadas de verão de 2008. Na sequência dos acontecimentos na Ucrânia, o encontro entre Putin e Xi teve uma mensagem simbólica de grande amplitude. Não somente foram assinados vários acordos, entre os quais a elevação das exportações de gás da gigante russa Gazprom para a RPC, do montante de 38 para 48 bilhões de metros cúbicos anuais (lembremo-nos de que o tema é o “nó górdio” no envolvimento dos europeus no projeto dos americanos de intensificarem suas ameaças a M...
Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos, a China, a Europa e a Otan
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia, Ucrânia

Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos, a China, a Europa e a Otan

Metendo o bedelho...Nunca pus os pés na Rússia, mas servi em Astana - hoje, Nursultan -, no Cazaquistão, e arrisco esboçar a minha percepção a partir da ótica de um país vizinho.  Para mim, o quadro geopolítico que define a relação entre a Rússia e a Ucrânia se aplica a todo o universo “ex-soviético”, como é o caso do Cazaquistão. São ambos ex-repúblicas da URSS, vizinhos contíguos da Rússia e ex-seguidores da mesma cartilha ideológico/político/econômico marxista que predominou em toda a região até 1991, quando a União Soviética se dissolveu. A experiência independente destes países tem, portanto, apenas 31 anos, ou seja, são Estados “jovens” que anteriormente, como “satélites”, serviam sobretudo como celeiro, no caso do Uzbequistão, e terreno de testes nucleares, como no do C...
A OTAN e as mudanças no equilíbrio do poder mundial
Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia

A OTAN e as mudanças no equilíbrio do poder mundial

Foto: REUTERS/Ints Kalnins No último dia 14 de junho, os chefes de governo dos 30 países aliados que compõem a OTAN se reuniram em Bruxelas. A leitura da declaração(1) conjunta proporciona uma boa compreensão de como a mais poderosa aliança militar da história vê a atual conjuntura mundial, quais são as ameaças que eles identificam e quais caminhos eles irão traçar em assuntos de defesa, sempre mantendo em vista as três tarefas fundamentais da Aliança: prover segurança coletiva, gerenciar crises e fortalecer a cooperação em segurança. Os aliados identificam ameaças provenientes de todas as direções estratégicas, representadas pela competição sistêmica de potências “autoritárias e assertivas”; terrorismo; atores estatais e não-estatais que atuam para minar a ordem internacional, o es...
O fim (?) da Guerra do Afeganistão II
Afeganistão, Ásia, Organizações Internacionais, OTAN

O fim (?) da Guerra do Afeganistão II

Soldados do Hospital Naval dos EUA e US Mariners no Afeganistão (Foto Reuters) Polemizando... Eu comentei no artigo Fim (?) da Guerra no Afeganistão, no dia 14/04, a decisão do Presidente americano Joe Biden de que as tropas americanas abandonem definitivamente o Afeganistão. Segundo o anúncio da Casa Branca, os últimos contingentes, de 2,5 mil soldados, deixarão o país até o dia 11 de setembro, data simbólica, aliás, quando se celebram os vinte anos da invasão ordenada por George W. Bush. Esta decisão repercute as intensas e por vezes dramáticas negociações que tiveram lugar em Doha, no Qatar, entre autoridades americanas e representantes dos talibãs, testemunhadas por representantes de alguns países da região, mas sem a presença de enviados do governo de Cabul, que culminaram n...
Fim(?) da guerra no Afeganistão
Afeganistão, Américas, Ásia, Estados Unidos, Organizações Internacionais, OTAN

Fim(?) da guerra no Afeganistão

Sefa Karacan/Anadolu Agency via Getty Images O Estadão de hoje replica matéria do New York Times segundo a qual o Presidente Joe Biden declarou ontem, 14/04, o fim da presença das tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, encerrando o engajamento de vinte anos dos EUA na luta pela pacificação do país e desmantelamento da militância talibã, que já lhes custou mais de US $ 800 bilhões e a vida de 2.218 militares. Segundo o anúncio, os últimos 2,5 mil soldados americanos deixarão o Afeganistão até o dia 11 de setembro, data simbólica, aliás, quando se celebram os vinte anos da invasão ordenada por George W. Bush. Biden afirmou que “sou o quarto presidente a chefiar a presença de tropas no Afeganistão. Dois republicanos. Dois democratas...não vou passar essa responsabilidade para um quinto...