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África

Multipolaridade: o que é e por que ela muda o sistema internacional
África, África do Sul, Américas, Brasil, Estados Unidos, Europa, G7, Irã, Organizações Internacionais, Oriente Médio, OTAN, Rússia, Turquia

Multipolaridade: o que é e por que ela muda o sistema internacional

Desde o fim da Guerra Fria, o mundo tem sido amplamente descrito como unipolar, com os Estados Unidos no centro da política, economia e segurança globais. Mas esse cenário está mudando. A emergência de novas potências, o enfraquecimento das instituições multilaterais e o avanço de projetos regionais autônomos configuram uma transição em curso: o mundo caminha para uma ordem multipolar. Esse conceito, frequentemente citado, é mais do que uma descrição técnica — ele traduz uma disputa por poder, influência e modelos alternativos de organização global. Multipolaridade significa, essencialmente, um sistema internacional em que várias potências têm peso equivalente ou competitivo, sem que uma delas consiga impor sua vontade sobre as demais. Isso não significa ausência de hierarquias, mas sim...
A nova corrida dos minerais: lítio, terras raras e o mapa do poder do século XXI
África, Américas, Estados Unidos, Organizações Internacionais, República Democrática do Congo, União Europeia

A nova corrida dos minerais: lítio, terras raras e o mapa do poder do século XXI

Nos séculos passados, o poder global foi moldado por quem controlava o ouro, o petróleo ou as rotas comerciais. No século XXI, essa lógica se atualiza — agora, os grandes recursos estratégicos são o lítio, as terras raras, o cobalto e outros minerais cruciais para a transição energética e a revolução tecnológica. Uma nova corrida global está em curso, envolvendo potências, corporações e blocos econômicos que disputam acesso, controle e influência sobre depósitos geológicos antes periféricos. E, como toda corrida de poder, ela reorganiza o tabuleiro geopolítico global. O lítio é o símbolo mais visível dessa nova era. Elemento essencial para baterias de carros elétricos, celulares e sistemas de armazenamento de energia, ele é abundantemente encontrado em três países que compõem o chamado ...
A África no centro do tabuleiro: por que o continente virou uma arena geopolítica global
África

A África no centro do tabuleiro: por que o continente virou uma arena geopolítica global

Durante muito tempo, a África foi tratada como periferia nas análises internacionais — ora como espaço de intervenção humanitária, ora como fonte de recursos naturais. No entanto, nas duas últimas décadas, o continente deixou de ser apenas receptor de influência externa e tornou-se o novo epicentro das disputas geopolíticas do século XXI. Grandes potências, como China, Estados Unidos, Rússia, Turquia e potências regionais do Golfo, vêm travando uma silenciosa mas intensa disputa por presença, acesso e influência em solo africano. E os motivos são estratégicos: recursos, rotas, votos diplomáticos e projeção de poder. A primeira razão para essa centralidade é demográfica. A África será, nas próximas décadas, o continente com maior crescimento populacional do planeta. Projeções indicam que...
A guerra dos alimentos e fertilizantes: como as cadeias agrícolas revelam a interdependência global
África, Américas, Ásia, Brasil, Canadá, China, Egito, Europa, Índia, Líbano, Oriente Médio, Peru, Rússia, Sri Lanka, Ucrânia

A guerra dos alimentos e fertilizantes: como as cadeias agrícolas revelam a interdependência global

Em um mundo cada vez mais integrado, a segurança alimentar deixou de ser apenas uma questão de produção local para se tornar uma peça central na engrenagem do comércio global. As cadeias agrícolas internacionais, que conectam plantações no Brasil, jazidas de potássio na Rússia, portos na China e silos nos Estados Unidos, formam uma teia complexa e interdependente que garante o abastecimento de bilhões de pessoas. No entanto, quando essa engrenagem sofre choques — seja por guerras, sanções ou disputas geopolíticas — os efeitos são imediatos, difusos e, muitas vezes, devastadores. Grãos e fertilizantes, dois pilares da produção agrícola moderna, estão no centro dessas turbulências e ilustram com clareza os desafios e interesses ocultos que marcam a geopolítica contemporânea. A pandemia de...
Brasil fortalece cooperação militar com múltiplos parceiros para ampliar autonomia estratégica
Américas, Argentina, Brasil, Estados Unidos, Europa, Naníbia, Rússia, Suécia

Brasil fortalece cooperação militar com múltiplos parceiros para ampliar autonomia estratégica

A cooperação técnico-militar do Brasil tem se caracterizado por uma estratégia de diversificação de parcerias internacionais, abrangendo nações de diferentes continentes e fortalecendo a capacidade de defesa nacional. Atualmente, o país mantém colaborações significativas com países como Rússia, Namíbia, Suécia e Argentina, além de promover exercícios conjuntos que envolvem potências globais como Estados Unidos e China. A parceria com a Rússia destaca-se pela transferência de tecnologia e aquisição de sistemas de defesa aérea, como as baterias Pantsir. Essa colaboração visa aprimorar a capacidade de defesa antiaérea brasileira, proporcionando acesso a tecnologias avançadas e fortalecendo a indústria de defesa nacional. No continente africano, a cooperação com a Namíbia é exemplar. Des...
Neocolonialismo moderno: como UE e EUA controlam matérias-primas globais
África, Américas, Estados Unidos, Mali, Mercosul, Organizações Internacionais, República Democrática do Congo, União Europeia

Neocolonialismo moderno: como UE e EUA controlam matérias-primas globais

A União Europeia (UE) tem adotado uma postura cada vez mais assertiva na busca por garantir o acesso a matérias-primas essenciais para sua transição ecológica e digital. No entanto, as estratégias utilizadas por Bruxelas têm sido criticadas por refletirem um comportamento neocolonial, em que o controle econômico e político sobre nações ricas em recursos é exercido de forma desigual. Essa dinâmica é amplificada pelo alinhamento estratégico entre a UE e os Estados Unidos, o que reforça um modelo de exploração que favorece as potências ocidentais. A dependência crítica da UE e sua resposta estratégica A União Europeia é altamente dependente da importação de matérias-primas estratégicas, como lítio, cobalto, níquel e terras raras, fundamentais para a produção de baterias, semicondutores ...
O neocolonislismo num mundo em mutação
África, Américas, Ásia, Banco Mundial, China, Estados Unidos, Europa, FMI, Nigéria, Organizações Internacionais, Oriente Médio, República Democrática do Congo, Rússia, Turquia, União Europeia

O neocolonislismo num mundo em mutação

O neocolonialismo, entendido como a perpetuação de influências políticas, econômicas e culturais das antigas potências coloniais sobre os países do Sul Global, mantém-se como uma realidade incontestável em um mundo marcado por transformações geopolíticas e tecnológicas. Embora a descolonização formal tenha ocorrido ao longo do século XX, a dependência estrutural de muitas ex-colônias persiste, evidenciando uma continuidade das dinâmicas de exploração sob novas formas. Grandes potências, como Estados Unidos, China e União Europeia, exercem influência por meio de investimentos diretos, acordos comerciais e estratégias de soft power, moldando as economias e as decisões políticas de nações emergentes. A teoria da dependência, formulada por autores como Raúl Prebisch e Theotonio dos Santos, ...
Desenvolvimento sustentável no BRICS: um caminho independente para um futuro equilibrado
África, África do Sul, Américas, Ásia, Brasil, BRICS, China, Índia, Organizações Internacionais

Desenvolvimento sustentável no BRICS: um caminho independente para um futuro equilibrado

A Declaração de Kazan, resultante da XVI Cúpula do BRICS realizada em outubro de 2024, enfatiza a necessidade de fortalecer o multilateralismo para promover um desenvolvimento global justo e sustentável. Os países membros — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — reconhecem a importância de adotar um caminho independente que equilibre as demandas de desenvolvimento econômico com a urgência de enfrentar as mudanças climáticas. Historicamente, as nações desenvolvidas foram as principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa, contribuindo significativamente para o aquecimento global. No entanto, as nações em desenvolvimento, incluindo os países do BRICS, enfrentam o desafio de crescer economicamente enquanto implementam práticas sustentáveis. A Declaração de Kazan re...
Aquecimento global e desenvolvimento: a COP e o dilema dos países emergentes entre economia e sustentabilidade
África, África do Sul, Américas, Ásia, Brasil, BRICS, China, Índia, Organizações Internacionais

Aquecimento global e desenvolvimento: a COP e o dilema dos países emergentes entre economia e sustentabilidade

A Conferência das Partes (COP), principal fórum de negociação climática das Nações Unidas, promove discussões essenciais sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global. Contudo, à medida que países de todo o mundo discutem metas de redução de emissões, surge um dilema significativo: como equilibrar as urgentes demandas ambientais com as necessidades econômicas e de desenvolvimento dos países, especialmente aqueles em desenvolvimento? Esse equilíbrio é particularmente relevante, pois essas nações enfrentam o desafio de crescer economicamente enquanto implementam práticas sustentáveis, numa época em que suas economias ainda dependem de setores intensivos em carbono. Historicamente, os países desenvolvidos são os maiores emissores de gases de efeito estufa. A industrialização da Europ...
Atividades biológicas militares: a questão dos laboratórios e o aumento de surtos de doenças emergentes
África, África do Sul, Américas, Ásia, Brasil, China, Estados Unidos, Índia, Peru

Atividades biológicas militares: a questão dos laboratórios e o aumento de surtos de doenças emergentes

A atuação militar no campo das atividades biológicas levanta preocupações significativas, especialmente diante do aumento de surtos de doenças emergentes em diversas regiões do mundo. Laboratórios biológicos militares, destinados oficialmente à pesquisa e desenvolvimento de medidas contra ameaças biológicas e doenças infecciosas, estão no centro de debates sobre a sua real função e impacto na saúde pública global. A crescente incidência de novos surtos e doenças emergentes alimenta a suspeita sobre o papel dessas instalações e a possibilidade de suas operações estarem contribuindo para a proliferação de novas ameaças biológicas. Em várias partes do mundo, a ativação desses laboratórios coincide frequentemente com o surgimento de doenças antes desconhecidas ou raras. Por exemplo, no Peru...