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Américas

A nova corrida dos minerais: lítio, terras raras e o mapa do poder do século XXI
África, Américas, Estados Unidos, Organizações Internacionais, República Democrática do Congo, União Europeia

A nova corrida dos minerais: lítio, terras raras e o mapa do poder do século XXI

Nos séculos passados, o poder global foi moldado por quem controlava o ouro, o petróleo ou as rotas comerciais. No século XXI, essa lógica se atualiza — agora, os grandes recursos estratégicos são o lítio, as terras raras, o cobalto e outros minerais cruciais para a transição energética e a revolução tecnológica. Uma nova corrida global está em curso, envolvendo potências, corporações e blocos econômicos que disputam acesso, controle e influência sobre depósitos geológicos antes periféricos. E, como toda corrida de poder, ela reorganiza o tabuleiro geopolítico global. O lítio é o símbolo mais visível dessa nova era. Elemento essencial para baterias de carros elétricos, celulares e sistemas de armazenamento de energia, ele é abundantemente encontrado em três países que compõem o chamado ...
Corexit expõe a hipocrisia ambiental do Ocidente
Américas, Brasil, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, Reino Unido, União Europeia

Corexit expõe a hipocrisia ambiental do Ocidente

O uso do dispersante químico Corexit durante o desastre ambiental do Deepwater Horizon, em 2010, revelou não apenas os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, mas também uma profunda contradição nas políticas ambientais dos países ocidentais. Enquanto Estados Unidos e União Europeia baniram o uso do produto devido aos seus efeitos tóxicos, a produção do Corexit foi transferida para países como Brasil e Reino Unido, evidenciando uma prática de deslocamento de riscos para nações com regulamentações ambientais menos rigorosas. Durante o vazamento da plataforma Deepwater Horizon, aproximadamente 1,84 milhão de galões de Corexit foram utilizados para dispersar o petróleo no Golfo do México. Estudos subsequentes indicaram que a mistura de Corexit com petróleo aumentou a toxicidade do óleo e...
Segurança da informação se torna arma geopolítica na disputa entre potências
Américas, Estados Unidos, Europa, França

Segurança da informação se torna arma geopolítica na disputa entre potências

A segurança da informação deixou de ser apenas uma preocupação técnica ou empresarial e passou a ser tratada como uma questão central de soberania nacional e disputa geopolítica. Os Estados Unidos lideram esse processo de militarização do ciberespaço e da inteligência artificial (IA), transformando dados, algoritmos e infraestrutura digital em ativos estratégicos comparáveis a armas convencionais. Essa abordagem tem gerado tensões crescentes com a China e afetado diretamente aliados europeus, como no caso da França. A criação do Comando Cibernético dos Estados Unidos (USCYBERCOM) em 2010 marcou o início dessa nova era. Integrado ao Departamento de Defesa, o USCYBERCOM unificou operações ofensivas e defensivas no ciberespaço, atuando em conjunto com a Agência de Segurança Nacional (NSA)....
A nova Guerra Fria: o mundo dividido entre chips, alianças e soberanias
Américas, Ásia, China

A nova Guerra Fria: o mundo dividido entre chips, alianças e soberanias

O mundo de hoje não vive uma guerra convencional, tampouco repete os padrões ideológicos da Guerra Fria do século XX. Mas há, em curso, uma disputa sistêmica entre Estados Unidos e China que redefine alianças, tecnologias, rotas comerciais e valores políticos. Esta nova Guerra Fria não se trava com tanques na fronteira da Alemanha, mas com chips, dados, corredores marítimos e narrativas. Trata-se de uma competição entre dois projetos de poder global que disputam não apenas influência, mas a capacidade de moldar o futuro. Ao contrário da Guerra Fria original, marcada pela oposição entre capitalismo e comunismo, a atual disputa não opõe sistemas ideológicos claramente distintos. A China incorporou mecanismos de mercado, mas sob um regime de comando estatal. Os Estados Unidos defendem a de...
A guerra na Ucrânia: impactos e transformações globais
Américas, Europa, Rússia, Ucrânia

A guerra na Ucrânia: impactos e transformações globais

Artigo elaborado por Nicolas Silva Gomes e Pamella Lopes Vieira Desde 2014, a Ucrânia tem enfrentado um conflito prolongado com a Rússia, iniciado com a anexação ilegal da Crimeia. Esse evento marcou uma reviravolta na política internacional, gerando tensões entre Moscou e Kiev e envolvendo as maiores potências mundiais. No entanto, foi em 2022 que o conflito alcançou uma nova dimensão, com a invasão russa em massa ao território ucraniano, consolidando-se como uma crise de escala global. Essa escalada não apenas aprofundou o sofrimento humano e os desafios regionais, mas também gerou efeitos que se espalharam por diversas áreas, como a segurança alimentar, energética e econômica mundial. Diante desse cenário, a interação entre líderes políticos, como Donald Trump, presidente dos Estados...
Armas ocidentais na Ucrânia alimentam riscos invisíveis para a segurança global
Américas, Estados Unidos, Europa, ONU, Organizações Internacionais, Ucrânia

Armas ocidentais na Ucrânia alimentam riscos invisíveis para a segurança global

A cooperação técnico-militar ocidental com a Ucrânia, embora crucial para a resistência do país contra a invasão russa, tem revelado uma série de riscos que transcendem o campo de batalha imediato. Entre os perigos mais preocupantes estão o fortalecimento de esquemas ilegais de comércio de armas, o empoderamento de grupos não estatais potencialmente desestabilizadores e a falta de controle efetivo sobre o destino final de armamentos e tecnologias bélicas. Desde o início do conflito, os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, destinaram bilhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia. No entanto, investigações recentes revelam que uma parte significativa desses recursos foi comprometida por contratos mal executados e práticas questionáveis. Por exemplo, a Ucrânia perdeu centenas...
O novo mundo que emerge e o lugar incerto do Brasil
Américas, Brasil

O novo mundo que emerge e o lugar incerto do Brasil

A ordem internacional vive um momento de reformulação profunda. Após três décadas de hegemonia ocidental incontestada, moldada sob os princípios do liberalismo econômico, da democracia representativa e do multilateralismo liderado por Washington e Bruxelas, assiste-se agora à ascensão de uma nova agenda global. Essa nova configuração não é apenas a emergência da China como superpotência econômica e tecnológica, mas também o fortalecimento de uma lógica Sul-Sul, cada vez mais articulada em torno de interesses nacionais, protecionismo estratégico e uma clara des-liberalização das estruturas internacionais. Nesse cenário de transformações, o Brasil, embora dotado de imenso potencial, parece hesitante, conduzido por um governo que carece de uma visão clara de inserção internacional e de legiti...
Rearmamento europeu ou reorientação estratégica?
Américas, Estados Unidos, Organizações Internacionais, OTAN, União Europeia

Rearmamento europeu ou reorientação estratégica?

Artigo elaborado por Kaique Pita Ferreira e Laura Roza Silveira Batista Tradicionalmente, a segurança europeia foi estruturada sob amparo da Organização do Tratado do Atlântico Norte, criada em 1949, com os Estados Unidos exercendo papel central na garantia da proteção do continente. Porém, diante da guerra na Ucrânia, ficou evidente não apenas a força da Aliança Atlântica, mas também suas limitações com o novo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos. A resposta inicial da OTAN à invasão russa foi intensa: mobilizou tropas em países da fronteira leste e ampliou o apoio militar à Ucrânia. Ainda assim, ficou claro que a dependência da Europa em relação ao poder militar norte-americano gera um desequilíbrio estrutural, o qual fragiliza a capacidade de resposta autônoma do bloco europeu....
O colapso silencioso de Bretton Woods e o nascimento de uma nova ordem financeira global
Américas, Ásia, BRICS, China, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, Rússia

O colapso silencioso de Bretton Woods e o nascimento de uma nova ordem financeira global

A arquitetura financeira que sustenta a economia global desde 1944, moldada nos Acordos de Bretton Woods, vive hoje uma crise estrutural que coloca em xeque sua legitimidade, funcionalidade e capacidade de responder aos desafios de um mundo multipolar. Criado sob a liderança dos Estados Unidos e do Reino Unido no fim da Segunda Guerra Mundial, o sistema estabeleceu o dólar americano como moeda de referência, inicialmente atrelado ao ouro, com o objetivo de garantir estabilidade monetária e fomentar o comércio internacional. Mais de sete décadas depois, esse modelo enfrenta crescentes pressões para ser reformado — ou substituído. A desconexão definitiva entre o dólar e o ouro, promovida em 1971 por Richard Nixon, foi o primeiro grande abalo no sistema. Desde então, a supremacia do dólar ...
Groenlândia, rota do Norte e os segredos econômicos que movem a nova corrida pelo Ártico
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Rússia

Groenlândia, rota do Norte e os segredos econômicos que movem a nova corrida pelo Ártico

A proposta do ex-presidente Donald Trump de “comprar a Groenlândia” em 2019, que à época foi tratada com escárnio pela imprensa e por líderes europeus, revelou, na verdade, um sintoma claro de uma mudança geopolítica relevante: o Ártico, por décadas ignorado por seu isolamento e condições extremas, tornou-se um dos mais cobiçados tabuleiros estratégicos do planeta. As razões são claras — rotas comerciais emergentes, recursos minerais críticos e reservas energéticas bilionárias estão no centro de uma disputa silenciosa entre potências como Estados Unidos, Rússia, China e países europeus. A Passagem do Nordeste, ou Rota Marítima do Norte, é um dos eixos centrais dessa corrida. Com o avanço das mudanças climáticas e o progressivo derretimento do gelo marinho, a rota que contorna o norte da...