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Ásia

A parálise da OMC ou o fim da ordem econômica mundial que conhecemos
Américas, Arábia Saudita, Banco Mundial, Brasil, China, Estados Unidos, Estudos, Europa, FMI, França, GATT, OIC, OMC, Organizações Internacionais, Rússia

A parálise da OMC ou o fim da ordem econômica mundial que conhecemos

Prédio da OMC, em Genebra A recente e profunda crise da Organização Mundial do Comércio (OMC) é apenas o mais recente sinal do definhamento da ordem econômica mundial. Em artigo de opinião recentemente publicado pelo Washington Post, o professor em política internacional Daniel Drezner antevê o fim da ordem econômica liberal como a conhecemos.[i] De fato há indícios que a economia mundial entra em uma a nova (des)ordem econômica baseada no protecionismo. Não se trata somente do fim do liberalismo como arrazoado pelo Prof. Drezner, corremos também o risco de chegar ao fim do princípio da cooperação econômica. A ordem econômica mundial que conhecemos foi forjada a ferro e fogo ao término da segunda Guerra Mundial e expandida desde o fim da guerra fria. Colocada em marcha no ocidente a par...
O “affair” Xi Jinping @ Vladimir Putin
China, Estados Unidos, Rússia

O “affair” Xi Jinping @ Vladimir Putin

Oleodutos russos, destaque para "Power of Siberia" Por anos – e haja anos... – a China e a Rússia/URSS foram os “melhores inimigos”. Irmãos de fé ideológica, separava-os o que embasa muitos relacionamentos entre as nações: a disputa pelo poder. Ou seja, o credo comunista não foi suficiente para matizar tal realidade geopolítica. As raízes deste conflito remontam à época em que Mao Zedong e suas tropas entraram na Cidade Proibida, em outubro de 1949. Cabe recordar, aliás, que naquele momento Moscou apoiava o governo nacionalista de Chiang Kai-shek, que os maoístas “expulsaram” para Taiwan. Além do mais, Mao tinha marcado distância à ortodoxia ideológica soviética e desenvolvido a sua própria, baseada mais nas condições do campesinato chinês do que no operariado urbano da URSS. A vi...
Zona franca Brasil-China
Américas, Brasil, China

Zona franca Brasil-China

“Nós comunistas somos como a semente,e o povo é como a terra.Por onde quer que passemos,devemos nos unir ao povo,fincar raízes e florecer em meio a ele”Mao-Tse-Tung(político chinês,1893-1976)In Obras Escolhidas,IV,Sobre as negociações de Chungking Zona Franca de Manaus Imaginada pelo Min. Paulo Guedes , está no horizonte econômico do país a criação de Zona Franca que trará ao Brasil um território de economia livre onde Brasil e China poderão produzir sem pagamento de impostos e poderão exportar e importar livremente mercadorias para qualquer lugar do mundo .O Brasil conhece há anos a Zona Franca de Manaus, um gênero brasileiro de Zona de Livre comércio mas poucos sabem que surgiu ela mais da vontade lúcida do Presidente Juscelino Kubitchek, em 1957 ,e que só depois , em 1967, f...
O jantar do “filho do Sol” com Amaterasu
Japão

O jantar do “filho do Sol” com Amaterasu

https://cdn.shopify.com/s/files/1/1042/6996/articles/Amaterasu-Omikami_800x.jpg?v=1566968228 Dia 14 de novembro o Imperador Naruhito completou o ritual de sua ascensão ao Trono do Crisântemo do Japão, substituindo o seu pai, Akihito. Ele passou a noite isolado numa casa de madeira degustando pratos de cada uma das regiões do país; simbolicamente ele estava jantando com a sua ancestral, Amaterasu, a “deusa filha do Sol”. Segundo a tradição, Naruhito é o 126º descendente do mitológico fundador do Império do Sol Nascente, o Imperador Jimmu, que teria vivido no século VI a.C. Jimmu é considerado o descendente direto da deusa. Entretanto, o registro histórico da dinastia remonta ao Imperador Ojin, que teria reinado no início do século V. A monarquia japonesa é a mais antiga - em continuid...
Brasil e China: um “caso”?
Américas, Brasil, China

Brasil e China: um “caso”?

O Presidente da China, Xi Jinping, partirá do Brasil tão logo terminada, hoje, a reunião do BRICS. É conveniente fazer um balanço desta visita – e da reunião, obviamente (o que tentarei fazer mais tarde...). Para tanto, vamos imaginar que somos um analista estrangeiro que reflete com um “olhar frio” e descompromissado sobre os resultados efetivos da visita. Para tanto, voltemos a 1974, ano em que Brasília transferiu seu relacionamento de Taipé para Pequim, em pleno governo militar. Já era tarde, pois fomos um dos últimos países “relevantes” a deserdar Taiwan em favor da China, ainda maoísta (Mao então vivia...). Até o Presidente Nixon já havia estado em Pequim, em 1972, e aberto o caminho para a inauguração das relações sino-americanas, que Jimmy Carter formalizaria em 1979. Isto foi...
A presença chinesa na agricultura africana – “invasão” ou cooperação?
África, Angola, Argélia, China, Estudos, Moçambique, Nigéria

A presença chinesa na agricultura africana – “invasão” ou cooperação?

O objetivo deste estudo é avaliar a presença chinesa na agricultura africana à luz do aumento das discussões sobre uma suposta “invasão” chinesa por meio da compra de terras agricultáveis. Estudos científicos prévios e os poucos dados existentes e confiáveis indicam que não há indícios claros de uma “invasão” chinesa na África, ainda que o interesse dos chineses pela agricultura em solo africano tenha de facto aumentado neste século. Por outro lado, as ajudas e os mecanismos de cooperação técnica aumentaram substancialmente desde o início do século XXI. Parece haver espaço, pois, para parcerias que colaborem com a redução da subnutrição na África a partir da utilização da tecnologia e do know-how chinês. Até o presente momento, pouca evidência existe também sobre a ocupação de terras no co...
O binômio filipino: desenvolvimento econômico só será possível com repressão política?
Filipinas

O binômio filipino: desenvolvimento econômico só será possível com repressão política?

A complexidade do cenário político filipino reside na dependência majoritária das relações interpessoais. A grande amplitude do poder patriarcal do “homem cordial brasileiro”, também está presente na sociedade filipina, o que pode ser explicado de certa forma pelas semelhanças na colonização ibérica de ambos países, bem como as amplas estruturas de corrupção no país, que também podem ser consideradas assemelhadas às  “heranças ibéricas”. Para os filipinos, o poder de uma família não é necessariamente relacionado com a riqueza, mas sim com as pessoas que ela consegue influenciar, tanto nas classes médias quanto nas camadas mais pobres da população, que raramente se candidatam a cargos públicos. Neste conluio simbiótico, para ganhar eleições nas províncias, as famílias influentes de ...
Lições da história: o dilema afegão
Afeganistão, Estados Unidos

Lições da história: o dilema afegão

O “The Economist” publicou uma matéria que o Estadão replicou, ontem, sobre o dilema com que se confrontam os americanos sobre se devem, ou não, permanecer por mais tempo no Afeganistão. É importante recordar que uma das promessas de campanha de Donald Trump à presidência dos EUA, em 2016, foi a retirada total das tropas americanas. Ele afirmava, então, que os Estados Unidos haviam cometido "um terrível erro ao se envolverem no Afeganistão". Uma vez no poder, porém, D.T. autorizou a permanência e o incremento do efetivo das tropas. Como resultado, os Estados Unidos ainda sediam um contingente de cerca de 14.000 militares no solo afegão. Vale recordar que a presença desse contingente, e dos de outros países ocidentais que ainda estão estacionados no Afeganistão, já data de dezembro de...
São Paulo + RPC x Brasília + EUA = ???
Américas, Ásia, Brasil, China, Estados Unidos

São Paulo + RPC x Brasília + EUA = ???

Polemizando: será esta uma nova equação nas relações internacionais do Brasil? É o que parece sugerir a visita do Governador João Doria à China, no início deste mês, com o objetivo de buscar parcerias para diversos setores da administração pública e empresas do Estado de São Paulo. Ele se fez acompanhar de uma delegação expressiva, que incluiu cinco Secretários de Estado, quatro presidentes de autarquias e trinta empresários de vários ramos. Entre os projetos aventados contam-se a despoluição do Rio Pinheiros, a área dos transportes de cargas e de passageiros, e saneamento básico. Nos encontros que manteve com as autoridades e o empresariado chineses, Doria afirmou ter detectado vivo interesse da parte dos anfitriões em estreitar os vínculos comerciais. Em matéria intitulada “Sã...
A Caxemira: buscando entender a herança do colonialismo
Índia, Paquistão

A Caxemira: buscando entender a herança do colonialismo

O governo da Índia revogou, no último dia 05, dois artigos da sua Constituição que estabeleciam o estatuto especial que o Estado de Jammu-Caxemira gozava desde o período da independência do país, em 1947. Entre os “desfalques” legais estão o direito à Constituição própria e direitos exclusivos para a população autóctone. Com isto, a região perde sua autonomia e passa a ser tratada como qualquer outro estado da Índia. Quais seriam as consequências? Proponho aos amigos revisitar a História: A Coroa Britânica dominou a Índia de 1858 a 1947. Mas, ao final da II Guerra Mundial, exaurida, ela iniciou o processo de descolonização de seus territórios, começando pelo Raj Britânico. Para tanto, enviou a Delhi um jurista londrino, Sir Cyril Radcliffe, a quem incumbiu de desenhar, num gabinet...