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Rússia

O tal do poder (II): os Estados nacionais, a Paz de Westphalia e a globalização
Europa, ONU, Organizações Internacionais, Rússia, Ucrânia

O tal do poder (II): os Estados nacionais, a Paz de Westphalia e a globalização

Sala do Conselho de Segurança da ONU (Foto de Mark Garten) Polemizando, ainda, a respeito da tragédia da Ucrânia... Em meados do século XVII, os impérios europeus estavam envolvidos numa disputa religioso-territorial que durava já trinta anos, a qual a História registrou como “a Guerra dos Trinta Anos”(1618-1648), como recordamos. A chamada “Paz de Westphalia” foi contruída em dois tratados assinados em outubro de 1648, nas cidades de Osnabrück e Münster, na Alemanha, encerrando os violentos combates que vitimaram cerca de oito milhões de pessoas. Estes tratados puseram fim à guerra que envolveu, de um lado, os Habsburgos, governantes da Áustria e da Espanha e seus aliados católicos e, de outro, as potências protestantes, a Suécia e certos principados aliados, juntamente com a Fra...
O tal do poder (I): Conselho de Segurança da ONU
Ásia, China, Europa, Índia, ONU, Organizações Internacionais, Rússia, Ucrânia

O tal do poder (I): Conselho de Segurança da ONU

As tropas russas entraram em Kiev, no dia 25/02. Sirenes de ataques aéreos foram ouvidas por toda a cidade e hoje acompanhamos consternados as notícias e as imagens que os meios de comunicação de todo o mundo divulgaram sobre a tragédia que se abateu sobre a Ucrânia. O Conselho de Segurança discutiu na véspera uma resolução condenatória, ainda que ciente de que não poderia implementá-la devido à oposição da Rússia que, como membro permanente do Conselho tem o direito de veto. O capítulo da Carta da ONU considerado, inicialmente, foi o VII - artigos 39 a 51 -, que elenca medidas escalonadas a serem adotadas no caso de ameaça à paz, quebra da paz e atos de agressão. Na redação da proposta original, o CSNU teria “lamentado em termos severos a agressão da Federação Russa como uma violação d...
União Econômica Eurasiana e a promoção da paz
Armênia, Ásia, Bielorússia, Cazaquistão, Europa, Quirguistão, Rússia

União Econômica Eurasiana e a promoção da paz

Enquanto a guerra entre Rússia e Ucrânia continua a se desenvolver, sem que tenhamos clareza de quais serão seus resultados concretos, é importante começarmos a olhar para o dia seguinte. A proposta aqui não é olhar para cada um dos países envolvidos em si, mas para a estrutura internacional maior e que poderá moldar o futuro dos envolvidos. Neste sentido é importante olharmos tanto as arquiteturas regionais de segurança e de cooperação econômica.A arquitetura de segurança ainda se mostra muito contaminada pelo desenvolver da guerra. Não será objeto de análise neste artigo, mas é importante começarmos a entender o funcionamento e, sobretudo, a função da OTAN e do Conselho de Segurança da ONU.No que se refere à arquitetura econômica, o destaque vai para a União Econômica Eurasiana (UEE), cu...
China + Rússia + EUA + OTAN (ii): o tiro saiu pela culatra?
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia

China + Rússia + EUA + OTAN (ii): o tiro saiu pela culatra?

Presidentes russo Vladimir Putim e chinês Xi Jinping (Foto kremlin.ru) Vladimir Putin acaba de retornar de Pequim, onde foi hóspede de honra de Xi Jinping na cerimônia de inauguração das Olimpíadas de Inverno que a República Popular anfitriona este ano. Certamente, ela deseja reiterar a imagem positiva que deixou das Olimpíadas de verão de 2008.   Na sequência dos acontecimentos na Ucrânia, o encontro entre Putin e Xi teve uma mensagem simbólica de grande amplitude. Não somente foram assinados vários acordos, entre os quais a elevação das exportações de gás da gigante russa Gazprom para a RPC, do montante de 38 para 48 bilhões de metros cúbicos anuais (lembremo-nos de que o tema é o “nó górdio” no envolvimento dos europeus no projeto dos americanos de intensificarem suas ameaças a Mo...
Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos, a China, a Europa e a Otan
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia, Ucrânia

Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos, a China, a Europa e a Otan

Metendo o bedelho...Nunca pus os pés na Rússia, mas servi em Astana - hoje, Nursultan -, no Cazaquistão, e arrisco esboçar a minha percepção a partir da ótica de um país vizinho.  Para mim, o quadro geopolítico que define a relação entre a Rússia e a Ucrânia se aplica a todo o universo “ex-soviético”, como é o caso do Cazaquistão. São ambos ex-repúblicas da URSS, vizinhos contíguos da Rússia e ex-seguidores da mesma cartilha ideológico/político/econômico marxista que predominou em toda a região até 1991, quando a União Soviética se dissolveu. A experiência independente destes países tem, portanto, apenas 31 anos, ou seja, são Estados “jovens” que anteriormente, como “satélites”, serviam sobretudo como celeiro, no caso do Uzbequistão, e terreno de testes nucleares, como no do Cazaqu...
As tensões na Ucrânia
Europa, Rússia, Ucrânia

As tensões na Ucrânia

Desde novembro do ano passado, o mundo tem assistido ao acirramento das tensões entre a Rússia, a Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em razão da concentração de 100 mil soldados russos, com meios blindados, artilharia e helicópteros, nas proximidades da fronteira com a Ucrânia. Dados de inteligência ucraniana e da própria aliança atlântica alertaram que os russos estariam planejando uma invasão, que poderia acontecer a partir de fevereiro deste ano. A Rússia nega a intenção de desencadear a ofensiva militar.  O emprego de forças militares de vulto, em um ataque a um país europeu soberano, mudaria o cenário de segurança da Europa de uma forma ainda não vista desde a Segunda Guerra Mundial, com consequências graves para a própria Europa e para todo o mundo....
A hora e a vez do Cazaquistão?
Cazaquistão, Europa, Rússia

A hora e a vez do Cazaquistão?

A Rússia enviou ontem, 06/01, tropas ao Cazaquistão para conter a crescente violência que tomou conta da população que se insurge contra o aumento do preço dos combustíveis. Esta é a primeira vez que manifestações deste tipo ocorrem no país. Os confrontos com as forças policiais já deixaram dezenas de mortos. Moscou atendeu ao pedido do Presidente Kassym-Jomart Tokayev, que até a “renúncia” do ex-presidente Nursultan Nazarbayev, em 2019, ocupava o cargo de Primeiro-Ministro do país. Nazarbayev presidiu o Cazaquistão por quase três décadas, a partir de 1990, quando a dissolução da União Soviética criou um vácuo de poder em todas as suas ex-repúblicas – Cazaquistão, Turcomenistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão – e o desafio para a nova liderança, composta então por membros do KGB...
Crimeia: entre a Ucrânia e a Rússia
Europa, Rússia, Ucrânia

Crimeia: entre a Ucrânia e a Rússia

Por Francesca e Giovana A Crimeia é uma província semi autônoma da Ucrânia, localizada no sul do país. A população da Crimeia utiliza o idioma russo e estabelece mais relações com Moscou do que com Kiev, o que acaba por instaurar um cenário de instabilidade política na região. A Ucrânia começou a ter problemas internos quando voltou atrás em um acordo com a União Europeia. Tal ação teve influência russa, pois os russos não viam com bons olhos este acordo, já que os ucranianos eram seus principais parceiros comerciais no continente europeu. Com isso, grupos opositores a Viktor Yanukovich, presidente na época, iniciaram uma onda de protestos pelas ruas do país. Após alguns meses de tensão, Mykola Azarov, primeiro-ministro, renunciou ao cargo e pouco tempo depois, o Presidente Viktor ...
Exercícios militares no mar do Japão, dois pesos, duas medidas
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Japão, Rússia

Exercícios militares no mar do Japão, dois pesos, duas medidas

Formas militares da China e Rússia durante a cerimônia de abertura dos exercícios militares do mar do Japão. Foto: Xinhua No dia 14 de outubro (2021), China e Rússia realizaram exercícios navais no Mar do Japão. A ação faz parte de exercícios conjuntos que se estenderam pelos dias seguintes. Em que pese o exercício ter ocorrido em águas internacionais e ser algo recorrente desde 2012, é possível ver várias críticas por parte de políticos e da imprensa. Do lado nipo-estadunidense o que se vê é uma crítica em relação à ameaça que tais exercícios criam, já que é entendido como uma pressão militar e diplomática sobre o Japão, especialmente considerando a disputa pelo controle das ilhas Senkaku (nome japonês) ou Diaoyu (nome chinês). As ilhas são controladas pelo Japão desde a II Guerra M...
Guerras cibernéticas: quem é o culpado?
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Rússia

Guerras cibernéticas: quem é o culpado?

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, declarou em 27/7/2021, durante uma visita ao diretor da Inteligência Nacional que “se acabarmos em uma guerra, uma verdadeira guerra de tiro com outra potência, será como consequência de uma violação cibernética”. Essa afirmação foi realizada após os Estados Unidos serem atacados ciberneticamente, que teve como uma de suas consequências a paralisação do oleoduto Colonial, o que resultou na interrupção de fornecimento de combustível em parte do país. Nesta ocasião a ameaça foi aberta, mas em outros momentos o governo Biden acusou diretamente dois países como os responsáveis por esse tipo de movimento: China e Rússia. Ainda que hoje os EUA sejam o país atacado, a verdade é que as ações cibernéticas são mais antigas e têm servido a diferentes propó...