ISSN 2674-8053 | Receba as atualizações dos artigos no Telegram: https://t.me/mapamundiorg

Rússia

Exercícios militares no mar do Japão, dois pesos, duas medidas
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Japão, Rússia

Exercícios militares no mar do Japão, dois pesos, duas medidas

Formas militares da China e Rússia durante a cerimônia de abertura dos exercícios militares do mar do Japão. Foto: Xinhua No dia 14 de outubro (2021), China e Rússia realizaram exercícios navais no Mar do Japão. A ação faz parte de exercícios conjuntos que se estenderam pelos dias seguintes. Em que pese o exercício ter ocorrido em águas internacionais e ser algo recorrente desde 2012, é possível ver várias críticas por parte de políticos e da imprensa. Do lado nipo-estadunidense o que se vê é uma crítica em relação à ameaça que tais exercícios criam, já que é entendido como uma pressão militar e diplomática sobre o Japão, especialmente considerando a disputa pelo controle das ilhas Senkaku (nome japonês) ou Diaoyu (nome chinês). As ilhas são controladas pelo Japão desde a II Guerra M...
Guerras cibernéticas: quem é o culpado?
Américas, Ásia, China, Estados Unidos, Europa, Rússia

Guerras cibernéticas: quem é o culpado?

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, declarou em 27/7/2021, durante uma visita ao diretor da Inteligência Nacional que “se acabarmos em uma guerra, uma verdadeira guerra de tiro com outra potência, será como consequência de uma violação cibernética”. Essa afirmação foi realizada após os Estados Unidos serem atacados ciberneticamente, que teve como uma de suas consequências a paralisação do oleoduto Colonial, o que resultou na interrupção de fornecimento de combustível em parte do país. Nesta ocasião a ameaça foi aberta, mas em outros momentos o governo Biden acusou diretamente dois países como os responsáveis por esse tipo de movimento: China e Rússia. Ainda que hoje os EUA sejam o país atacado, a verdade é que as ações cibernéticas são mais antigas e têm servido a diferentes propó...
A OTAN e as mudanças no equilíbrio do poder mundial
Europa, Organizações Internacionais, OTAN, Rússia

A OTAN e as mudanças no equilíbrio do poder mundial

Foto: REUTERS/Ints Kalnins No último dia 14 de junho, os chefes de governo dos 30 países aliados que compõem a OTAN se reuniram em Bruxelas. A leitura da declaração(1) conjunta proporciona uma boa compreensão de como a mais poderosa aliança militar da história vê a atual conjuntura mundial, quais são as ameaças que eles identificam e quais caminhos eles irão traçar em assuntos de defesa, sempre mantendo em vista as três tarefas fundamentais da Aliança: prover segurança coletiva, gerenciar crises e fortalecer a cooperação em segurança. Os aliados identificam ameaças provenientes de todas as direções estratégicas, representadas pela competição sistêmica de potências “autoritárias e assertivas”; terrorismo; atores estatais e não-estatais que atuam para minar a ordem internacional, o est...
Os BRICS e a vacina da Covid-19, mais uma chance perdida
Américas, Ásia, Brasil, BRICS, China, Europa, Índia, Organizações Internacionais, Rússia

Os BRICS e a vacina da Covid-19, mais uma chance perdida

REUTERS FILE PHOTO A vacinação para o Covid-19 está avançando e o mundo começa a respirar aliviado, mas ele esconde uma realidade muito mais dura e desigual no mundo em que vivemos. O acesso às vacinas, bem como sua produção, é resultado de relações de poder que só reforçam a desigualdade que existe entre os países. Assim que ficou claro o tamanho do problema com o Covid-19, os países mais ricos iniciaram seus esforços para produção de vacinas e para a compra ou bloqueio antecipado das vacinas a serem produzidas. Para se ter uma ideia, até o final de 2020 esses países já haviam garantido 3,8 bilhões de doses. A quantidade comprada por países como Estados Unidos e países europeus superavam largamente a sua população. Só os EUA, por exemplo, compraram vacinas que superavam 5 doses por ...
Criméia 7 anos depois: por que ainda mantemos as sanções comerciais?
Europa, Rússia, Ucrânia

Criméia 7 anos depois: por que ainda mantemos as sanções comerciais?

Há exatos 7 anos (16/03/2014) era organizado um referendo para a anexação/junção da Criméia à Rússia, deixando de ser um território ucraniano. Na época, o resultado foi de 97% a favor dessa mudança. A comunidade internacional condenou o referendo, dizendo que tinha sido fraudado e realizado sob ameaças. O resultado alto também se deve a um boicote daqueles que eram contrários à junção. Todos esses anos se passaram e pouco se fala da região atualmente. Qual o papel que a comunidade internacional deve desempenhar a partir de agora? Algumas organizações de direitos humanos têm acusado o governo russo de repressão local, com a perseguição de dissidentes – especialmente os muçulmanos da etnia Tatar, alguns considerados terroristas. Ao mesmo tempo, pesquisas internas têm mostrado que a popula...
Parem de falar que estamos numa nova Guerra Fria
Américas, Brasil, Estados Unidos, Europa, Rússia

Parem de falar que estamos numa nova Guerra Fria

Charge postada no Global Village Space É comum vermos análises falando que estamos entrando numa nova Guerra Fria. Geralmente isso acontece a cada movimento mais incisivo feito pelo governo Chinês. Basicamente a ideia é que os Estados Unidos estariam em um polo de poder e a China viria para ocupar o polo oposto, questionando o poderio norte-americano. Ainda que possa ser verdade a questão das tensões em torno das projeções de poderes, é incorreto dizer que isso é uma Guerra Fria. O que foi a Guerra Fria? De uma forma mais superficial foi o embate indireto entre Estados Unidos e União Soviética (basicamente sustentado na corrida atômica). Em termos mais estruturais, a grande questão foi a competição entre dois modelos de organização político-econômica auto-excludentes. Em última in...
Violência e Opressão: os Protestos na Bielorrússia
Bielorússia, Europa, Rússia

Violência e Opressão: os Protestos na Bielorrússia

Presidente Alexander Lukashenko, foto Picture Alliance Desde agosto de 2020 a Bielorrússia enfrenta forte instabilidade e vivência uma onda de protestos crescente contra o presidente Aleksandr Lukashenko. O descontentamento da população tornou-se evidente já no período que antecipou as eleições que garantiram a Lukashenko o seu sexto mandato, num processo marcado por suspeitas de fraudes eleitorais e opressão de oposições políticas. Considerado o “último ditador na Europa”, Lukashenko é um ex-soldado da União Soviética e o único presidente que a Bielorrússia já possuiu. As últimas eleições aconteceram no dia nove de agosto. Inicialmente, Lukashenko concorria contra Sergei Tikhanovsky, blogger pró-democracia, mas sua prisão arbitrária levou à revogação de sua candidatura. Substit...
Os BRICS como um ensaio para o novo Bretton Woods
África, África do Sul, Américas, Ásia, Brasil, BRICS, China, Europa, Índia, Organizações Internacionais, Rússia

Os BRICS como um ensaio para o novo Bretton Woods

Foto: Divulgação/The Economist 2015 é um ano potencialmente importante para o posicionamento internacional brasileiro, foi quando foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento (https://www.ndb.int/) pelos países formados do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O Banco veio como uma alternativa aos já consolidados Banco Mundial (https://www.worldbank.org/en/who-we-are/ibrd)  e Banco Interamericano de Desenvolvimento (https://www.iadb.org/pt/sobre-o-bid/visao-geral). Ainda que o primeiro também esteja sob forte influência europeia, ambos estão numa esfera de controle dos Estados Unidos. Em termos gerais, o Banco dos BRICS se foca no apoio ao desenvolvimento de obras estruturais, especialmente ligadas à infraestrutura. Por outro lado, tem também uma função política importa...
O fim do Sistema Multilateral, que nunca foi multilareal
China, Estados Unidos, Rússia

O fim do Sistema Multilateral, que nunca foi multilareal

A Organização Mundial do Comércio não é uma instituição que foi criada na Conferência de Bretton Woods, em 1944. Mas é possível dizer que ela é resultante deste processo, na medida em que é resultado direto do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (chamado de GATT), a partir da chamada Rodada Uruguai. Isso é importante considerar pois, juntamente com todo o Sistema da Organização das Nações Unidas, a OMC é um dos grandes símbolos do sistema multilateral. Desde o final da II Guerra Mundial os Estados vem buscando o caminho do multilateralismo como sua principal estratégia para interação internacional. O auge deste caminho ocorreu na década de 1990, marcada por importantes conferências internacionais (como Eco-92; Conferência de Viena sobre Direitos Humanos; Conferência do Cairo sobre po...
O Ártico para além da geopolítica
Canadá, Estados Unidos, Rússia

O Ártico para além da geopolítica

Pesquisas recentes indicam que o buraco da camada de ozônio diminuiu no Hemisfério Sul, porém se abriu no Hemisfério Norte. Para se ter uma ideia, o aquecimento global na região é duas vezes mais intenso do que a média global. Além dos possíveis impactos ambientais, essa é uma região que deverá chamar mais a atenção do mundo. A Região Ártica é reconhecida como a região do Hemisfério Norte no qual a temperatura média do mês mais quente do ano não ultrapassa os 10ºC. Projeções indicam que haja algo em torno de US$ 35 trilhões  em reservas de gás e petróleo na região, além de outros recursos minerais. Em função disto, há uma disputa entre os países da região em termos de domínio pelos recursos. Diversos países fazem “fronteira” com a região ártica. Os dois países com maior fronteir...