ISSN 2674-8053

Estados Unidos

A parálise da OMC ou o fim da ordem econômica mundial que conhecemos
Américas, Arábia Saudita, Banco Mundial, Brasil, China, Estados Unidos, Estudos, Europa, FMI, França, GATT, OIC, OMC, Organizações Internacionais, Rússia

A parálise da OMC ou o fim da ordem econômica mundial que conhecemos

Prédio da OMC, em Genebra A recente e profunda crise da Organização Mundial do Comércio (OMC) é apenas o mais recente sinal do definhamento da ordem econômica mundial. Em artigo de opinião recentemente publicado pelo Washington Post, o professor em política internacional Daniel Drezner antevê o fim da ordem econômica liberal como a conhecemos.[i] De fato há indícios que a economia mundial entra em uma a nova (des)ordem econômica baseada no protecionismo. Não se trata somente do fim do liberalismo como arrazoado pelo Prof. Drezner, corremos também o risco de chegar ao fim do princípio da cooperação econômica. A ordem econômica mundial que conhecemos foi forjada a ferro e fogo ao término da segunda Guerra Mundial e expandida desde o fim da guerra fria. Colocada em marcha no ocidente a pa...
O “affair” Xi Jinping @ Vladimir Putin
China, Estados Unidos, Rússia

O “affair” Xi Jinping @ Vladimir Putin

Oleodutos russos, destaque para "Power of Siberia" Por anos – e haja anos... – a China e a Rússia/URSS foram os “melhores inimigos”. Irmãos de fé ideológica, separava-os o que embasa muitos relacionamentos entre as nações: a disputa pelo poder. Ou seja, o credo comunista não foi suficiente para matizar tal realidade geopolítica. As raízes deste conflito remontam à época em que Mao Zedong e suas tropas entraram na Cidade Proibida, em outubro de 1949. Cabe recordar, aliás, que naquele momento Moscou apoiava o governo nacionalista de Chiang Kai-shek, que os maoístas “expulsaram” para Taiwan. Além do mais, Mao tinha marcado distância à ortodoxia ideológica soviética e desenvolvido a sua própria, baseada mais nas condições do campesinato chinês do que no operariado urbano da URSS. A v...
A saga – ou quebra-cabeças – da Síria…
Estados Unidos, Irã, Oriente Médio, Rússia, Síria, Turquia

A saga – ou quebra-cabeças – da Síria…

Donald Trump decidiu, em sua "grande e inigualável sabedoria" (sic), ordenar a retirada das tropas americanas do norte da Síria e encerrar o que qualificou de “uma guerra sem fim”. Com isto entregou a aliada “Forças Democráticas da Síria” (FDS), milícia curda que controla parte da fronteira entre a Síria e a Turquia e detém em cativeiro milhares de membros do Estado Islâmico junto com suas famílias, à sua própria sorte. Lembremo-nos de que os EUA e as FDS têm sido parceiros na luta contra o grupo extremista que hoje se encontra quase derrotado. A decisão de D.T. desencadeou, internamente, uma série de reações do parlamento norte-americano. O seu confronto com os membros do Partido Democrata alcançou grande contundência quando num “briefing” para os membros da Câmara dos Representantes,...
Lições da história: o dilema afegão
Afeganistão, Estados Unidos

Lições da história: o dilema afegão

O “The Economist” publicou uma matéria que o Estadão replicou, ontem, sobre o dilema com que se confrontam os americanos sobre se devem, ou não, permanecer por mais tempo no Afeganistão. É importante recordar que uma das promessas de campanha de Donald Trump à presidência dos EUA, em 2016, foi a retirada total das tropas americanas. Ele afirmava, então, que os Estados Unidos haviam cometido "um terrível erro ao se envolverem no Afeganistão". Uma vez no poder, porém, D.T. autorizou a permanência e o incremento do efetivo das tropas. Como resultado, os Estados Unidos ainda sediam um contingente de cerca de 14.000 militares no solo afegão. Vale recordar que a presença desse contingente, e dos de outros países ocidentais que ainda estão estacionados no Afeganistão, já data de dezembro d...
São Paulo + RPC x Brasília + EUA = ???
Américas, Ásia, Brasil, China, Estados Unidos

São Paulo + RPC x Brasília + EUA = ???

Polemizando: será esta uma nova equação nas relações internacionais do Brasil? É o que parece sugerir a visita do Governador João Doria à China, no início deste mês, com o objetivo de buscar parcerias para diversos setores da administração pública e empresas do Estado de São Paulo. Ele se fez acompanhar de uma delegação expressiva, que incluiu cinco Secretários de Estado, quatro presidentes de autarquias e trinta empresários de vários ramos. Entre os projetos aventados contam-se a despoluição do Rio Pinheiros, a área dos transportes de cargas e de passageiros, e saneamento básico. Nos encontros que manteve com as autoridades e o empresariado chineses, Doria afirmou ter detectado vivo interesse da parte dos anfitriões em estreitar os vínculos comerciais. Em matéria intitulada “S...
A Huawei, a tecnologia 5G e a guerra comercial RPC x EUA
China, Estados Unidos

A Huawei, a tecnologia 5G e a guerra comercial RPC x EUA

Em 1o. de dezembro passado, a Vice-Presidente do Conselho e Diretora Financeira da gigante de tecnologia chinesa Huawei, Meng Wanzhou, filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, foi detida no aeroporto de Vancouver, no Canadá, por solicitação das autoridades americanas, que pediam sua extradição para os Estados Unidos. A acusação que recaia sobre Meng é que ela havia participado de uma conspiração para fraudar várias instituições financeiras, entre as quais a Skycom - empresa baseada em Hong Kong - em negócios com o Irã, entre 2009 e 2014. Segundo as acusações, Meng lançou mão de suas relações para apoiar a Skycom nas negociações para a venda - ou tentativa - de equipamentos da “Hewlett-Packard Company” (HP), a companhia multinacional americana de tecnologia da informação, para Teerã,...
O “affair” Donald Trump & Kim Jong-Un… prá valer ou mais uma “photo op”?
China, Estados Unidos

O “affair” Donald Trump & Kim Jong-Un… prá valer ou mais uma “photo op”?

Como vimos, ao final da 14ª. Reunião do G-20, em Osaka, o Presidente Donald Trump surpreendeu a todos (inclusive seu “staff” e o próprio Kim Jong-un, pelo que transpirou) ao anunciar bruscamente que, no retorno a Washington, faria um “stop over” na Coreia do Sul e entraria na Zona Desmilitarizada que separa as duas Coreias para dar um “alô” a Kim Jong-Un. Este “alô” durou, na realidade 33 minutos. Tal gesto foi visto como “histórico” pela comunidade internacional. E de certa forma o foi, porque esse dia - 30 de junho - marcou a data em que pela primeira vez um Presidente dos EUA entrava em “solo inimigo”, pois, não tendo sido ainda assinado um Acordo de Paz que ponha fim à Guerra da Coreia, até agora os Estados Unidos e a Coreia do Norte estão em guerra, pelo menos “tecnicamente”. Dest...
Até tu, Índia… ou cruzada de D. T.
Estados Unidos, Índia

Até tu, Índia… ou cruzada de D. T.

O jornal indiano Hindustan Times publicou hoje que o governo americano anunciou dois dias atrás, formalmente, a exclusão da Índia da lista dos países em desenvolvimento que se beneficiam do "Sistema Geral de Preferências"/"Generalized System of Preferences (GSP), para suas exportações dirigidas aos EUA. A Índia tem sido um dos maiores beneficiados por este programa, que autoriza a entrada sob tarifa zero de produtos provenientes de 120 países em desenvolvimento no mercado norte-americano. Fruto disto, os indianos exportaram cerca de US$ 6.3 bilhões de bens aos Estados Unidos em 2018. No entender de Washington, Delhi não tem reciprocado sua "boa vontade" e oferecido garantias de acesso ("equitable and reasonable") ao mercado indiano. O alto funcionário americano que anunciou a decis...
Os chineses, os americanos, o “China Dream” e a guerra comercial
China, Estados Unidos

Os chineses, os americanos, o “China Dream” e a guerra comercial

O Estadão de hoje replica um artigo do “The Economist” – “China e EUA em um novo tipo de guerra fria” – o qual alardeia que o embate entre as duas megapotências já ultrapassou o confronto comercial "stritu senso" para assumir cada vez mais o caráter holístico de disputa pela supremacia do poder mundial. Como afirma o artigo, “...as duas superpotências antes estavam em busca de um mundo em que todos ganhassem. Hoje, vencer implica a derrota do outro – um colapso que submeta permanentemente a China à ordem americana ou uma América humilde que se retire do Pacífico Ocidental...” É como se a multipolaridade geoeconômica, ou uma bipolaridade RPC/EUA, estivessem fadadas a um inescapável desenlace, substituídas pela dominação unívoca do “mais forte”. Ainda segundo o “The Economist”, “...mesmo...
A anti política externa de Bolsonaro
Américas, Brasil, Estados Unidos, Israel, Oriente Médio

A anti política externa de Bolsonaro

A política externa não é comumente chamada de Política de Estado à toa. Mais do que expressar os anseios mais imediatos do presidente, ela se foca nos interesses mais profundos do país. Trata-se de um complexo intrincado de ações e compromissos, delicadamente construídos ao longo do tempo. O governo Bolsonaro, pelo visto com o apoio explícito do chanceler Ernesto Araujo, está ignorando essa ideia e tratando a política externa como uma plataforma político-ideológica. Só que, neste caso, as consequências não esperam. No início do governo o presidente Bolsonaro declarou que mudaria a embaixada brasileira para Jerusalém. Essa foi uma forma de mostrar o alinhamento internacional com os Estados Unidos, mas apenas parece ter considerado essa agenda, ignorando as demais consequências. No fi...