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Ásia

Índia e China: mais do mesmo…(?)
China, Índia

Índia e China: mais do mesmo…(?)

Foto: Yogi Chopra - Cadeia montanhosa do Himalaia O site “Mundo ao Minuto” publicou no último dia 10 uma matéria relativa às escaramuças recentes entre tropas militares da Índia e da China nas linhas de fronteira entre ambas nas alturas geladas do Himalaia. São duas as regiões cuja soberania é disputada por elas: a primeira está localizada na região do Ladakh, no lado indiano, e da Província Autônoma de Xinjiang, no lado chinês. Esta é uma área praticamente deserta nas grandes altitudes da cordilheira, porém atravessada por uma rodovia que une duas regiões particularmente sensíveis para a RPC: a Província Autônoma de Xinjiang – onde se concentra o movimento separatista da etnia muçulmana Uighur - e o Tibete. Daí a sua importância estratégica para os chineses. A segunda está locali...
Negócio(s) da China
Américas, Brasil, China

Negócio(s) da China

Reuters/David Becker A recente desistência da Boeing do contrato de parceria firmado com a Embraer em meio a uma das maiores crises do setor aeronáutico destes últimos tempos levantou dúvidas sobre o futuro da empresa brasileira. Esta crise coincide com o momento em que a pandemia da Covid19 assola o planeta e causa um enorme estrago no universo da aviação internacional: as companhias aéreas sofreram uma diminuição de mais de 90% do volume de passageiros e suas frotas foram reduzidas em 60%. Com uma grande capacidade ociosa, essas companhias e, por extensão, os fabricantes de aeronaves, assistem o mercado minguar e têm os seus projetos e compromissos cada vez mais ameaçados. Em meio a este clima de forte tensão, a Embraer foi notificada "monocraticamente" pela Boeing, no dia 25 de ab...
The China Dream  – Polemizando II
China

The China Dream – Polemizando II

© 2020 BLOOMBERG FINANCE LP A leitura de uma pertinente matéria do Estadão de hoje (1/5/2020)– “Crise leva China a exercer agressiva “diplomacia sanitária” e Ocidente reage” - provoca uma reflexão oportuna sobre os momentos traumáticos que estamos vivendo e os cenários que se descortinam para o planeta depois que a tempestade amainar. A matéria questiona como será o mundo pós-pandemia. Nela, o Professor Oliver Stuenkel afirma que “após essa crise, a globalização será muito mais marcada por questões geopolíticas, diferentemente dos anos 90, marcados por questões econômicas, com ganhos de eficiência e escala. A economia global está mudando e a China precisa se preparar para um mundo mais hostil”. Hostil com relação a ela, sobretudo, pelo que entendi. Por quê? Vamos por partes e reto...
Brasil e China: encontros e desencontros
Américas, Brasil, China

Brasil e China: encontros e desencontros

Tenho escutado e lido muitas opiniões disparatadas sobre a China e sobre o nosso relacionamento bilateral. Muitas destas opiniões provêm de pré-conceitos e os consequentes preconceitos daqueles que não tendo convivido e acompanhado o que está ocorrendo na República Popular da China, e em toda a Ásia, percebem esta realidade de forma distorcida, com consequências graves para o nosso relacionamento com o nosso principal parceiro comercial e, mais que tudo, um parceiro estratégico, como confirmamos oficial e diplomaticamente em duas ocasiões: primeiramente em 1993, quando formamos uma “Parceria Estratégica”, e em 2012, quando a elevamos a “Parceria Global”. Para entendermos o que está ocorrendo vamos recorrer às lições que a História nos ensina. Contrariamente ao que pouco se sabe, a prese...
Confúcio e o Corona Vírus
China, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Europa, Itália, Japão

Confúcio e o Corona Vírus

A man stands in a nearly empty street during the Chinese New Year holiday this week in Beijing, China. Getty Images Polemizando... Tempos bicudos os nossos, de controvérsias, “fake news”, antagonismos e, sobretudo, de muita incompreensão. Trancado em casa, li a matéria – “Uma guerra global” - que o cronista Lourival Sant´ Anna publicou no Estadão do dia 29/03 a respeito das divisões entre os países quanto às diferentes maneiras pelas quais eles estão enfrentando a tragédia. Ele fez a seguinte observação sobre como o leste da Ásia está conseguindo curvar a epidemia mais rapidamente que o Ocidente: “...não foi preciso obrigar a nada: o bom senso prevaleceu na população e seus líderes religiosos, que não resistiram a suspender suas atividades”... Por que isto está acontecendo? Est...
A Pax Americana e os talebans
Afeganistão, Estados Unidos

A Pax Americana e os talebans

Após meses de intensas e por vezes dramáticas negociações em Doha, no Qatar, as autoridades americanas e os representantes dos Talebans assinaram no sábado passado, um acordo que visa acabar com a guerra mais longa da história militar dos Estados Unidos, viabilizando a retirada gradual, dentro de treze meses, de suas tropas e das dos demais países-membros da OTAN, do Afeganistão. Conforme se recorda, elas invadiram o país em 07 de outubro de 2001, na esteira dos ataques da Al Qaeda ao “World Trade Center”, em 11 de setembro daquele ano. Num primeiro estágio, o acordo viabilizará a libertação e a troca de seis mil prisioneiros, nos próximos 135 dias, no que é considerado como “a meaningful reduction of violence". A elas seguirão as negociações entre as próprias facções afegãs, que devem ...
E a onda levou
China, Coréia do Sul

E a onda levou

O dia de ontem consistiu em um marco histórico na cinematografia: o filme "Parasite", sul-coreano, foi o primeiro longa-metragem em "língua estrangeira" (leia-se: não em inglês) a vencer o prêmio de Melhor Filme da Academia. Em termos simples, assistimos à crista de uma onda cultural que vem paulatinamente cobrindo o mundo atingir seu nível mais alto. Certamente, os jornalistas chineses que cunharam, nos anos 90, o neologismo 韩流 ("hánliú"; em coreano, "hallyu"), "onda coreana", para referir-se à larga difusão de produtos coreanos em seu país não imaginavam as proporções que o fenômeno que observavam tomaria. Aquilo que começou como uma série de políticas culturais "protecionistas" da Coreia do Sul logo se traduziria, em outros países asiáticos, em uma crescente audiência pelo entretenim...
UE x EUA x RPC = Hwawei/BR (?)
Américas, Brasil, China, Estados Unidos

UE x EUA x RPC = Hwawei/BR (?)

Da solução desta (im)possível equação depende o futuro da tecnologia e, por extensão, da geoeconomia neste século. Trocando em miúdos, ela demonstra (c.q.d.) a disputa entre a União Europeia, os Estados Unidos e a República Popular da China pela tecnologia 5G, que definirá o futuro do planeta, segundo os analista O mega-magnata húngaro-americano George Soros, conhecido por seu apoio às causas políticas progressistas e liberais, para as quais distribui doações por meio de sua fundação – a “Open Society Foundation” - e que teve um papel influente no colapso do comunismo na Europa Oriental, já se manifestou. Referindo-se à reunião de Cúpula entre o presidente chinês, Xi Jinping com vinte e sete chefes de Estado e de governo europeus prevista para setembro deste ano, em Leipzig, alerta: “Ne...
Antes tarde… Bolsonaro na Índia… finalmente
Américas, Brasil, Índia

Antes tarde… Bolsonaro na Índia… finalmente

O presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durante reunião no Palácio do Planalto nesta quarta (13) — Foto: Alan Santos/PR O Presidente Jair Bolsonaro será o hóspede de honra do governo indiano nas celebrações do “Dia da República”/ “Republic Day”, no próximo dia 26, data em que a Índia comemora a entrada em vigor da sua Constituição, que veio substituir o status de “Domínio” do Raj Britânico, finalizando, assim, o seu traumático processo de descolonização. Juntamente com o dia 15 de agosto, data da sua independência, estas são as duas maiores efemérides políticas celebradas no país (as religiosas à parte... há muitas...). O convite foi feito quando o Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, participou da reunião dos BRICS em Brasília. Ser o convida...
Donald Trump e a questão iraniana: beco sem saída?
Afeganistão, África, Arábia Saudita, Estados Unidos, Irã, Iraque, Oriente Médio

Donald Trump e a questão iraniana: beco sem saída?

A mais recente façanha no longo “imbroglio” dos Estados Unidos com o Oriente Médio islâmico acaba de acontecer através de um “drone”- o "MQ-9 Reaper -, lançado, por ordem direta de Donald Trump (D.T.), do solo americano, em resposta à quase invasão da Embaixada americana em Bagdá, motivo imediato alegado. Com isto, os EUA alcançaram a “proeza” de matar o general iraniano Qassem Suleimani, quando ele desembarcava no aeroporto de Bagdá. E com ele outras importantes personalidades do estamento militar iraniano e iraquiano. Como todos nós estamos informados, Suleimani não era um general qualquer, mas o líder da “misteriosa” Força Quds, falange de elite da Guarda Revolucionária do Irã, criada ainda em 1980 – portanto, apenas um ano após a chegada do clero xiita ao poder em Teerã – e vinculad...