ISSN 2674-8053

Organizações Internacionais

Violação dos acordos do Brexit por parte dos britânicos
Europa, Organizações Internacionais, Reino Unido, Temas Globais, União Europeia

Violação dos acordos do Brexit por parte dos britânicos

Autoras Mariana Clemente e Lara Cristal Gonçalves No ano de 2017, o Reino Unido iniciou um processo de saída da União Europeia, denominado "Brexit", e em 31 de janeiro de 2020, tornou-se o primeiro país a realizá-lo. Após essa data, durante um período de 11 meses foram e serão acordados tratados e negociações entre o Reino Unido e o bloco europeu. Em outubro deste ano, o país inglês foi acusado por descumprir e violar acordos firmados com a UE, fazendo com que o bloco busque processá-lo.  A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a decisão em uma reunião, de um breve pronunciamento no qual lamentou que o Governo de Boris Johnson tenha descumprido sua obrigação e violado os termos do protocolo da Irlanda do Norte, ao apresentar um projeto da Lei do Me...
A Ásia de Joe Biden
Américas, Ásia, BRICS, China, Estados Unidos, Índia, Organizações Internacionais, Temas Globais

A Ásia de Joe Biden

Joe Biden (Presidente dos EUA) e Xi Jinping (Presidente da China) em um encontro na China em 2013 - AP Photo Lintao Zhang A Ásia tem sido tradicionalmente um enigma para as administrações americanas, que encontram na região parceiros – ou não – da dimensão de China, Índia, Japão e Coreia do Sul, gigantes econômicos cuja longa história compartilhada revela nuances e apresenta desafios que ultrapassam o ideário simplista do Ocidente “Trump style”. De sua parte, ao longo do século passado, os países asiáticos elegeram a segurança regional como prioridade no relacionamento com os Estados Unidos. Desde o término da II Guerra, os americanos assumiram o compromisso de velar pela manutenção da paz no leste do Pacífico. Este compromisso é antes de Estado que de governo, como comprova o “Taiw...
A respeito da China e o futuro da economia mundial
Ásia, BRICS, China, Organizações Internacionais

A respeito da China e o futuro da economia mundial

O título da matéria de Celso Ming, na edição de hoje do Estadão, é “A China já é a maior economia do mundo”. Nada que os analistas informados – e menos pré-conceituosos – já não tivessem como fato concreto: para eles, não era “se”, mas “quando” isto aconteceria... Na realidade, o cálculo que levou Ming a fazer tal afirmação teve como critério o “Produto Interno Bruto pela Paridade de Poder de Compra” (PPC), ou seja, “o quanto um país pode comprar em bens e serviços com sua moeda”. Este parâmetro já vem sendo utilizado, aliás, pelo Fundo Monetário Internacional, pelo Banco Mundial e pela própria agência de inteligência americana, a CIA, para medir grandezas relacionadas à renda. Para ele, este referencial reflete melhor a economia real do que dados como “PIB nominal”, que computa a riq...
O acordo entre União Europeia e o Mercosul
Alemanha, Américas, Argentina, Brasil, Europa, Mercosul, Organizações Internacionais, Paraguai, União Europeia, Uruguai

O acordo entre União Europeia e o Mercosul

Autores: Bruna Barrento e Maria Julia Zito No cenário sulamericano, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) consiste em uma união aduaneira entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Nesse sentido, os integrantes desse acordo possuem tarifas externas comuns. Ao passo que no cenário europeu, a União Europeia consiste em uma união política e econômica com livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre 27 economias da Europa. Acrescenta-se que tais uniões configuram uma relação majoritariamente econômica. Ademais, em 2019, a UE se apresentava como segundo maior parceiro comercial do Mercosul. Com isso, resolveu-se estabelecer uma macroestrutura para amparar a relação entre os dois blocos. Dessa forma desde 1999  iniciaram-se negociações acerca da elaboração de um acordo que f...
Eleições na Polônia e a ascensão do conservadorismo
Europa, Organizações Internacionais, Polônia, União Europeia

Eleições na Polônia e a ascensão do conservadorismo

Presidente polonês Andrzej Duda (foto Lusa) Autores: Pedro Henrique de Castro Gonçalves e Beatriz Canazzo Santáguita A eleição presidencial da Polônia, em plena pandemia da Covid-19, pode ter alterado o rumo do país.  Uma disputa acirrada entre dois candidatos, Rafal Trzaskowski, de alinhamento centro-direita e uma política liberal, teve 48,79%, enquanto Andrzej Duda teve 51,21% dos votos (El Pais,2020), conseguindo, assim, se reeleger. O político ultraconservador rege o país desde 2015, em um sistema semipresidencialista, acumulando o cargo de Chefe de Estado com a pasta internacional. Já o Primeiro-Ministro, Chefe de governo, determina as questões internas. A reeleição de Duda reflete a questão ideológica da população polonesa, uma vez que a maioria apoia seu discurso naciona...
Os Efeitos do Brexit sobre as Indústrias Automotivas no Reino Unido
Europa, OMC, Organizações Internacionais, Reino Unido, União Europeia

Os Efeitos do Brexit sobre as Indústrias Automotivas no Reino Unido

Autores: Ivan Andrade e Maria Thereza Gordinho Quatro anos após o referendum do Brexit, a saída do Reino Unido (RU) da União Europeia (EU) foi oficializada no início de 2020. Abriu-se, então, a fase de negociação do status das relações entre os atores pós Brexit, com prazo para conclusão fixado em um ano. Janeiro de 2021 se aproxima, porem, a possibilidade de um acordo permanece distante, principalmente em função da resistência britânica em fazer as concessões que havia previamente se comprometido a realizar. Num cenário pessimista, o setor industrial automotivo é um dos mais preocupados com a situação. Caso um acordo não seja estabelecido, as indústrias automotivas do RU e da UE sofrerão abalos tanto na fabricação quanto no comércio, tendo em vista os possíveis aumentos tarifár...
Os BRICS como um ensaio para o novo Bretton Woods
África, África do Sul, Américas, Ásia, Brasil, BRICS, China, Europa, Índia, Organizações Internacionais, Rússia

Os BRICS como um ensaio para o novo Bretton Woods

Foto: Divulgação/The Economist 2015 é um ano potencialmente importante para o posicionamento internacional brasileiro, foi quando foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento (https://www.ndb.int/) pelos países formados do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O Banco veio como uma alternativa aos já consolidados Banco Mundial (https://www.worldbank.org/en/who-we-are/ibrd) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (https://www.iadb.org/pt/sobre-o-bid/visao-geral). Ainda que o primeiro também esteja sob forte influência europeia, ambos estão numa esfera de controle dos Estados Unidos. Em termos gerais, o Banco dos BRICS se foca no apoio ao desenvolvimento de obras estruturais, especialmente ligadas à infraestrutura. Por outro lado, tem também uma função política import...
De Pompeo à ONU, a difícil sustentação da ideia de não-interferência
Américas, Brasil, Estados Unidos, Organizações Internacionais

De Pompeo à ONU, a difícil sustentação da ideia de não-interferência

Foto William Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress O desgaste da visita do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, à Roraima só aumenta. No artigo O Brasil entra no jogo eleitoral dos EUA vimos as razões eleitoreiras da visita, agora vemos impacto sobre a própria política brasileira. Interessante observar um posicionamento tímido tanto do Ministério de Relações Exteriores quando da presidência do Brasil enquanto há uma grita de parlamentares de destaque. O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia declarou que a visita "não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa". No Senado Federal não foi diferente, a ponto da Comissão de Relações Exteriores ter aprovad...
Alinhar não é submeter – o estranho caso Brasil/Estados Unidos
Américas, Brasil, BRICS, Estados Unidos

Alinhar não é submeter – o estranho caso Brasil/Estados Unidos

President Donald J. Trump welcomes President Jair Bolsonaro of the Federative Republic of Brazil to the White House Tuesday, March 19, 2019 (Official White House Photo by Tia Dufour) Em diferentes ocasiões podemos ver como lideranças do governo brasileiro afirmam o alinhamento que buscam com os Estados Unidos. Do presidente Bolsonaro e seus filhos ao chanceler Ernesto Araújo, é possível ver declarações de como estamos alinhados e como isso trará benefícios ao país. Interessante notar que não conseguem expor quais benefícios teremos, reduzindo muito do discurso a uma visão ideológica superficial, na qual dizem que é a forma de evitar a esquerda. Muito deste posicionamento é resultante de uma visão mais limitada sobre o sistema internacional, percebendo os Estados dentro de uma dualid...
América Latina e BRICS: para onde o Brasil deve olhar
Américas, Brasil, BRICS, China, Estados Unidos

América Latina e BRICS: para onde o Brasil deve olhar

A política externa brasileira atual tem ocorrido erraticamente. Ainda que se defenda que ela busca novos alinhamentos, a verdade é que não tem uma linha clara, baseada na busca pelos interesses do país. Mas nem tudo é culpa da atual direção que é impressa à política externa, o mundo tem mudado e colocado novos desafios. Há muito a polaridade estruturante da Guerra Fria acabou. Desde então o mundo vem passando por importantes movimentos de reorganização das forças, forçando os Estados a buscarem posicionamentos políticos que lhes ofereçam mais retornos. Nos últimos 10 anos, em particular, essa busca por reordenamento do sistema internacional ficou ainda mais confusa. Hoje o dito sistema multilateral está mostrando limites cada vez maiores, ao mesmo tempo em que vemos algumas potências i...