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Ásia

O Japão pós-Shinzo Abe (II): o novo líder
Ásia, Japão

O Japão pós-Shinzo Abe (II): o novo líder

Primeiro Ministro do Japão - Yoshihide Suga No artigo "O Japão pós-Shinzo Abe" (02/09/20), eu me referi à renúncia inesperada de Shinzo Abe ao cargo de Primeiro-Ministro do Japão, em 28 de agosto passado. Agora, gostaria de tratar com os amigos da questão da sua sucessão. Conforme mencionei anteriormente, com o fim do mandato Abe, que durou oito anos, encerrou-se o mais longo ciclo de estabilidade na governança do Japão contemporâneo; muito devido à sua liderança, que buscou imprimir sua marca pessoal na gestão, sobretudo no que toca a dois temas fundamentais. O primeiro foi seu esforço – frustrado - de revisar a rigidez pétrea do artigo 9º, da Constituição de 1947, - a “pacifista” - delineada pelos vencedores da II Guerra Mundial nos escombros nucleares de Hiroshima e Nagasaki, a ...
O Japão pós-Shinzo Abe
Ásia, Japão

O Japão pós-Shinzo Abe

A súbita renúncia, alegadamente por motivos de saúde, de Shinzo Abe do cargo de Primeiro-Ministro do Japão, no dia 28 de agosto passado, antes do término do seu mandato, encerra um longo período no qual o país buscou reposicionar-se na região leste da Ásia e reencontrar o protagonismo que fora seu ao longo de grande parte da segunda metade do século passado até que a ascensão meteórica da vizinha China veio colocar desafios praticamente inalcançáveis para o governo e a sociedade japoneses, finalmente arrebatando do país a segunda colocação entre as maiores economias do planeta. A história pessoal de Abe-san se confunde com a do Japão do pós-guerra. Ele é o herdeiro de uma longa e influente linhagem de políticos. Seu avô materno, Nobusuke Kishi, tornou-se conhecido pela maneira brutal c...
Brasil perde espaço para China na América do Sul
Américas, Argentina, Ásia, Brasil, China

Brasil perde espaço para China na América do Sul

Presidentes Jair Bolsonaro (Brasil) e Xi JinPing (China) O Brasil é um país com tamanho desproporcional em relação a seus vizinhos, especialmente em termos econômicos. O resultado disto é que o país acaba desempenhando "naturalmente" uma força gravitacional, fazendo com que os demais países sul-americanos acabem tendo suas economias muito dependentes com a economia brasileira. Essa condição não era diferente nem mesmo quando considerávamos a outra grande economia da região: Argentina. Historicamente os argetinos tinham no Brasil o maior destino de suas exportações. Em setembro e outubro de 2019 a China ocupou essa primazia, sendo o principal destino das exportações argentinas. Foi por uma diferença pequena e durou só esses dois meses, o que parecia ser algo transitório. Mas a real...
NAVROZ, o Ano Novo parsi
Afeganistão, Ásia, Europa, Índia, Irã, Oriente Médio, Reino Unido, Temas Globais, Turcomenistão

NAVROZ, o Ano Novo parsi

No último dia 16 de agosto a comunidade parsi da Índia celebrou o Navroz, o seu Ano Novo, o dia em que ela se compromete com a renovação da esperança. As residências são arrumadas com esmero, os indivíduos vestem roupas novas, trocam presentes e fazem doações para instituições de caridade. Nada muito diferente do Natal cristão. Tradição de 3000 anos, o feriado de Ano Novo parsi foi criado pelo profeta Zoroastro, de acordo com a lenda. Mas, quem são os zoroastristas e os parsis? O Zoroastrismo é considerado a mais antiga dentre as religiões monoteístas conhecidas, embora haja controvérsias a este respeito. Teve início com as revelações de Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. Não há muitas informações sobre a sua vida; acredita-se que teria nascido em Sogdiana, no reino ...
A indepedência da Índia e do Paquistão: relembrando a história
Ásia, Índia, Paquistão

A indepedência da Índia e do Paquistão: relembrando a história

Ontem e hoje o Paquistão e a Índia celebraram o 73º aniversário de independência da Grã-Bretanha. A do Paquistão ocorreu no dia 14 de agosto de 1947, e a da Índia logo após, nos primeiros minutos do dia 15. Minutos estes que puseram fim aos mais de duzentos anos em que a corte de Saint James reinou sobre o Raj Britânico, a sua “joia da coroa”. Extenuada ao final da II Guerra Mundial e incapaz de manter seu império colonial, a Inglaterra iniciava nesse momento o processo de desfazimento dos seus domínios; já não poderia mais afirmar que “o sol jamais se punha no Império Britânico...” A Índia emergiu como uma nação secular com uma população de maioria hindu e uma grande minoria muçulmana - a terceira maior do mundo, em termos numéricos -, enquanto o Paquistão, com uma população de grande...
As relações cada vez mais tensas entre EUA e China
Américas, Ásia, China, Estados Unidos

As relações cada vez mais tensas entre EUA e China

China anunciou, no último dia 24 de julho, a ordem para que os Estados Unidos fechassem o consulado do país em Chengdu, importante cidade com cerca de 4,6 milhões de habitantes. Foi uma retaliação ao fechamento, pelos EUA, do consulado chinês em Houston. Na véspera, o Secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo, em visita Yorba Linda, California, havia discursado[1] usando uma dura retórica contra o partido comunista chinês o os governantes daquele país. Ironicamente, o local do discurso foi a cidade natal de Richard Nixon, o presidente norte-americano responsável pela reaproximação dos EUA com a China na década de 1970. Assim, os dois países sobem mais um degrau na escalada de tensões que tem caracterizado as relações entre Washington e Beijing, especialmente nos últimos dois anos...
América Latina e BRICS: para onde o Brasil deve olhar
Américas, Brasil, BRICS, China, Estados Unidos

América Latina e BRICS: para onde o Brasil deve olhar

A política externa brasileira atual tem ocorrido erraticamente. Ainda que se defenda que ela busca novos alinhamentos, a verdade é que não tem uma linha clara, baseada na busca pelos interesses do país. Mas nem tudo é culpa da atual direção que é impressa à política externa, o mundo tem mudado e colocado novos desafios. Há muito a polaridade estruturante da Guerra Fria acabou. Desde então o mundo vem passando por importantes movimentos de reorganização das forças, forçando os Estados a buscarem posicionamentos políticos que lhes ofereçam mais retornos. Nos últimos 10 anos, em particular, essa busca por reordenamento do sistema internacional ficou ainda mais confusa. Hoje o dito sistema multilateral está mostrando limites cada vez maiores, ao mesmo tempo em que vemos algumas potências impri...
Memorial do claustro:… Qual o futuro de Hong Kong?
China

Memorial do claustro:… Qual o futuro de Hong Kong?

Foto Wikimedia Commons A opinião pública internacional tem estado muito mobilizada nestes últimos tempos pelos enfrentamentos entre a população de Hong Kong e o governo da Região Administrativa Especial/RAE - “preposto” de Pequim - a respeito do estatuto da cidade/ilha. O artigo do Estadão de hoje – “Perigosa Mensagem” - que aborda os embates entre os manifestantes e as autoridades do Conselho Administrativo da Hong Kong a respeito do “status” da Região Administrativa Especial, tocou no “foco da ferida” ao afirmar que... “ao romper uma cláusula basilar de devolução, a China pode satisfazer seus impulsos imperialistas. Mas transmite ao mundo uma perigosa mensagem: não é um país confiável”. Muito se tem comentado ultimamente a respeito deste mais recente capítulo da ‘saga libertária” d...
Memorial do Claustro
Ásia, Estados Unidos, Europa, França, Laos

Memorial do Claustro

A propósito de uma matéria do "Fantástico" sobre as bombas no Laos COPE - Laos. Foto de Fausto Godoy - Arquivo pessoal. O programa ”Fantástico” de hoje apresentou uma matéria pungente sobre a questão das minas que ainda não foram desativadas no Laos e que causam enormes danos físicos à população. Recapitulando a questão: O bombardeio dos EUA no Laos (1964-1973) foi parte de uma tentativa da “Central Intelligence Agency”/C.I.A. de erradicar o grupo “Pathet Lao”, aliado ao Vietnã do Norte e à União Soviética durante a Guerra do Vietnã (1955-1975). No contexto da Guerra Fria, o Laos, oficialmente neutro, tornou-se um dos principais campos de batalha entre os Estados Unidos e a China / União Soviética. Foto de Fausto Godoy - Arquivo pessoal. O empenho dos americanos em salva...
Autoritarismo: a faca de dois gumes do Sudeste Asiático
Ásia, Bangladesh, Brunei, Camboja, China, Filipinas, Indonésia, Japão, Laos, Malásia, Myanmar, Singapura, Tailândia, Vietnam

Autoritarismo: a faca de dois gumes do Sudeste Asiático

PAD Demonstration. Sukhumvit Road. Bangkok. 20th October 2008. A palavra diversidade pode definir o Sudeste Asiático. São tantos dialetos, etnias, povos e religiões em apenas 4.100.000 km², que se torna consenso a singularidade da região e de todo o subcontinente. A China de Mao Zedong, é um padrão que se repete atualmente no Sudeste Asiático, quando o governo autoritário deu os primeiros passos para erradicar a miséria e homogeneizar a população criando os esteios da China contemporânea. O processo foi impulsionado por Deng Xiaoping, em 1979, ao iniciar o a abertura do país para o mundo. Como um espelho, o sudeste asiático, marcado por países tão culturalmente diferentes vem convergindo em um padrão intrigante: democracias frágeis, governos autoritários e o desenvolvimento geral da ...